O segredo do Recife dos Corais Sangrentos.

Eu caminhava pela costa do antigo recife, quando eu vi a reluzente esfera. Tinha a semelhança de um crânio humano, mas era tão pequena...''Seria um crânio de criança ?'' indaguei comigo mesmo. A tão macabra possibilidade me fascinava profundamente, eu sei que muitos teriam espanto e seriam tomados por uma descarga emocional tão forte, que seus corpos tremeriam de terror. Talvez eu seja mesmo um sádico, mas ao invés de horror, o que eu sentir foi humor. Gargalhei em voz alta, fixando o meu olhar no pequeno crânio humano. E pensei-'' Quem era o pobre diabo, que havia acabado de perder a sua cria?''.

Pois o crânio ainda fedia, e possuía uma fina camada de carne e pelos, quem sabem fossem os cabelos do pobre anjinho, que agora deveria estar me amaldiçoando por eu estar profanando a sua recente divindade. E ri, e ri, enquanto sentia a minha alma se desfazendo, e os meus nervos se contorcendo. Caí com a cara na areia negra, tão soturna e solitária como terra de cemitério. Senti uma dor descomunal quando a minha cabeça foi separada do meu corpo, por uma mão enorme e armada com garras, que perfuravam as minhas carnes e os meus ossos. Agora eu era apenas uma cabeça pensante, jogada na areia escura e fria da praia, assistindo uma criatura antropomórfica semelhante a um golfinho, arrastar o meu corpo para as profundezas do recife de corais avermelhados, na tonalidade do vermelho vinho, muitos biólogos marinhos ficavam perplexos com a profundidade do recife e com a tonalidade vermelha viva dos corais, tão vermelhos como o sangue humano. É irônico saber, que eu e a pequena criança deciframos o segredo do Recife dos Corais Sangrentos.

Luan Ribeiro
Enviado por Luan Ribeiro em 27/05/2018
Reeditado em 28/05/2018
Código do texto: T6348351
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