O PREÇO DA MORTE

Escreverei um conto de terror.

As coisas que vou descrever estão bem presentes na minha cabeça.

Poderia dizer se tratar de um sonho.

Estava eu absorto com aquele semblante do falecido, o qual parecia estar vivo, pois acabara de ser assassinado.

O corpo estendido na maca tinha os olhos cerrados e olhavam para mim com ternura.

No vai e vem de pessoas na emergência do hospital fiquei a sós com o defunto que tinha a boca aberta parecendo bocejar.

Cheguei apalpá-lo para certificar se não estaria vivo e manusear com as mãos a sua cabeça.

Estive com o falecido algumas horas antes de sua morte e ele falou a respeito de uma dívida que só não pagaria se fosse morto.

E profetizou que se fosse assassinado, cobraria o preço da sua morte.

Mas agora o corpo deveria ser encaminhado ao IML.

Enquanto isto, as tratativas com o plano funerário.

O velório aguardava as mais variadas presenças, como era de se esperar.

Velas e coroas de flores ornam a sala de estar, preparada para receber o esquife.

Ninguém apercebe quem traz o caixão.

Parentes choram.

Crianças perambulam.

Pessoas entram, permanecem e saem.

O tempo passa, e chega hora do enterro.

Houve determinado momento, em que todos saíram da sala e o falecido ficou sozinho.

O caixão havia sido fechado.

De repente, chega o veículo da funerária.

E o motorista que desce todo esguio e uniformizado, era o próprio defunto, que fala em alto e bom som:

- Preciso cobrar o preço da minha morte!

edras josé
Enviado por edras josé em 19/11/2019
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T6798413
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