DRÁCULA ÀS AVESSAS (terror com humor)  miniconto

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Bóris nascera diferente, filho de vampiros, mas, por um 'defeito de fabricação', precisava ter seu sangue sugado várias vezes por semana, isso era inconcebível para sua linhagem secular, desta forma sem a aceitação da família, foi banido e passou a vagar pelo mundo no passar dos tempos, procurando boas almas que por pena de sua condição, aceitassem sugar seu sangue em troca da eternidade. Bem difícil isso por sinal. Seu alimento preferido era peixe, assim sendo, estava sempre próximo aos mares e rios fartos. Às vezes dava sorte de um peixão abocanhá-lo e se alimentar de seu sangue, mas, gostava mesmo era de homens gordinhos e loucos para viver eternamente comendo sem parar. Tolinhos, o preço da eternidade era caro, mas enfim, resolvia o seu problema e ia  passando pelos séculos procurando suas vítimas benfeitoras. O Sol era um grande problema, lhe fazia tanto mal quanto aos demais vampiros. Num certo anoitecer avistou um rapaz bem gordinho, preparando um enorme peixe à beira de uma praia e foi se aproximando, escondendo como podia seus caninos e conversa vai, conversa vem, conseguiu engabelar o rapaz que se postou na posição para lhe sugar a jugular, mas, qual não foi a surpresa de Bóris, quando o rapaz não conseguiu pois era banguela. Ele começou a gritar com moço que vendo seus caninos pontiagudos, empreendeu uma corrida desabalada para longe dali, deixando Bóris frustrado e sentindo suas forças meio que minguando devagar, precisava de outra boa alma, mas, desta vez com dentes.

Partiu a procura e se deparou quilômetros depois com uma mocinha gordinha chorando, logo enredou uma conversa solidária, sempre escondendo os dentões, mas, foi bem fácil convencê-la, pois estava decepcionada com um namorado que a fizera de tôla e havia lhe posto um par de chifres. Atacou o pescoço de Bóris com vontade e não queria mais soltar, quase acabou com o pobre vampiro às avessas, só que uma coisa incrível aconteceu. Ele gostou do cheiro dela, do sorriso dela, da pele dela e de repente sugou sua jugular e ganhou uma energia que nunca havia sentido. Logo nela foram apontando os caninos, esmaecendo o brilho da pele, ficando com uma palidez deslumbrante bordeando os verdes olhos, era amor de verdade. Sem almas que se acharam e juntos e sugando um ao outro, colocaram no mundo gerações de hibridos seres e foram felizes pela eternidade.     



* Imagem - Fonte - Google
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 17/01/2019
Código do texto: T6553151
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