COLETÂNEA - minicontos 


I
BATINA SANGRADA

Em cruz, sob a abóbada divinamente decorada, punido por seus muitos pecados, O Padre Guilherme jazia no solo sagrado, com a frente de sua batina ensopada de sangue, tendo em sua mão esquerda sua pior arma decepada, em formato cilíndrico ladeada de duas bolas murchas. Caminhando tranquilamente para a saida da nave, duas paternas mentes seguiam vingadas.


II
CAVALO DE TRÓIA

Na gamela miúdos de gente, sangue quente e tempêros, muito azeite e uma enorme pança dos membros inferiores desmembrada, pronta para receber o recheio suculento, iria para a churrasqueira improvisada depois de costurada.

No jardim, sua melhor amiga Cecília com marido, filhos e sogra, junto as suas outras duas amigas Nanda e Iolanda, aguardavam com seus maridos o assado que seria servido por mim. Todos estavam felizes de poder estar me fazendo companhia, em mais um fim de semana à trabalho de meu simpático marido, eu não quis ajuda de ninguém, não queria que soubessem o segredo da receita, fiz tudo sozinha, seria uma surpresa. Depois de descobrir suas traições com elas Luiz Cláudio, gostaria muito de ver a cara das minhas 'amigas' ao saboreá-lo defumado pelas brasas...qualquer punição que viessem a me imputar, seria infinitamente menor, do que o prazer que daqui para o final da tarde eu sentiria.



III
AZUL ENTORPECENTE

Era só mais uma balada, só mais uma noite de esbórnia, um amigo novo, um cheiro, um beijo, um êxtase, uma oferta nova, um azul brilhante estendendo a euforia, euforia, euforia, euforia..........um corpo espumando no chão e um desaparecer sorrateiro, sem culpa, seguindo ileso para outra boate.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 26/05/2019
Reeditado em 27/05/2019
Código do texto: T6657038
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