O Cirandeiro, Para Paul

Os relógios já marcavam três da manhã

Silêncio e calmaria no metrô, ruas vazias, dormia a cidade na alta madrugada

O rapaz, imerso em solidão, esperava o dia clarear

Sobre a mesa, uma carta com poucas palavras enviada por um amigo distante

Outro rapaz também de poucas palavras

Um voo para Amsterdã nas primeiras horas do dia

Na televisão transmitiam notícias vindas da Ásia, terremotos, vilarejos, furacões

Pela janela entravam as luzes dos bordéis do outro lado da rua

Sob às luzes, Paul revirava as páginas de um livro muito antigo de origem desconhecida

Imagens e expressões que nem mesmo a mais avançada das mais avançadas tecnologias conseguiria discernir o que era bom e o que era ruim

Ao folhear o livro empoeirado, ele encontrou uma página marcada que o deixou intrigado

Um imenso círculo traçado à luz de velas

Pessoas encapuzadas com roupas escuras em volta do círculo liam escrituras antigas e levantavam ao céu objetos e drinks como oferendas, joias, luxúria, soberba

Ritos de passagem

No centro, um monumento de uma criatura enigmática, até então desconhecida para o homem médio

Não era uma roda de conversa e não tinha nada de parecido com um céu bonito

Era como se fosse uma Ciranda e o Cirandeiro não falava Português

Os olhos de Paul escureceram, perderam o brilho ao fitar os olhos da criatura medonha

Um rapaz agora mais triste, mais sombrio

Era frio na Rússia, quando tudo começou.

Maia_XIII
Enviado por Maia_XIII em 28/03/2019
Reeditado em 28/03/2019
Código do texto: T6609578
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.