ARISTIDES, O BARBA AZUL MODERNO

HABACUC

Conta-se, desde os prósperos tempos do império do Brasil até os dias atuais, esta história singular de um homem desavisado e azarado, que estava no lugar e na hora errados, e que viu sua vida mudar para melhor e para pior depois de encontrar um artefato curioso.

Aristides, caixeiro viajante, 57 anos, solteiro, sem herdeiros, familiares que conhecesse ou sequer se importasse, nem amigos, seguia por uma estrada esburacada e deserta de Petrópolis, naquela atípica noite fria de um primaveril 26 de novembro. Uma taberna ou estalagem próximos era só o que suas sede, fome e cansaço, suplicavam naquele instante. O gosto de uma cerveja de espuma cremosa, uma sopa de carne com batatas fumegante, depois uma cama quente para jogar seus ossos cansados. Mas invés dessas coisas, foi aquele brilho ordinário que primeiro se concretizou na sua frente. Um dos cavalos, que teve refletiva a luz intensa bem nos olhos, se assustou e debandou para o outro lado, tombando a carroça e causando o acidente.

Quando acordou, pois caíra desmaiado com um corte na cabeça, estava confuso e tonto. Andava de um lado para outro, desnorteado, até sentar no tronco caído de uma árvore.

–Ai, que dor! Não consigo mexer o braço, dormente pelo peso do corpo sobre ele na queda. Que era aquele raio de luz? Alguma patifaria de ladrões de beira de estrada. Por Deus que é uma armadilha. Devo sair daqui! –Exclamou Aristides montando no cavalo assustado que ainda resistia em pé. Embora seu ímpeto fosse fugir, as patas traseiras do cavalo cravaram no chão e o animal recuou e empinou quase o jogando ao chão e depois ele mesmo, como que hipnotizado, não conseguia tirar os olhos daquele estranho fenômeno. Perplexo avistava aquela incidência arrebatadora e finíssima de luz se projetando mais a dentro da mata, ao lado de um frondoso salgueiro, dentre um arbusto. Então ele apeou do cavalo cuidadosamente, com olhos vidrados mirando seu objetivo. Ia calculando e diminuindo os passos, aguçando sua visão, estreitando o foco para o alvo e então, enfiando os braços dentro do arbusto, pôs as mãos no misterioso objeto. Um pesado vaso de bronze, que teve que arrastar pelo chão, após ergue-lo com dificuldade pelas raízes e galhos. O selo prateado que o lacrava era o que projetava o tal feixe de luz.

–Então isto foi a razão de tudo. Fez-me perder um bom cavalo, destroçou minha carruagem, me arremessou contra os escombros direto ao chão como um saco de farinha. Deve conter algo valioso dentro, no mínimo, para que justifique todo o transtorno de tê-lo encontrado. Vamos ver. E dizendo isso tentava enérgica e descontroladamente abrir o vaso sem sucesso. Usou dos artifícios mais engenhosos e das suas habilidades de marinheiro e de marceneiro e também de todas as ferramentas disponíveis nos baús junto com a bagagem como marretas, martelos e pás para tentar quebrar o vaso e mesmo assim fracassou na missão. Não sabia mais o que fazer, espalmou as mãos no rosto, enrolou seu cigarro de palha, fumou, olhou para um lado, o outro, pensou. Foi então que teve esta ideia, de rolar o vaso por uns 50 metros a dentro na mata, à margem esquerda da estrada, onde ele sabia que a encosta escarpada e íngreme da montanha cuidaria definitivamente para que o vaso se estilhaçasse por completo.

Enquanto rolava e quicava solto e faceiro como uma gazela na savana, aquele artifício de invenção humana chamado vaso não parecia dar sinais de fragilidade, ou pelo som que fizesse, ou pelo número de vezes que tivesse colidido contra aquelas pontiagudas pedras. Só quando caiu lá embaixo, no chão de terra batida da planície descampada, foi que o vaso finalmente se partiu e deu um tremendo e assustador suspiro de agonia e dor, ecoando e expandindo suas vibrações através do ar, entre fumaça e fogo em um redemoinho que se aglutinava e se revolvia como o estômago devorando-se de fora para dentro, para depois esvair-se em tentáculos compridos e elásticos. Em seu assombro Aristides olhava do alto do morro, seguro e escondido atrás de uma árvore. Sua atitude desesperada para romper o selo do vaso precipitou-se numa cataclísmica tormenta relampejante de fogo e enxofre e no final aquela explosão atômica que resultou na transformação medonha da besta enfurecida, encolheu e dissolveu o coração do pobre caixeiro de tal maneira que aquilo que seus olhos viram fixou-se numa imagem etérea em tinta à óleo de impressionismo francês. Virou-se tendo a árvore atrás de si como escudo e respirou fundo, depois correu, correu.

Seu cavalo havia se soltado e ele estava sem montaria e sem rumo. Correndo do demônio alado que rugia e estufava o peito enchendo os céus com seu furor e seu ódio, ele cada vez mais percebia estar perdido e desorientado até topar no obstáculo, que o levou ao chão pela segunda vez naquele dia e dessa vez quando recobrou a consciência já era noite e fazia frio, muito frio.

Aristides acordava sem saber se ainda o embavam os braços de Morfeu ou se das nuvens ao chão voltava ao mundo natural de agitação e convalescença da carne e da culpa. Mas seus olhos se abriram e os sons misturados da escura noite da mata invadiram seus ouvidos como as vagas marinhas e a gargalhada que se seguiria o puxou de vez da condição catatonica o golpeando na cara como um soco.

–Tu! Disse ele, reconhecendo naqueles olhos agora humanos a chama tremeluzente e hipnótica que vira nos olhos da forma que saiu do vaso quebrado. Olhos então que pareciam rubis flamejantes, mas que agora tomaram aspecto ainda mais assustador. –Sim, és tu o demônio tempestuoso e relampejante que cuspia raios e arrotava trovões por todos os lados. O demônio que me perseguiu obscurecendo o dia ao cobrir o sol. Lembro-me de tropeçar, bater em alguma coisa, mas não sei o que era e acordei aqui. Se de fato isso um sonho fosse, como pressupus, verdade que na cama acordaria. A não ser que agora acabe de acordar no próprio sonho. Mas divago e preciso manter o rumo desta conversa. Se quisesses me devorar, demônio, creio que já o terias feito enquanto em repouso jazia. Diz-me o que quer então?

–Meças as palavras mortal e saibas antes com que estás falando. Demônio não sou e nem creio que tal classificação equivoca se aplique a qualquer dos anjos que se encontrem despatriados depois de romperem com Deus. Quanto ao meu gênero, nem macho ou fêmea, nem cor ou raça me classificam. Sou um Ifrit e como um titã posso alcançar o teto do mundo e abalar qualquer estrutura deste precário globo que vocês chamam de terra. Quem me invocou primeiro chamou-me Habacuc e como nomes também não nos rotulam deixo à você aberta a possibilidade de me rebatizar ou continuar me chamando simplesmente pelo nome de batismo.

–Esse nome está bom pra mim. Foi por engano que te libertei, quando achei o vaso (que era sua prisão) neste amaldiçoado lugar, e depois de lançar o vaso morro abaixo para minha surpresa invés de um tesouro, que era o que esperava encontrar, foste tu, uma devastadora força ancestral e absurda abortada pelo caos, quem apareceu.

–De certo um tesouro descobristes ao quebrar aquele selo sagrado que protegia o seu mundo de mim. Pois eu sou um dos fundadores, junto com meus inúmeros irmãos, de todos os fundamentos em que se firmaram as bases dos continentes e oceanos e das pilastras que sustentam o firmamento. Portanto meu caro, contrato firmado tens comigo, assim como teve o que te antecedeu há 75 anos atrás, e enquanto viveres me terás como teu servo e subalterno. Realizarei todos os seus desejos, desde que respeitado o preceito sagrado redigido desde a criação, que é o livre arbítrio e não me pedindo desejos que satisfaçam não o teu coração, mas o de outro ou outra, poderás pedir o que quiseres. Está entendido?

–Parece bom. Mas sou um caixeiro viajante. Calejado da lida e da vida. Experimentado em dores e curtido pelos anos que já pesam nas costas. Ouvi causos, li livros e vivi assombros, bizarrices e estranhezas que poriam de joelhos o mais convicto ateu. Por isso desconfio deste trato. Onde só tem um lado e o meu. Contrato firmado assim sem assinar? Sem cláusulas, artigos? Perdas?

–Irias perguntar, decerto isto. E não é da índole do bom comerciante já entregar o ouro antes de atiçar o comprador. O que rege este contrato, é fato, logo digo, é algo a quem a todos explico, incisivo. Finda tão curta vida, muito bem aproveitada será, pois assim foi ela paga e também assinada. O corpo morto é sem serventia e vira pó e nada. Mas a valiosa alma não, esta é sagrada. E dentro de outro vaso será posta, lacrada e sepultada e só depois de mil anos será enfim resgatada. Eu que Ifrit sou e sempre fui, desminto qualquer pensamento de grandeza logo. Ifrit nunca serás, impossível. Apenas alma presa, atormentada e pecadora. Pagando assim os pecados, melhor que no inferno; vai, pondere. O dom que te concedo é o de, como eu, realizar desejos e depois do tempo determinado, você será libertado.

–O que me importa meu destino depois de descarnado. Quando estas mãos não tocarem o rosto de uma bela moça. Quando estes pés não tocarem a grama. Redija contrato válido, pois que será confirmado e assinado. Estará tão logo feito, quanto já me sinto um sortudo eleito.

ARISTIDES

Passaram-se 30 anos deste que Aristides fez o pacto com o Ifrit Habacuc, e desde então teve vinte e três esposas e nenhum descendente, não que não tentasse, ele tentava muito, mas sua semente era seca e não germinava, além do que os ventres que poderiam gerar a vida definhavam antes mesmo de se tornarem férteis.

Todas donzelas, magras, abatidas, mas não doentes. Aristides as examina criteriosamente e pagava bons dotes às famílias pobres que trocavam suas proles (riquezas) pela única promessa que jamais teriam, de riqueza e bonança.

A primeira delas foi Amália, era ruiva, pele branca como leite, uma tripa de magra, falava baixo, era acanhada. Aristides a lavou, vestiu, a trancou na torre do seu castelo e a alimentou até ela criar carnes que recheassem aqueles ossos. Pacientemente ele a via crescer, saudável, a tirou da torre, a deixou passear nas tardes pelos jardins, andar a cavalo e viver feliz pelo tempo que achou necessário. Depois, no primeiro comportamento que levantou uma suspeita verdadeira ele passou a investiga-la colocando um espião para segui-la e quando descobriu a traição planejou o que já tinha determinado desde que a comprara por um bom preço, como seria a sua morte. Os Amantes, Amalia e Teodósio se encontravam, como contou Paulo o espião, numa cabana abandonada nos arredores da floresta de Astória. Os amantes naquele dia se amaram intensamente, como se suspeitassem que seria o último dia de suas vidas. Então, depois de ouvirem barulhos fora da cabana se assustaram, correram, pegaram suas roupas, mas não houve tempo para vesti-las. Aristides trazia consigo ganchos com os quais se penduravam os porcos num matadouro e com cordas e muita força cravou e suspendeu as costas dos dois até atingirem a altura máxima que o comprimento das cordas permitia.

Os dois amantes desgraçados pagaram com suas vidas. Amalia nunca foi feliz com Aristides, nem era sua intenção fazê-la algum dia feliz. Nem ela, nem Beatriz, nem Helena ou Miriam e nem todas as outras dezoito esposas, com excessão de uma. Sua última.

HERMIONE

Enquanto acelerava o seu Mustang Shelby GT500 pela autoestrada, a paisagem transformava-se em borrões cada vez mais indistintos e o vento batia em seu rosto e agitava seus cabelos, Aristides pensava longe. Seu espirito estava com Hermione, sua namorada e atual amor. Os olhos verdes dela eram vidraças cristalinas em que o amor dos seus próprios olhos tornava-se nítido e um mar de águas calmas e profundas em que valeria a pena se afogar e morrer. Estava apaixonado agora, de verdade. Por Amalia, sua primeira, sentia desejos, ciúmes. Beatriz o pegou pelo estomago, era ótima cozinheira. Miriam era uma meretriz, adorava os prazeres da carne e por isso teve uma curta passagem em sua vida. Mas Hermione, não, ela não. Era diferente com ela. Teve de esperar mais 75 anos para conhecer o amor. Amor que repudiava, negava veementemente que jamais sentiria por alguém. As coisas que ela foi capaz de fazer por ele. Primeiro que ela saiu de sua cidadezinha no interior, deixando para trás um irmão e único parente vivo. Um ciumento, autoritário e molestador, que abusava dela. Quando a conheceu, entregue à depressão, ele também lutou por ela, foi difícil. As recaídas foram muitas, mas venceram juntos.

O pai de Hermione foi um estadista, advogado e banqueiro judeu, que fez riqueza ao vir para o Brasil em 1947 e morreu jovem, com 43 anos, morto pelo amante de sua esposa, mãe de Hermione, Estela, que após a morte do marido foi interditada pela família, sendo confirmada sua incapacidade em gerir a riqueza incalculável herdada, gastando com joias, roupas caras, perfumes e amantes. Foram tempos muito difíceis, dos quais Hermione pouco se lembra, pois era pequena. Mas seu irmão, ganancioso e cruel tinha o gênio da mãe e logo minou a saúde dela sempre a rebaixando, humilhando e usando de violência física.

Os 200 km que separavam os amantes foram devorados pelos 500cv de força do motor e depois que virou mais uma esquina, devagar por entrar na cidade, ele chegou. Caminhou até a varanda. Saltou dando um tapa na placa pendente dum beirado da casa vizinha, que vendia salgadinhos e doces para festas e bateu palmas logo entrando, a porta estava destrancada. Na cidade pequena os vizinhos todos corriam para ver, ainda mais porque Aristides, com seu jeito irreverente e jovial, chamava bastante atenção.

Quando entrou não viu ninguém. A casa parecia abandonada. Deu a volta pelo lado de fora e quando chegou nos fundos viu Hermione junto com o irmão. A noiva, tinham noivado Há 9 meses, estava escorada num tanque de roupas feito de concreto, fumando um cigarro e rindo. Aristides naqueles 5 anos nunca vira a noiva fumar e ficou perplexo. A arma que carregava sempre na cintura tornou-se distante, pregada ao corpo. As mãos tremiam, os olhos marejaram de lágrimas. As mãos no rosto demonstravam toda a incredulidade da cena. O irmão, saído não sabia ele de onde, veio pra cima com uma faca e desferiu 2 golpes firmes e certeiros, um na barriga, um no peito, do lado direito e um terceiro que atingiria o pescoço, se Aristides não tivesse conseguido bloquear o golpe, segurando o cabo da faca. A guerra de forças contrarias, ao mesmo tempo faziam a lamina retroceder e avançar dependendo de quem se saísse melhor. Só quando Hermione veio em defesa do irmão foi que Aristides, protegendo sua própria vida, desferiu o golpe com o cotovelo, que quebrou os dentes da boca da noiva e a deixou caída no chão sangrando e a ele com um belo, mas superficial corte de raspão do final do pescoço até o ombro ao se desviar da faca. Saiu correndo em disparada, tomou uma boa distância e voltou com a arma em punho mirando no futuro cunhado. O Russo, como era conhecido o brutamontes, inflou aqueles olhos coléricos, estufou o peito e correu na direção dele, desafiando a morte certa. Aristides ainda deu uma inclinada de cabeça, mandou um olhar debochado e com os dedos da mão esquerda limpou parte do sangue do corte no pescoço e lambeu. Depois, quando Russo já estava tão perto que a investida dele com a faca fez até vento, foi que atirou. Só uma vez, na cabeça e girou nos calcanhares para o lado direito, para que o corpo não caísse em cima dele.

Então sua mais dramática e intensa história de amor, a única que não tinha acabado como ele arquitetara desde o início, naqueles 105 anos de pacto, não passou de um plano muito bem arquitetado entre um louco e outra louca, que além de louca ainda era uma bela atriz, invejada até por Katharine Hepburn se disputassem juntas o oscar.

Bom, depois de tudo não resta muito dúvida sobre o estado deplorável do coração de nosso pobre andarilho solitário. O Aristides devorador de corações e almas femininas caiu ele mesmo no ardiloso jogo de gato e rato em que agora ele era o rato e sendo assim, apaixonado, confiou totalmente que Hermione era uma vítima de um irmão opressor e mal, quando na verdade ela era sua mais fiel amante e comparsa e ele nem seu irmão era. Nunca saberia de fato se algum dia sequer naqueles 5 anos ela dissera uma verdade ao menos sobre qualquer coisa da sua vida.

Foi um ano viajando pelas cidades do mundo, realizando desejos. Cairo, Tóquio, Casablanca, Madri, Milão, Paris, Londres, Toronto, Sidney, Jerusalém, Dubai, Berlim, Bangkok, Atenas, Creta. Foi aumentando sua coleção de suvenires ao redor do globo. Em cada país, cada cidade, despedindo-se de cada porto, cada aeroporto, de navio ou avião, ele deixava para trás uma bela e apaixonada jovem morta. Um verdadeiro barba azul deixando seu legado de vingança para aquelas que ousassem se apaixonar por ele e também as que não. Se no passado ele matava mulher por diversão, por ser a eternidade daqueles dias enfadonhos tão deprimente, agora ele matava por um motivo verdadeiro. Um coração devassado. De cada uma fazia questão de guardar uma parte. Mecha de cabelo, unha, mamilo. Se a jovem em questão tivesse tatuagem, uma libra de couro bem medida no estilo Mercador de Veneza servia como tela para ser transportada e guardada. Quando acertou suas contas pagando pelo pacto, mais de 80 mulheres tinham sido mortas por ele, contando da primeira após Hermione até aquele momento, mas este número não é preciso e pode variar. Como alma prisioneira de um reles vaso de barro bem selado, Aristides teve ainda muita sorte durante os mil anos. Vejam que ironicamente todos os que acharam e romperam o selo libertando sua alma escrava foram mulheres e essas mulheres nele encontrariam vingança se soubessem quem era e ele de alguma forma encontraria redenção. Realizando desejos femininos e se apaixonando por cada uma delas com aquela mesma audácia do amante irrefreável e louco de Amalia, Beatriz, Miriam, mas agora derrotado de vez pelo amor. Um combatente da paixão que ilude, iludido e ludibriado enfim. Transformado em alvo, não mais um combatente vencedor, mas um eterno derrotado, onde cada flecha de cupido era a cruel lembrança de que amaria sem ser jamais amado.

Anderson Roberto do Rosário
Enviado por Anderson Roberto do Rosário em 23/12/2018
Código do texto: T6534156
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.