A HISTÓRIA DE CALÍGULA

Era Martius, o primeiro mês do ano, quando o Sol chegou do leste vindo de sua incansável jornada sobre a Terra e seus raios iluminaram a capital do Império.

Em preparação no Senado, o rapaz ainda não se sentia pronto. Passara a noite insone tentando imaginar tudo que o aguardava, sem sucesso. Pronto ou não, era hora. A tradicional coroa de louros dourada havia sido trazida numa almofada, e fora colocada em sua cabeça por Tiberius Gemellus, seu primo e neto do falecido Imperador.

Seu carro, carregado com seis belos cavalos e ornado nas cores vermelha e amarela, já estava o esperando para sair. As cores de sua roupa eram as mesmas; vermelha com detalhes amarelos.

Ouviam-se os sons da multidão à distância, o que não o poupou de se surpreender com a intensidade da plebe quando de fato começou a desfilar pelas ruas da Capital. Os gritos eram ensurdecedores, "Nossa estrela", berravam uns, "Nosso bebê", bravejavam outros. Pessoas que ele jamais vira em toda sua vida gritavam seu nome, acenavam desesperadas por um olhar seu, tentavam tocá-lo. "Será assim que um deus se sente?".

Mas no fundo ele sabia... aquilo era por causa de seu pai. O vitorioso general de guerra Germanicus era idolatrado pelos plebeus, e seu filho, Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus agora colhia os frutos desse amor.

Os homens ,mulheres, velhos e crianças que gritavam e acenavam viam nele a figura de seu falecido pai. Sem outra coisa a fazer, ele acenava de volta, meio assustado e meio fascinado com tudo aquilo. Ondas de adoração emanavam da turba a seu redor em direção às suas entranhas. Pessoas se espremiam e se empurravam na esperança de arranjar um bom lugar pra vê-lo passar. Não sabia que sentimento era aquele que o possuía, apenas sabia que era a melhor coisa que sentira em toda sua vida.

Pelo caminho, observou um velho ser atirado ao chão por duas plebeias que se esforçavam pra enxergar o novo Imperador passar na rua. Mas o lugar que o velho desocupara era pequeno demais para as duas, então elas começaram a puxar os cabelos uma da outra, sem perceberem quando um homem forte surgiu por trás e as separou, empurrando cada uma para um lado e derrubando ambas, pra ficar com o lugar vago na linha de frente deixado pelo velho.

Gaius sorria, depois acenava, então sorria mais. Por alguns segundos seus olhos captaram um esfaqueamento na linha de frente da ala esquerda. A confusão era entre dois homens que pareciam estar brigando por um lugar. "Tudo isso por causa de mim", era inacreditável. Era quase como se não fosse ele quem estivesse vivendo aquilo. Parecia um sonho irreal do qual ele acordaria a qualquer instante. Mas não era. Descobriu isso quando suas bochechas começaram a doer de tanto ele sorrir.

Estava acontecendo mesmo, e com ele, o rapaz cujos soldados do pai costumavam gozar chamando-o Calígula por causa dos sapatos que usava. Era ele mesmo quem estava ali sendo adorado pela multidão, viciando-se instantaneamente naquela sensação apoteosística que apenas quem já foi adorado como um deus pode saber como é.

Nos meses seguintes o novo Imperador cortou impostos, recompensou soldados visando ganhar o apoio do exército, e garantiu um tempo de estabilidade que satisfez em grande parte o povo romano. Porém, nem todos estavam satisfeitos.

-Meu pai deseja falar com você. - Júnia Claudila, sua esposa, o informou certo dia. - Ele parece preocupado...

Gaius concordou em recebê-lo.

O senador Marcus Silanus, seu sogro, compareceu então à sua presença.

-Preciso ser sincero, César - disse sem rodeios. - Os cofres do Império não suportarão o que está fazendo com eles.

Gaius Ceasar engoliu em seco. Já não estava acostumado com alguém lhe reprimindo daquele forma.

-O Império nunca esteve melhor. As pessoas nunca estiveram mais felizes.

-Sim, é verdade. Mas é precisa enxergar mais a frente. Por enquanto - frisou bem - ainda temos dinheiro, mas com o corte dos impostos, logo faltarão fundos para construir novas vias e talvez até para pagar o ex…

-Já ouvi o que disse - o nervosismo era claro em seu tom. Repetiu forçando bem as palavras numa tentativa de se fazer claro: - O Império.. nunca... esteve... melhor.

Então foi a vez do senador engolir em seco, fazer uma reverência e se retirar com passos duros.

Não muito tempo depois, porém, a vida de Gaius não ficou melhor, nem continuou como estava. Acabou sendo vitimado por uma doença e suas decisões econômicas benevolentes começaram a realmente prejudicar os cofres do Império.

- Como está hoje, César? - perguntou com voz suave Cassius Chaerea, principal membro da guarda pretoriana num dia em que os médicos estavam especialmente preocupados com a longevidade do Imperador. Ele havia sofrido duas convulsões naquele dia.

Calígula desprezava o sujeitinho e não tinha motivos para esconder isso, afinal, era o supremo soberano do Império.

- Melhor que o último garotinho que o senhor deve ter devorado, sem dúvida.

Os lábios de Cassius sorriram, seus olhos não.

- Fico feliz em saber, senhor. Se precisar de algo...

- Saia. - Calígula não suportava ouvir àquela voz afeminada quando estava são, quanto mais doente.

Cassius fez uma reverência e partiu. Calígula suspeitava que ele não tinha ficado feliz em saber que o Imperador passava mais bem do que imaginavam. Mas não costumava dedicar muito tempo pensando naquele "homem". Era o menor de seus problemas.

Suas preocupações se voltavam para o Senado, e o que eles estariam aprontando em sua ausência. Ainda estava se acostumando a respirar o ar ameaçador de intrigas que preenchia aquele ambiente. Silanus devia estar agora mesmo enchendo a cabeça dos outros senadores sobre como ele havia avisado Calígula sobre o corte dos impostos, mas não tinha sido ouvido. Outros certamente estariam sussurravam planos sobre o que fariam quando ele morresse. Não queria dar esta satisfação àqueles ratos, mas realmente temia estar próximo a morte. Só naquele dia sofrera duas terríveis convulsões, o que era um mal sinal. Poderia até não resistir a uma terceira.

A mulher e duas filhas de um Senador que sempre tentava cair nas graças do Imperador o visitaram também.

-Saiba que Josefo e toda nossa família está empenhada na sua recuperação, senhor - disse a mulher. - Prometemos todos nossas vidas aos deuses se o senhor sair curado desta enfermidade.

Gaius se limitou a balançar a cabeça. Já havia ouvido o mesmo de outros visitantes.

Alguns aproveitavam para fazer intrigas.

Soube que seu primo Tiberius andou rezando para que morresse.

Mais tarde não se lembraria de qual das suas visitas tinha dito aquilo, mas lembrava bem das palavras, já que elas faziam sentido. Era para Tiberius ser imperador, se não fosse por Calígula lhe atrapalhando o caminho.

Eventualmente, acabou se recuperando. A notícia veio num dia feio em que Júpiter havia despejado uma estrondosa tempestade sobre Roma. Os médicos informaram Calígula que ele estava milagrosamente recuperado. Aos poucos, todos foram sabendo das boas novas, mas ninguém se preocupou em cumprir as promessas. Isso não estava certo.

Chamou Cassius.

-Diversas pessoas prometeram suas vidas aos deuses caso eu me recuperasse. Bem… eu me recuperei. Não quero cair de cama novamente devido à vingança dos deuses por promessas não cumpridas.

-Sim, senhor. Entendo…

-E meu primo Tiberius Gemellus foi acusado de traição.

Em poucos dias, as cabeças de Josefo, sua mulher e filhas, assim como a de vários outros que fizeram promessas semelhantes rolaram de seus pescoços para não irritarem aos deuses, assim como a cabeça de seu primo traidor Gemellus.

Parecia ter dado certo. Durante muito tempo, Calígula pôde desfrutar de uma ótima saúde e disposição. Após olhar a morte de perto, algo havia mudado nele. Agora, procurava viver intensamente cada dia de sua vida.

Se divertia especialmente vendo torturas de prisioneiros que ele mesmo condenara à morte. E se irritava quando as pessoas não percebiam o que ele era e o tratavam como um igual.

A verdade era apenas uma: ele estava acima tanto dos plebeus como dos nobres. Ele tinha o poder de decidir se um homem viveria ou morreria, e como morreria.

Logo decidiu se vestir como alguém mais apropriadamente à sua altura. Para isso, deixou seu antigo vestuário mortal e adotou as roupas usadas por Apolo, Mercúrio e até Vênus, estes sim seus iguais.

Alguns mortais, porém, não conseguiam compreender esta realidade simples.

Isso ficou claro num dia em que chegou no Senado vestido de Apolo.

Risinhos e cochichos de uma dupla de senadores não passaram despercebidos pelos seus olhos divinos. Ergueu o pescoço e andou até a dupla.

Quando me vêem, devem ajoelhar. Esqueceram?

Os dois não tiveram opção a não ser obedecer. Ah… como era delicioso humilhar estes ratos. Ainda apreciava a visão quando uma voz vinda de lugar nenhum gritou “Bode!” perto dele. Seus olhos divinos não viram quem foi, mas seus ouvidos ouviram um conjunto de risinhos aqui e ali.

Virou-se furioso para encarar os senadores.

-Quem disse isso?

Ninguém respondeu. Ele convocou membros de sua guarda pretoriana e deu ordens em bom som que arrancassem a verdade de um por um dos senadores, até que aparecesse o culpado. Pelo menos Flavianus entendeu a mensagem.

-Foi ele, César. - disse, apontando outro homem.

-Muito bem. - disse Calígula. - Guardas!

Os guardas imediatamente começaram a se mexer para prender o acusado.

Não, por favor, César! - disse o acusado. - Não fui eu! Não fui!

Quando viu que seus pedidos por misericórdia não seriam ouvidos, o senador culpado resolveu por pra fora:

-BODE, BODE, BODE, BODE! - gritou o homem, descontrolado. - PELUDO COMO UM BODE!

Todos os presentes lutaram pra segurar o riso, menos Apolo encarnado.

-Abra-o! Agora! - gritou Calígula.

O guarda mais próximo desembainhou uma adaga e um risco prateado cortou o ar enquanto ele cortava o peito desprotegido do acusado, que caiu no chão com os olhos esbugalhados.

Sangrou bastante, mas não morreu, pra decepção do Imperador. Ainda teve tempo tempo de gritar novamente a palavra “BODE!” antes que Calígula ordenasse a remoção de seus olhos.

O grito do homem durante a remoção dos olhos parecia ter vindo do submundo e assustou a todos os presentes, incluindo o semideus entre eles.

“OOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHH”, berrava incessantemente.

Não satisfeito, ordenou que os órgãos internos do homem também fossem arrancados. Os insuportáveis gritos pararam depois que uma enorme pinça que um dos guardas introduzira na barriga do homem fora puxada pra fora carregando consigo com um pedaço de carne lisa que parecia ser um rim.

Calígula percebeu com satisfação que ninguém mais estava rindo. Alguns porém vomitavam ao seu redor.

-Corte-o em pedaços e se livre do corpo! - gritou, e um guarda sacou uma grande espada pra obedecer.

Enquanto suas ordens eram cumpridas, aproveitou pra olhar o rosto dos ratos do Senado à sua volta. A expressão de completo horror e espanto na face de alguns dava uma sensação de bem-estar enorme. Outros, traziam no olhar um ódio incontido e um horror que parecia estar direcionado a ele. Por um momento, lembrou dos olhares da plebe quando desfilou como Imperador pela primeira vez. Aquilo era amor, e agora via ódio.

A sessão no Senado estava acabada antes mesmo de começar naquele dia. Decidiu ir pra casa antes que seu sogro decidisse chamar sua atenção como gostava de fazer às vezes.

Os olhares de ódio assombraram sua mente toda vez que fechava os olhos. Estudava mentalmente a possibilidade de exilar ou mandar matar alguns dos senadores que mais pareciam detesta-lo. Mas depois daquele dia, ninguém mais o chamou de bode devido a seus pelos corporais novamente. “Oderint dum metuant!”, concluiu.

No Império, as coisas não iam muito bem. A crise econômica se estendia e a fome castigava o povo. Pensar nisso não era muito agradável, então ele procurou saber se os escultores haviam feito àquela pequena mudança que ele tinha pedido na estátua de Júpiter, substituindo o rosto da divindade pelo seu próprio.

Estava distraído com este tópico quando teve sua concentração desviada por assuntos do Império que requeriam sua atenção imediata.

Os problema foi trazido por seu sogro. Ele parecia ter uma ânsia especial em levar notícias ruins e reclamações.

-César, devido à fome e à crise, o crime aumentou exponencialmente nas ruas do Império, especialmente em Roma. As prisões estão abarrotadas e não há dinheiro nem comida pra sustentá-las. O que faremos?

-Hum… - o Imperador começou a pensar no assunto. Demorou seu tempo. Então sorriu o mais nefastamente que conseguia. Costumava treinar expressões assustadoras no espelho. - Tenho uma ideia.

A ideia era tão boa que ele decidiu supervisioná-la em pessoa.

Os guardas da maior prisão de Roma escolheram os piores entre os detentos, por ordem do Imperador. Estes foram, então, trucidados. Seus corpos foram desmembrados, jogados em panelas, cozinhados, e dados de comer aos presos restantes.

A fome estava tão forte que boa parte dos presos comeram sem hesitar. Era comer ou morrer de fome. Mas alguns não conseguiram. Como acabariam morrendo mesmo, a nova ordem do Imperador poderia ser traduzida no seguinte: “Comer ou ser comido”. Quem não comesse, estaria fadado a morrer… e quem morresse viraria o prato do dia.

O Imperador se congratulava por dentro por ter tido uma ideia tão sustentável e que resolveria vários incômodos ao mesmo tempo. Comida não faltaria ali. É claro que isso não agradou aos familiares dos presos.

O filho de um prisioneiro chegou a tentar invadir a prisão pra libertar seu pai. Gaius ordenou que fosse preso e enviado à Arena, assim como quaisquer outros que resolvessem reclamar da medida.

No final de uma visita ao presídio, Cassius Chaerea, o chefe dos guardas, estava branco ao seu lado. Não conseguia nem piscar.

-Já pensou em devorar um desses, ao invés dos garotinhos que você gosta? - perguntou Calígulas.

Cassius não respondeu.

-Vamos, Priapo. Vamos embora. - Priapo era um personagem mitológico devasso, que se destacava pelo fato de seu membro ter quase um metro de comprimento. Calígula se divertia chamando Cassius de Priapo de vez em quando, principalmente porque a diversão não era mútua.

No outro dia foi à sessão do Senado. O ar estava mais pesado que o habitual com os familiares aromas de deslealdade e maquinação. Sentou-se em sua cadeira elevada e passou a observar os senadores. Silanus não conseguia disfarçar sua postura suspeita.

A sessão terminou com a ordem de que seu sogro fosse exilado imediatamente. Não aguentava mais ver aquele rosto profano.

Depois daquilo, Calígula ficou um pouco deprimido. Decidiu que precisava de um pouco de diversão, e sabia o lugar perfeito para isso.

A Arena estava particularmente calma naquele dia. Mas certamente assim que as pessoas soubessem que César estaria presente, iriam encher o local como moscas na merda.

Três dos parentes de prisioneiros que haviam sido presos, incluindo o jovem que tentara libertar seu pai, foram despejados na Arena naquele dia. E diversos parentes dos mesmos se encontravam nas arquibancadas para ver o que iria acontecer.

Dois deles estavam munidos com facão, e um com bastão. Usavam roupas de lã simples. Os espectadores estavam em expectativa para descobrir com quem eles iriam lutar.

Logo o outro portão se abriu, saíram de lá mais três homens, também parentes de presos que não se contentaram com a medida de César. Usavam lança e machados.

César deu sinal, a luta começou.

Os seis esfarrapados se atiraram uns aos outros, gritando e bradando. Poucos segundos depois, a cabeça de um deles ficou presa ao corpo apenas por um tendão devido a um golpe de machado. O braço do atacante não teve tanta sorte e saiu voando pelo ar quando outro homem o cortou com um facão. A platéia foi escolhendo para quem iria torcer.

Tudo acabou bastante rápido. Dois sobreviventes do primeiro trio ainda respiravam, apesar de um estar sem orelha e outro com um lança espetada na barriga. A multidão festejou, e o juíz mandou os vencedores saírem. Calígula não estava satisfeito ainda. Mandou que parassem. Instantaneamente, todos fizeram silêncio.

-Estamos com um problema de comida. Não tem havido o suficiente pra alimentar prisioneiros, nem leões. Acho justo que lutem por ela! Ordeno que chamem os leões! Se conseguirem matá-los e sobreviver, podem ficar com a carne deles e a dos cadáveres dos seus amigos!

A multidão foi à loucura com a ideia. O mesmo não podia ser dito dos dois lutadores. Dois leões esqueléticos foram introduzidos na Arena, e logo sentiram o cheio de sangue.

Um deles rumou direto para os cadáveres, o outro foi atraído pelo sangue pingando da barriga do lutador. Enquanto o animal corria em sua direção, ele arrancou a lança da barriga e caiu ajoelhado, exausto, apontando a lança para o leão. O bicho voou sobre a lança e se atirou no pescoço do homem, mordendo e arrancando pele, carne e ossos. Ele morreu quase imediatamente. Calígula ria da cena, enquanto o outro homem tentou atacar o leão se alimentando de seu parceiro com o facão. O riso de César diminuiu por um segundo, quando o leão caiu ferido com um terrível corte nas costas.

Podia ler os pensamentos do último sobrevivente quando este se dirigiu ao outro leão que ainda comia os cadáveres. Tentaria matá-lo enquanto o animal estivesse distraído. Chegou a dar um golpe mas estava fraco demais pra afundar o facão o suficiente. Conseguiu apenas irritar o bicho, que foi direto pro rosto dele, o arrancando. Quando a multidão viu a face do homem novamente, enxergaram apenas um crânio branco com alguns pedaços de carne teimosamente grudadas na superfície.

Foi mais divertido do que César antecipara. Saiu animado da Arena, juntamente com sua guarda.

-César, preciso lhe mostrar uma coisa - disse Cassius Chaerea.

-O que é?

-Algo importante.

Se encaminharam para baixo de uma ponte, onde alguns guardas pretorianos aguardavam.

-O que é? - repetiu novamente.

-Isso! - respondeu de forma estranhamente triunfante Chaerea, e então desembainhou uma adaga apenas para enterrá-la no peito do Imperador.

Gaius ficou sem palavras. Estava atônito. Isso não podia estar acontecendo.

Em meio a uma dor excruciante, sua última visão foi a de dez adagas prateadas e afiadas levantadas no ar em posição ameaçadora direcionadas à ele.

TEMAS: MONSTROS DA HISTÓRIA, SERIAL KILLERS