O Parque

Junho veio dar as caras e no interior é aquela festa

Fogos, missas e novenas

Crianças correndo e algodão doce

Luzes, pipoca e milho assado

Além disso, o principal.

As luzes dançam no parque

Um emaranhado colorido cintilante

De tirar os pés do chão e ver o tempo passar

Assim, aproveitamos a roda gigante

E na qualidade mágica de surpresa, ela me traz a novidade

Mesmo quando a roda gigante para

E nos deixa no ponto mais alto do lugar.

A felicidade dá lugar ao medo

Ao ver o inferno se espalhando como um câncer pelo parque

E no peso da sua mão, sinto um aperto

Um último beijo, desses cheios de desejo

Enquanto as pessoas lá em baixo estão pegando fogo

A roda começa a girar,

Deve ser a nossa despedida

Um aperto forte, o último abraço.

Ao descer da estrutura, corremos para o carro

E a seguir, os atos que não condizem com a novena

A roda gigante contorcida e amassada como uma laranja

O pipoqueiro empalado por uma viga de madeira

Crianças correndo e gritando pelas mães

Homens e mulheres numa desordem social

Pais de família e andarilhos cometendo suicídio

A gosma preta tomando o carrossel.

Apesar do cenário hostil, eu tento acalmá-la

Mas não há nada que seja possível

Quando você considera que até o céu está ficando vermelho

Uma barra de ferro se desprende da roda gigante

E vem em direção ao nosso carro

Mas nós conseguimos fugir e nos esconder

Atrás de um caminhão que estava por ali.

O Velho de Terno Roxo, meio deslocado de tudo aquilo

Sentado num banco que costumava ser dos namorados

Apreciava a vista,

Parecia que ele gostava do que estava acontecendo

Ele olha bem no meu olho

E começa a caminhar em nossa direção

Entre chacina e atrocidade

Misturando os conceitos de atitude e violência.

Suponho que ele não fala a minha língua

Pela sua aparência incomum a nossa cidade

Ele aponta o dedo e diz:

"Escolho você!"

A partir daí, eu não vi mais nada

Quando acordei, era madrugada

O dia prestes a amanhecer

E quando a vi, no asfalto vulcânico

Sua cabeça estava separada do corpo

E na sua barriga, ele já não respirava mais.

Maia_XIII e Paulo Eduardo
Enviado por Maia_XIII em 09/06/2019
Reeditado em 09/06/2019
Código do texto: T6668390
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