Anjo da Morte

Pamela dança heavy metal. A mesma música, pela décima quinta vez. Bêbada, sacode um molho de chaves. Seu vestido esvoaça. Alguém bate na janela tão forte que o som sobressai à música. Põe seu casaco, joga as chaves sobre a mesa e, com a visão meio turva, cambaleia até lá. A maquiagem é apenas um borrão multicor sobre a pele pálida. Abre a janela, põe a cabeça para fora. Só o que consegue ver são as luzes de um prédio, um pouco distante. Fecha o casaco para esconder as cicatrizes. Não vai conseguir dormir se não descobrir quem bateu. Põe um pé para fora, depois o outro e cai do trigésimo terceiro andar.