Baile de máscaras
O salão estava lindamente decorado e seria impossível a qualquer um que estivesse naquela festa não se sentir empolgado. Os músicos se esmeravam ao máximo em tocar as melhores músicas. Comida e bebida da melhor qualidade. Fantasias de todo tipo e o mais interessante de tudo: todos os participantes com belas máscaras a ocultar-lhes o rosto.
Sara havia recebido o convite e não pensou duas vezes para aceitar, afinal, quem de sã consciência recusaria uma festa tão luxuosa? Confeccionou uma bonita máscara que chamou de “feiticeira do fogo’ e foi para o baile.
Bebeu vinhos de sabor maravilhoso, provou comidas que sequer imaginava que existiam. Circulou alegre pelo salão recebendo diversos olhares, nunca antes estivera tão feliz em uma festa. Como seria o rosto daquelas pessoas? Todos nobres e ricaços com certeza. Aos poucos foi ficando mais e mais curiosa. Provavelmente as mulheres do baile seriam lindíssimas e os homens, com certeza, teriam o rosto de deuses gregos, pensava isso ao mesmo tempo que esboçava um sorriso para um homem alto e atlético com máscara de tigre que não tirava os olhos dela.
Próximo da meia noite as luzes se apagaram e só a leve penumbra de pequenas luminárias forneciam alguma iluminação.
A imponente voz do mestre de cerimônias anunciava que era chegado o momento de todos tirarem as máscaras.
Sara não esperava por isso mas adorou, aquilo dava um toque especial à festa. Era a hora de ver o rosto daquelas pessoas, principalmente do cavalheiro com máscara de tigre.
As luzes se acendem e Sara irá finalmente ver o rosto de todos naquela linda festa.
Não havia rostos a serem mostrados ... o grande salão estava repleto de pessoas sem face. A música voltou a tocar, pessoas voltaram a dançar, rir conversar, mas não havia bocas, nem olhos, não havia nada.
Sara está estupefata com o que se descortina à sua frente. Em desespero tenta correr dali mas suas pernas não lhe obedecem. Com o coração batendo alucinadamente em seu peito procura pelo rapaz com mascara de tigre. Ele também não tem rosto e sequer olha para ela.
Um grito fica preso em sua garganta ao levar as mãos ao rosto e sentir que não existe mais boca, nariz, olhos...
A musica alegre continuava a tocar. Todos dançavam, cantavam, bebiam e riam.
Sara agora era um deles.