A Coruja

Uma epidemia de mortes devastava de pouco em pouco a cidade de Rio Verde. Não se sabia ao certo o que estava causando as mortes, tudo até o momento era um grande mistério, não havia evidências deixadas nas cenas de crimes, quem quer que tenha cometidos os atos, limpara cada cena de maneira perfeita.

A única coisa que a polícia sabia sobre os ocorridos, era que, em todos os casos relacionados, havia uma coruja presente, parecia ser sempre a mesma, mas não teria como ter certeza de tal coisa, afinal elas são quase todas parecidas, no ponto de vista daqueles policias era assim, mas, nada descartava a ideia de que sempre era mesma coruja que se encontrava os observando. Cada piscar daquela criatura branca de olhos inteiramente negros causava-lhes arrepios horripilantes e repulsivos, seus corpos entravam em transe ao fixar o olhar sobre ela, a energia vital parecia se extenuar aos poucos, a mente ficara fraca dando espaço para alucinações.

Teve pouco mais de 23 casos ocorridos de mortes misteriosas, que a polícia julgava ser todas relacionadas, entre as vítimas seis eram policias que investigavam o caso, em alguns dos casos foram encontrados bilhetes, todos com o conteúdo semelhante, pessoas dizendo não aguentar mais passar por tudo aquilo, e a melhor maneira de buscar a paz novamente seria dando fim a própria vida.

Tais bilhetes suicidas fizeram os policias pensar que poderiam ter sido forjados, alguns juravam que aquilo era obra de um assassino em série, talvez fosse essa a resposta que todos desejavam ouvir, mas o fato era que ninguém tinha certeza do que estava acontecendo com todos, e o medo de sair de casa e acabar morto causava pânico em toda a cidade, fazendo com que ficassem trancados em suas residências esperando a morte chegar.

*Alucinações*

O jovem Vinícius Campos estava triste, mas um ano tinha se passado e a dor da perda de sua mãe ainda o machucava, os dois sempre foram conectados, uma amizade que poucos conseguiriam ter, mesmo sendo família ou se não fosse, os dois se tratavam não só maneira como mãe e filho, e sim como melhores amigos, além de membros familiares, os dois eram solitários, a morte de seu pai fizera com que ele nunca chegasse a conhecê-lo.

Durante o período de gravidez de sua mulher, ele havia sido internado após ser vítima de uma bala perdida, algumas semanas depois de dar entrada na U.T.I não resistira e morrera, dois meses após o incidente nascera Vinícius, um menino cuja aparência era quase idêntica à do pai.

Vinte e um anos se passaram desde sua chegada a esse mundo, Vinícius já não era mais aquela criança tola, tinha planos a almejar, outros objetivos já conquistados, como sua moto Harley Davidson, que ele trabalhara desde seus 13 anos para comprá-la, seu hobby por livros deixava-o bastante orgulhoso, ler tornava-o culto e lhe dava sabedoria, mas a coisa que mais lhe trazia prazer em ler, era viajar naquelas histórias de aventuras, se colocar no lugar de cada protagonista e viver suas vidas, sentir o cheiro de cada paisagem linda, presenciar cada narrativa de forma única e vívida em seus universos. Sempre ao terminar de ler um livro, ele fazia uma promessa a si mesmo, assim que pudesse ter a oportunidade viajaria e viveria suas próprias aventuras, escreveria seus próprios livros em cada lugar visitado, viveria grandes romances com lindas garotas, e talvez quem sabe um dia, se instalaria em uma cidade boa que lhe possa trazer grandes emoções, e por uma sorte do destino se cansar com uma dama magnífica que lhe dará filhos lindos.

Em três semanas o jovem começaria sua jornada pelo mundo, porém não conseguira completar seu sonho, que foi interrompido por sua morte trágica.

Ao fechar a livraria Nobel, o jovem caminha de volta para sua casa, quando é surpreendido por uma mulher gritando socorro, olhando para ambos os lados ele não consegue avistar ninguém, logo ele acha que está precisando dormir e descansar a mente, ler tantos livros e dormir tão pouco, poderia estar fazendo-o alucinar, os gritos de socorro aumenta enquanto suava um eco pela rua sem fim, da qual ele estava preste a passar em frente, percebendo que não era alucinação e que tinha alguém realmente precisando de ajuda, ele não pensara novamente e sai em direção ao som que ouvira. Não poderia ser possível uma cena daquela, grandes manchas de sangue se estendia pelo asfalto, formando vários desenhos diferentes, algumas um tanto perturbadoras, a mancha de sangue formara a cena de um bebê sendo devorado por um cão, que na ocasião, devorara sua cabeça por completo, outra imagem formada pelo sangue era uma palavra que dizia, “Sua alma será minha e me deliciarei com o sabor dela”. Vinícius se espanta com a cena que presencia e se vira para ir embora, mas aquele grito de socorro não cessara a momento algum, ele não sabia o que fazer, por mais que os gritos fossem fortes e altos, não tinha como saber de onde o som vinha, pensando que aquilo tudo deveria ser apenas coisa de sua mente, ele caminhou de volta para sua casa, mas novamente foi surpreendido, dessa vez por uma mulher sentada no canto de uma calçada, beirando o portão de uma casa, ela estava com os braços sobre a cabeça que se mantinha entre as pernas, fazendo com que ele não pude-se ver o rosto dela, parecia que estava com medo de algo e só queria se proteger. Chegando perto da mulher, ele já podia perceber uma quantidade razoável de sangue ao redor dela, preocupado ele retira o celular do bolso para ligar para ambulância, tentativa em vão, o sinal do celular estava fora de área, Vinícius estica o braço em direção da mulher e a toca no ombro, ao mesmo tempo pergunta o que aconteceu para estar naquelas condições, ela não responde a pergunta, tudo que ela dizia era “socorro, socorro”. Vinícius, se levanta dizendo que irar procurar ajuda e voltará quando encontrar, mas ela não queria deixá-lo ir, ela só queria que ele ficasse para protegê-la, mas não dizia do que estava com medo, nem quem tinha feito aquilo com ela. Foi no momento que ambos ouviu o barulho de uma coruja se aproximando que a mulher se levantou gritando e correndo para o meio da rua, a próxima cena para Vinícius foi lamentável, um carro muito rápido e desgovernado vem em direção da mulher, atropelando-a e fazendo-a rolar várias vezes sobre o asfalto cheio de cascalhos ponte agudo. Braços e pernas quebrados, pescoço com fratura exposta, o resto do corpo todo ensaguentado com grandes arranhões de profundidade imensa, isso foi o que restou da pobre mulher que só queria ser ajudada.

Vinícius, não conseguiu tirar a cena da mulher morrendo de sua cabeça, todo momento que fechara o olho, via ela sendo atropelada, aquilo para ele era uma das piores cenas de sua vida, afinal, foi da mesma maneira que a mãe dele morrera quando ele tinha 8 anos de idade, por pior que possa ser, ele também estava presente quando a mãe faleceu, e presenciara tudo de perto, foi vários anos de sofrimento até conseguir superar, agora com mais uma cena parecida, tudo voltou a tona e com mais força, seu sofrimento só estava no início.

Uma noite depois de ver a mulher morrer, ele passa por uma experiência pior ainda, o jovem tomava banho na água gelada quando a mesma começara a ficar tão quente que ao tocar a pele queimara instantaneamente, Vinícius desliga o chuveiro e se enxuga em frente o espelho, quando termina de limpar o rosto, a imagem de sua mãe aparece no reflexo do espelho lhe dando um susto tão grande, que o fez pular para atrás, rapidamente ele limpa o rosto de novo e olha atentamente no espelho, mas dessa vez nada aparece a não ser a sua própria imagem. Com o corpo tremendo de susto, ele caminha para sua cama, o que ele mais queria era dormir e esquecer de tudo o que estava acontecendo, porém, ao passar pela cozinha e antes de chegar em seu quarto, ele ver novamente uma mulher, mas agora essa estava mexendo no fogão, uma mulher que lembrara tanto sua mãe, o avental, o jeito de mexer no forno, cada gesto feito o fazia lembrar sua mãe, o jovem já não conseguia segurar suas lágrimas e algumas gotas escorreria sobre seu rosto, a saudade de tê-la ao seu lado era tanta que só ela o importava para ele, se aquilo fosse real ou não, já não tinha importância, passar nem que seja poucos segundos ao seu lado era a única coisa importante.

A mulher se vira para ele e pergunta se ele aceita bolo de cenoura com cobertura de chocolate, era o bolo preferido dele, que sempre sua mãe fazia para o agradar. Ao ver que era realmente sua mãe que estava ali fazendo seu bolo preferido, ele corre até ela e lhe dá um abraço tão apertado para recompensar todos os anos longe dela, quando ele a solta e se afasta para olhar em seu rosto, vem o maior susto de sua vida... o rosto de sua mãe estava todo deformado, com cacos de vidros entalhados em seu rosto, sua barriga lentamente começara a sangrar e aparecer marcas de rasgados, ela começara a ficar igualmente a hora que morreu atropelada, seu rosto lívido e triste se transformara em puro ódio e raiva, Vinícius dá dois passos para atrás, assustado e com medo, a mãe dele por vez o ataca com extrema força bruta e o morde no pescoço rasgando sua garganta, ela parecia gostar de se saciar de seu próprio filho, enquanto ele fica se debatendo no chão com sangue escorrendo de seu corpo.

Tempos depois, surpreendentemente o jovem acorda na cama de um hospital, seus olhos que lentamente se abrem, consegue perceber as máquinas do ambiente em funcionamento, ele não fazia a mínima ideia do aconteceu, uma enfermeira entra em sua sala e sem perder tempo ele a pergunta o que houve com ele, ela responde que o mesmo teve uma convulsão, mas por sorte conseguiu se salvar, de pouco em pouco ele começa a se lembrar de sua mãe o atacando, da mulher de que foi atropelada após pedir ajuda, tudo passa a vir à tona.

Sem receber alta no hospital, Vinícius consegue fugir e ir embora para sua casa, chegando lá, ele pega o primeiro pedaço de papel começa a escrever um bilhete, depois o guarda em seu bolso, caminha rumo a uma rodovia que passara e cima de um túnel, ele para em cima da rodovia bem no exato local que ficava o túnel, ficara minutos olhando para baixo a transição dos carros, depois de alguns segundos ele pula de cabeça e morre, com o contato no chão seu pescoço se quebra, juntamente a quase todo resto de seu corpo, pouco tempo depois a polícia chega e começara a investigação, do outro lado da rua onde se localiza o corpo de Vinícius, uma coruja fica parada olhando para os policias, porém ela tem a maior prova do crime presa em seu bico, a carta que Vinícius escreveu pouco antes de morrer, um dos policiais percebe que ela está com uma carta em seu bico, o policial ao atravessar a rua é surpreendido quando uma carreta desliza da rodovia e se descontrola, fazendo com que caia em cima do policial o esmagando completamente, enquanto todos correm para tentar socorrer o policial e o motorista da carreta, a coruja ergue voo em direção ao corpo de Vinícius, e deixa o bilhete em cima de seu corpo, o mesmo bilhete que ele mesmo escreveu, um amigo dele que chorava sua perda, caminha até mais próximo ao corpo e vê o papel jogado em cima, sem ninguém perceber ele retira o papel e sai andando para longe do corpo, depois de chegar em casa ele começa a ler o que está escrito no bilhete.

“Não consigo mais suportar isso tudo, primeiro minha mãe, depois aquela mulher na rua, desde o encontro com ela comecei a ter alucinações e são tão frequentes que não consigo ficar em paz, sinto minha energia se extenuando, não suporto isso mais, prefiro morrer e ficar logo junto à alma de minha mãe. Adeus!!!”

Depois de ler bilhete suicida de seu melhor amigo, Diego Moraes resolve investigar por conta própria o caso dele, até então sua única pista também era a coruja, ele foi em todos os locais que seu amigo tenha passado antes de começar a ter alucinações, duas semanas depois de começar a investigação, o corpo de Diego é encontrado, ele morrera de parada cardíaca, mais 23 vítimas morreram no mesmo ano, ninguém conseguiu achar o culpado, a polícia já estava preste a desistir do caso, mas o irmão mais novo de Diego, nunca desistira de encontrar o culpado, a morte de seu irmão não o deixara ficar um dia se quer em paz, tinha algo a mais nessa história e não poderia ficar assim.

Depois de quase um ano de pesquisa, Jean finalmente chegou a uma pista que nem os policiais conseguiram, só havia uma coisa parecida com os acontecimentos de agora, em 1964 uma mulher foi morta de maneira parecida e na cena só encontraram uma coruja, o jovem Jean foi atrás de uma pessoa que tinha relação com a mulher que morrera anos atrás, a irmã dela que ainda estava viva e morando no mesmo lugar de antes.

Ao chegar na casa dela, ele vai direto ao assunto e ver se ela sabia de algo sobre o assassinato de sua irmã, o que ele descobriu com a simpática senhora foi surpreendente, ela contou uma história que não fazia nenhum sentido em ser real, mas os fatos diziam ao contrário, a senhora contou que sua irmã era linda e cobiçada por todos os homens da época, ela era apaixonada por um homem casado que jurou se separar e casar com ela, coisa que ele fez pouco tempo depois, porém a mulher que tinha acabado de ser largada jurou se vingar, sendo assim, jogando uma maldição para ela se arrepender para sempre de ter feito aquilo, a mulher foi até uma feiticeira que todos temiam e fez um acordo com ela, ninguém sabe o que ela ofereceu, mas em troca a mulher que roubou o marido da outra ficou várias semanas tendo alucinações, ela dizia que via gente morta tentando matá-la, sofreu bastante com isso até o dia de sua morte, e o modo que ela se foi, certamente foi um ato sobrenatural, várias corujas a atacaram sem misericórdia comendo seus olhos e depois seus órgãos, antes de morrer algumas pessoas puderam a ouvir jurando um dia voltar e matar todos que cruzassem seu caminho, depois disso nunca mais tinha ouvido falar na mulher que jogara o feitiço sobre sua irmã, até um ano atrás, quando leu no jornal que a mulher morreu atropelada após várias alucinações, no início acreditava que era sua irmã, que tinha voltado para se vingar, mas agora ela passou do limite e está matando todos que vê pela frente.

Depois de ouvir toda a história sobre a tal mulher que voltara para se vingar, Jean não sabia como resolver uma coisa desse tipo de gravidade, mas para seu azar ele não precisaria fazer nada para detê-la, ele foi o próximo alvo dela. Um dia depois de ficar sabendo sobre tudo o que aconteceu realmente com seu irmão e seu amigo, ele comenta com dois colegas, na tentativa deles o ajudar a resolver, nenhum deles demostrou interesse no assunto, e ainda começaram a chamá-lo de louco, com raiva de todos por ninguém acreditar em tudo que ele comentara, o rapaz vai embora cabisbaixo e triste, mas em nenhum momento deixara a ideia de se vingar sair de sua mente. Seu amigo que trabalha de vigia noturno na usina Decal, tinha posse de arma de fogo, Jean liga para seu amigo e vai até lá para buscar uma arma emprestada, quem sabe com isso ele não consiga se defender e se vingar da maldita mulher. Como o combinado ele consegue tomar posse da arma de seu amigo, uma Glock 380, com poder de fogo impressionante, depois de se armar ele parte rumo a casa da mulher que jogou o feitiço sobre a assassina misteriosa. Assim que pisa no terreno da mulher, sua primara vista lhe faz tremer, a imagem de sua namorada enforcada na varanda da casa, ele corre até lá e num piscar de olhos não consegue vê-la mais, logo ele percebe que também já está sendo outra vítima, sua mão já se põe sobre a arma e seu instinto o deixa em alerta à qualquer movimento, ele bate na porta da casa esperando que alguém apareça e lhe dê mais informações, mas não é isso que acontece, a porte lentamente se abre com um rangido estrondoso, com muita cautela, Jean termina de abrir a porta e entra, dentro da casa havia móveis mofados com marcas de rasgados de faca, poeira sobre todo contexto do local, teias de aranha nos cantos das paredes, cenário tão imundo que poderia ser usado em filmes de horror, o que mas deixou Jean abalado foi as fotos da qual estavam penduradas na parede, havia quatro delas, uma com o retrato da própria dona, outra com a imagem de uma coruja preta com olhos vermelhos, a terceira era seu irmão estirado no chão com um machado retalhando seu peito, e a última era sua namorada com uma corda amarrada no pescoço. Seu desespero logo o domina fazendo-o ligar imediatamente para sua namorada, várias tentativas de ligações e nenhum resultado, toca até cair em todas as vezes, um barulho de liquidificador começara a soar da cozinha, logo ele caminha até lá para verificar, sempre com uma arma na mão pronto para atirar em quer que fosse, a primeira parte de seu corpo que passara da porta da cozinha foi a cabeça, tentando enxergar se havia alguém no recinto, nada avistado além do liquidificador que permanecera ligado, Jean retira o fio da tomada e mesmo assim ele não desliga, aquilo o deixou com mais tensão ainda, uma voz começara a clamar por seu nome, e a voz vinha de dentro do liquidificador, reparando melhor o que continha ali dentro, era partes de um corpo humano, orelhas e olhos sendo triturados, pedaços de lábios que ainda sim clamavam ajuda em seu nome, mesmo sabendo que aquilo era alucinação o medo que ele sentia era tão grande que suas pernas bambearam, após ouvir o barulho da porta da sala se fechando, ele quase não respirava de temor, com o máximo de esforço possível ele ergue o braço que empunhara a arma e caminha rumo a sala, se avistasse algo atiraria sem excitar, esse era seu pensamento no momento, para sua surpresa quem acabara de entrar na casa era seu irmão, estava do mesmo jeito de antes de morrer, suas roupas e expressões faciais eram as mesmas, ele não sabia se sorria ou se apavorava com aquilo, a saudade de seu irmão era tanta que ele quase parte para abraçá-lo, mas um instinto dizia para ele não ir, com dor no coração, Jean aponta a arma na direção da cabeça de seu irmão e puxa o gatilho várias vezes, depois de descarregar o pente de sua arma, ele cai sobre o carpete da sala e começa a chorar, com os olhos fechados ele fica se lamentando, ao abrir os olhos novamente sua tristeza se torna um desespero, não era seu irmão que estava caído morto no chão, e sim uma garotinha de 8 anos, ela estava caída com uma boneca na mão que perdeu um olho com um dos tiros disparados, a menina que estava morta era filha da anfitriã, a irmã mais velha dela que ouviu os tiros desce correndo de seu quarto, Jean olha para ela e passa a ver uma mulher com o rosto todo deformado com facas em suas mãos, porém o que via era tudo ilusão, a mulher estava desarmada, somente gritando e chorando de desespero por aquele homem ter matado sua irmã, ela tenta correr para seu quarto de novo para chamar a polícia, mas ele a pega pelo cabelo e a derruba no chão, sem balas na arma sua única alternativa foi enforcá-la até a morte, depois de perceber atrocidade que vez, vendo que aquilo não era alucinação e sim realidade, ele acabara de matar duas pessoas inocentes, ele pega o corpo da irmã mais nova e enterrara em um lote baldio perto dali mesmo, o corpo da irmã mais velha ele jogara em um lago juntamente ao seu carro. Sua mente não parava de pensar naquilo tudo, como pode chegar tão longe assim, a ponto de matar duas pessoas.

Seu celular começa a tocar e ao atender uma notícia lhe deixara mais infeliz ainda, sua namorada tinha sido encontrada morta com uma corda em volta do pescoço, a polícia dizia ser suicídio, mas não havia nenhuma carta deixada para ter certeza de que foi isso mesmo que aconteceu, seu maior desejo agora era enfiar uma bala na cabeça e chegar no fim disso tudo, em vez disso ele foi até a mesma rodovia que seu amigo morreu e ficou olhando para o mesmo lugar que ele se jogou para a morte, no mesmo local que seu amigo morreu tinha uma coruja pousada no chão, que ficava somente o observando, uma intensidade no olhar fazia seu corpo tremer, suas lágrimas escorria pelo rosto e se perdia pelo asfalto, Jean retira uma faca de seu bolso, uma faca que ele pegou após enterrar os corpos dos quais havia matado, com um suspiro forte e profundo, ele enfia a faca o mais forte que conseguiu em seu próprio peito, seu último gesto foi olhar para o céu sorrindo enquanto suas lágrimas caíam, com sangue escorrendo de seu peito onde a faca encravou e um pouco escorrendo também de sua boca, seu corpo já sem força alguma para se manter em pé, se desloca para frente fazendo-o cair de cima da rodovia, sua morte é instantânea ao se chocar com o asfalto, do lado de seu corpo pousa uma coruja que se transforma em uma linda mulher, ela fica somente observando o corpo sem vida de Jean, que depois de todos os esforços terminou com o corpo estendido no mesmo local que seu amigo morreu um ano atrás.

Leandro Scar
Enviado por Leandro Scar em 19/03/2019
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