A Velha Casa
A velha casa ainda está de pé
Mesmo com o que aconteceu, você sabe como é...
Cada um com o castigo que mereceu
O fogo subiu até o teto
O rifle cantou o seu primeiro disparo
Tudo era como devia ser,
Até virar resto.
E então retroceder a sua matéria primitiva,
E no fim, se tornar anti-matéria.
Um rouco pedido de ajuda
A lua fechou seus olhos e deu de bruços
O brilho do céu estrelado encontrou o seu fim
O silêncio que exala lá de dentro, pelas janelas estilhaçadas
Me faz cogitar a possibilidade de ser o único sobrevivente
O fogo tomou o abrigo
O vacilo do rifle em seu disparo
Cada um com seu castigo
Mas este ainda não é o preço que eu tenho que pagar
Guiado por uma natureza incompreensível à percepção humana
Minhas mãos não tremiam no instante em que mirava o combustível
E eu até diria: "movimentos involuntários!"
Mas a noite se revela testemunha contra mim
Meu peso em ouro, uma alma a mais para as criaturas do vale
À espera do fim que nos fora prometido.
As luzes se aproximam,
Em sua timidez, a curiosiodade dos moradores da região
Acompanhados das sirenes e dos homens de estrelas no peito
Suas atitudes protegidas sob o manto da Lei
O rifle se encolhe nas sombras
Inicia sua nova melodia
Acertando homens de bem, segundo a melhor doutrina
O rifle cai, a música se encerra, o show acaba.
Enquanto a mim,
Eu já nem sei mais quem sou, Senhor Policial...
Será que sou digno de pisar na minha própria terra?
O último ato, a última chance
Descanso em paz.