Gato Preto

A madrugada chega e como o de costume, Pablo fica deitado em sua cama, mexendo em seu celular, se tornou um hábito conversar com sua namorada por mensagem até tarde, em frente sua cama fica a janela do quarto, que por uma pequena e leve brecha consegue se ver lá fora, como seu quarto é divisa com a área, ele a mantinha sempre fechada para o vento não entrar e piorar seu estado de saúde, sua pneumonia já estava curada, mas sua sinusite atacava sempre o deixando ruim, o calor estava tão forte que parecia que alguém estava colocando brasas de carvão em seu corpo, seu ventilador já não fazia tanto efeito sob mera circunstância, esse foi o primeiro dia que à ideia de estalar um ar-condicionado em seu quarto foi considerada, devido a não ter outra saída ele se levanta em direção a janela, sem pensar duas vezes ele a deixa escancaradamente aberta, por relance ele passa o olhar no início do corredor que fica em frente seu quarto, a claridade da luz acesa da casa do vizinho forma pequenas manchas de sombras na parede do corredor, ao olhar uma sombra se movendo lentamente em sua direção, Pablo não se mexe, na curiosidade de saber o que é, sua mente fica vazia e, ele não consegue nem pensar em alternativas sobre o que poderia ser aquilo, por instantes ele permanecera parado esperado aquela sombra chegar até ele, porém ela para de se mexer e fica quieta por segundos, a curiosidade era tanta que ele não se contém e vai até lá ver, lentamente ele abre a porta da cozinha e sai pela área, com um pouco de medo que a escuridão lhe deixava, ele estica o pescoço por cima da pia e olha em direção ao corredor, de repente... para seu susto imediato um gato preto pula em sua frente miando roucamente sem parar.

Pablo dá um grito baixo de susto e engoli seco sua saliva, seu coração fica tão acerelado que ouvira bombardear extraordinariamente alto, com muita raiva ele fica xingando o gato de todos os piores nomes existentes, segundos depois de se acalmar ele caminha por todo o corredor para ter certeza de que não tinha ninguém tentando invadir o local, checou até mesmo a tranca do portão, tudo estava perfeitamente trancado e tranquilo como sempre. Até então ele se mantinha com raiva do gato por ter feito ele de bobo, e ainda ter o assustado de tal maneira, jurando para si mesmo que ao amanhecer se vingará do maldito, ele caminha de volta pelo corredor em busca de talvez começar a dormir, seu corpo suou tão frio com o susto e com o calor que se mantinha sobre a região, que ele decide ir tomar uma ducha antes de se deitar, seria a melhor escolha de sua parte para fazê-lo relaxar e dormir calmamente, após começar seu banho relaxante e gelado, pequenos barulhos, de pisos sobre o telhado começara a deixá-lo preocupado, logo ele já começa a pensar que pode ter alguém querendo invadir sua casa, com a mão esquerda ele desliga o chuveiro, quando ao mesmo tempo, seu braço direito estica em direção à toalha, que fica pendurada em um suporte preso a parede, ao terminar de enxugar o rosto, Pablo, olha para fora da casa através da janela, para seu espanto o maldito gato preto estava lá, em cima do muro olhando profundamente em seus olhos, um calafrio intenso o domina, parecia que o gato estava o intimidando, seus olhos amarelos de fixação profunda e assustadora lhe causava arrepios na medida que ele parecia estar com raiva de algo, por mais estranho que achasse a situação que estava, Pablo não conseguia tirar atenção de seu olhar sobre aquele gato, parecia feitiço, algo não o deixava parar de olhar, seu corpo já se tremia de pavor, em seu pensamento ele só queria sair dali e ir dormir, porém não conseguia mais controlar seu corpo e seus instintos, aquela fixação de olhares deixava seu corpo inquieto e, com sensação de ódio sobre tudo, uma presença estranha começa a subir em seu corpo de maneira incompreensiva, Pablo se senti ameaçado por aquela presença, mas não consegue fazer nada para se defender, num piscar de olhos, o gato sai caminhando pelo muro e, Pablo se vira, caminhando em direção a cozinha, Pablo não estava mais normal, seu olhar estava obscuro e profuso, seu rosto de aparência fria, sem expressões alguma a se notar, o que será que tenha acontecido com ele, tinha deixado ele tão apavorado que fez ele se trancar em seu subconsciente, sem se dar conta, Pablo abre uma gaveta do armário da cozinha, onde havia grandes quantidades de talheres, ele retira a maior faca de lá e começa andar em direção ao quarto da mãe, sem ligar a luz e nem fazer barulho, Pablo fica ali parado diante de sua mãe deitada, e dormindo em sua cama, ela nem se quer consegue perceber que ele estava ali, Pablo por vez, sem piedade alguma começa a esfaqueá-la, os gritos de sua mãe por misericórdia foram todos em vão, ninguém aparece para ajudá-la e, seu filho não hesita em matá-la em momento algum, a cama onde sua mãe dormia se torna uma banheira de sangue, seus membros e órgãos foram rasgados e arrancados com total crueldade, Pablo ainda fora de si, continua a andar, mas dessa vez em direção a porta de saída da casa, caminhado lentamente pelo corredor, onde lá estava o mesmo gato preto de antes, porém deitado e observando calmamente ele caminhar em sua direção, com a faca em sua mão, ele estica o seu braço apontando a faca para o gato, como forma de ameaça, mas o gato nem se quer se mexe, e ainda para zombar de sua cara, abaixa a cabeça e começa a dormir, Pablo nem liga para ofensa que o gato lhe causou, de modo surpreendente ele passa a mão sobre o gato, fazendo carinho em sua cabeça e deslizando pelo resto do corpo, depois do gesto de carinho, ele abre o portão de sua casa e caminha para a rua, ao olhar para cima ele vê a casa de seus amigos, bem na esquina de cima da casa dele, caminhado em direção a casa deles, ele esconde a faca atrás de si segurando com ambas as mãos, chegando na propriedade de seus amigos, ele bateu na porta três vezes, a luz da sala acende e alguém vem caminhado para abrir a porta, Bruno abre a porta e cumprimenta seu amigo, ao estender a mão num gesto de cumprimento, Pablo, puxa o braço de Bruno, fazendo ele cair em sua direção, antes mesmo dele tocar em seu corpo, Pablo dá um gancho no queixo de seu amigo, fazendo a faca que ele estava segurando, penetrar através de sua garganta perfurando-a até sair pela nuca, seus gritos são engolidos pelo gaguejar de puro sangue, seus olhos que lentamente se fecham, extremamente vazio e incompreendido se perde pela escuridão que o leva a morte.

Assustado com o barulho que acabou de ouvir, seu irmão Leandro, sai correndo para fora da casa na intenção de saber o que está acontecendo, sem acreditar naquela cena horrível, ele começa a gritar com Pablo, querendo saber o por que de fazer aquilo. Pablo por vez não respondia nada, seu único gesto era um olhar sombrio e assustador, vendo que Pablo não estava em sã consciência, Leandro entra correndo em seu quarto e pega seu canivete, ao mesmo tempo, Leandro gritava para sua mãe ligar para polícia, mas o que ele não esperava, era que sua mãe já estava morta, ao sair de seu quarto para ver o motivo de tanta gritaria, Pablo a surpreendeu enfiando a faca em sua jugular, quando Leandro sai do quarto já com o canivete em mãos, se depara com sua mãe morta no chão, e atravessado de sua garganta até a ponta de sua cabeça a faca que Pablo estava usando, Leandro já não continha mais suas lágrimas, e muito menos seu ódio que crescia cada vez mais. Assim que ele sai correndo para fora da casa, tentando achar Pablo que já não estava mais ali, ele é atingindo ao passar pela porta, Pablo só estava esperando sua vítima atravessar a porta para podê-lo atingir com um machado, o mesmo machado que Leandro tinha comprado para se defender, já tinha um tempo bom que um cara o seguia na intenção de matá-lo, isso tudo por que ele uma vez defendeu sua mãe de ser estrupada, e esse mesmo cara começou a segui-lo para se vingar, porém Leandro queria fazer a mesma coisa com o cara, mas para ele matar com arma seria muito fácil, então por ideia de Pablo, ele comprou aquele machado, que agora por ironia do destino, o mesmo Pablo o atacava sem piedade.

Pablo acerta a primeira machadada na perna de Leandro, assim fazendo dele um alvo fácil, que não terá como correr para se salvar, depois de acertá-lo na perna, ele começa a bater com muita raiva no joelho de sua vítima, cada membro de seu corpo era estava decepando e esmagando com golpes intensos, os gritos de dor alimentava ainda mais o prazer de Pablo, aquilo o deixa tão bem que ele não se continha e acertava mais e mais, depois de ver que ele já jazia, seus últimos golpes são praticado sobre o corpo sem vida, uma machadada na cabeça que abriu no meio, e outra no pescoço separando-a do resto do corpo.

Depois de matar seus amigos, Pablo sai caminhando com o machado em mãos, arrastando-o pelo chão deixando uma trilha de sangue, sua próxima parada será a casa de seu amigo mais próximo. Assim então ele chega na casa de Marclei, que mora ali perto. Do lado de fora da casa ele chama seu amigo, sem esconder o machado ele fica parado esperando ele vim, rindo e chamando Pablo de louco, Marclei vem em sua direção achando que ele está brincando de assustar os outros com aquilo em mãos, infelizmente para ele aquilo não era brincadeira, e ao abrir o portão de sua casa ele é atingido no braço, o corte não foi tão profundo a ponto de decepar, mas foi forte o suficiente para enfiá-lo em metade de seu braço e ficar preso, gritando de dor, Marclei dá um chute no peito de Pablo para afastá-lo de si, nesse mesmo momento uma luz vermelha que piscava a todo momento, vem se aproximando em direção à eles, o barulho da sirene só fica mais forte anunciando que a polícia estava chegando.

Uma vizinha dos irmãos Bruno e Leandro, que Pablo acabara de matar, viu tudo o que aconteceu e ligou para polícia, seguindo a trilha de sangue que Pablo deixara para trás quando saiu arrastando seu machado, eles rapidamente encontraram sua localização.

Marclei, consegue retirar o machado que ficou preso em seu braço depois de se trancar do lado de dentro do portão de sua casa, mas Pablo dava chute e empurrava o portão à todo custo, ele estava preste a derrubá-lo, com muita dor, Marclei segurava o machado esperando ele conseguir passar pelo portão, ele definitivamente sabia que aquele não era mais o mesmo Pablo de quem ele se tornara melhor amigo, ele não queria matá-lo, mas também não seria morto por ele... um susto maior ainda do que ser atacado por seu amigo, foi um tiro que ele ouviu no momento que Pablo conseguiu derrubar o portão, a polícia chegou bem a tempo de impedi-lo, mas o tiro que atingiu Pablo não o matou, somente o derrubou no chão de joelhos, aquela bala ficou alojada em sua coxa, com muito esforço ele se levanta aos gritos de parado pela polícia, isso nem fez efeito para ele, porém sua ira pelo seu amigo tinha sumido, seu alvo agora era aqueles policias, com um olhar tão sombrio quanto a escuridão, ele caminha para cima dos policias, que não hesitam em atirar em seu peito, de modo sobrenatural Pablo continuava a caminhar na direção deles, como se nada tivesse acontecido, um dos policias ficara com tanto pavor da situação que dominava o momento, que em certo momento começou a atirar somente na cabeça de Pablo, por incrível que pareça a cabeça dele não estourou com os tiros, ficou somente com furos por onde as balas atravessaram, aquilo fazia Pablo sorrir como nunca, chegando perto de um dos policias, ele enfia sua própria mão dentro do peito dele e arranca seu coração para fora de seu corpo, aquilo já era uma cena tão assustadora e fora do normal que o outro policial não aguentou ver a cena... um tiro é disparado e outro corpo cai duro no chão sem vida alguma, o policial não conseguiu aguentar a pressão e enfiou uma bala em sua própria cabeça.

Marclei já sabia que aquele não era Pablo, e o único jeito de pará-lo era matando-o, porém nem os tiros em seu peito e em sua cabeça o fez parar, então o que fazer para deter esse monstro? Foi ai que Marclei olhou para o machado que ele mesmo acabara de desprender de seu braço esquerdo, com uma dor esmagadora e movimentação apenas de seu braço direito, Marclei segura com força o machado e parte para cima de Pablo, que se encontrava distraído lidando com os policias.

Após o policial enfiar uma bala em sua própria cabeça, Pablo só tem mais uma vítima para matar, porém ao se virar... Marclei que vinha correndo em sua direção com um machado em mão, o atinge com toda a força que conseguiu reunir naquele momento, decepando o pescoço de Pablo, fazendo o cair no chão.

Dessa vez Pablo não resiste e morre instantaneamente, Marclei que não tinha ideia do que estava acontecendo, cai sentado no chão, escorado de lado na viatura da polícia, o machado e o corpo de Pablo fica caído ali diante dele, mas ao fechar os olhos e se lamentar por tudo aquilo que acabou de acontecer, Marclei escuta o barulho do machado se arrastando, ao olhar para frente ele se depara com uma cena estranha que o deixa paralisado... havia um gato preto arrastando com a boca o machado e deixando-o em seu colo.

Leandro Scar
Enviado por Leandro Scar em 05/03/2019
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