Ao Prazer da Leitura CLTS 10

Hoje acordei estranho, sentindo-me cheio de um profundo vazio. É como se todo o sangue do meu corpo tivesse sido drenado, só que ainda assim pesasse toneladas.

São onze horas da manhã, estou no segundo andar de um modesto hotel da cidade de Guaratinguetá, e daqui posso ver a magnífica matriz de Santo Antônio, o tempo nublado, peneirado de uma chuva fina, parecendo ter afugentado seus fiéis, tornando-a tão insípida quanto um cemitério. No meu colo, o notebook me observa com a página branca do Word aberta, o cursor piscando impaciente como se indagasse minha incerteza. E essa indagação já dura três horas.

Desculpem a embromação, mas quando não temos assunto acabamos por falar do tempo ou de coisas inanimadas, que não podem se defender ou argumentar, mas não é este o caso. Tenho muito a dizer, só não sei por onde começar, porque também não sei como tudo começou.

Além do mais, como já devem saber, sou criminólogo forense, alguém em quem se credita esperanças de ter mistérios solucionados, porém ontem ocorreu algo que não sei como explicar. Algo que vai além de qualquer compreensão racional ou hipotética que se possa imaginar. É algo tão bizarro que se Stephen King, Mary Shelley, Poe, Straub e Koontz se juntassem não haveria igual resultado.

Oras, a única coisa que recordo com clareza é de estar no site Recanto das Letras, sapeando algumas histórias do Concurso Literário de Terror e Suspense, e havia acabado de ler o conto R.M. Renfield do autor Anderson Roberto, quando bateram na porta do quarto. Eram quase duas da madrugada.

— Tem alguém querendo falar com o senhor na recepção.

Era a arrumadeira, a cara amassada de sono. O hotel é pequeno e provavelmente alguém a havia acordado apenas para vir me chamar.

— A essa hora?

— Ele é da polícia, mostrou distintivo e tudo, mas não quis subir. Preferiu ficar na recepção, parece assustado.

Também me assustei. Sou de São Paulo e vim a Guaratinguetá fazer um curso de especialização em tafonomia forense. Duraria dois dias e começaria somente na manhã seguinte. Em teoria, eu era um estranho naquele lugar, mesmo assim joguei a jaqueta sobre as costas e desci.

— Precisamos de sua ajuda. É urgente.

O policial, um negro alto e corpulento, me disse isso assim que cheguei à recepção, sua pele pálida e os olhos esbugalhados. Em seguida, se identificou com o distintivo da Polícia Civil, falou meu nome completo e citou informações que ele só teria conhecimento se fossem repassadas por alguém.

— Nem sei por que você sabe tanta coisa de mim; aliás, não estou entendo é nada.

— Vai entender quando chegar à cena do crime. Precisamos de um sujeito bom para entender o que aconteceu naquele lugar. Explicarei tudo no carro.

E explicou e explicou, mesmo assim não entendi coisa alguma. E ele ainda explicava, quando saímos da zona urbanizada, entramos numa estrada de terra e finalmente paramos na frente de uma casa. Era modesta, recuada da estrada por um quintal enorme, e às voltas nenhum vizinho, apenas mato e escuridão.

— Quem mora aqui?

— Uma senhora meio biruta.

— Sozinha?

— Sim, mas os filhos a visitam com frequência… e também tem uma coisa no porão.

Já seguíamos pelo quintal e devo ter gritado quando indaguei:

— Uma coisa… no porão? O que é mais estranho, a coisa ou o porão?

— Ambos. Para nós é incomum alguém ter um porão, mas vai ver que o que ela guardava lá é mais incomum ainda.

Entramos na casa, um local comum, limpo e bem organizado, a atravessando por completo, passando por uma espécie de corredor e chegando a um galpão. Dois outros policiais nos aguardavam e nos cumprimentamos em rápidos acenos de cabeça. Entre eles, uma portinhola erguida dava acesso ao porão.

— Pode descer, há uma boa iluminação lá embaixo.

A escada era de madeira e gemeu num TOC-TOC-TOC sob nosso peso. Ele apontou um cadáver à esquerda, sentado à escrivaninha, diante de um computador.

— A velha morreu enquanto lia, sei lá, talvez chocada com alguma novidade sobre o coronavírus.

A observação foi feita com a naturalidade de um guia turístico durante uma excursão, sem empatia ou respeito. Por outro lado, eu nem havia notado o cadáver. Minha visão de fixara na parede oposta, um imenso aquário com algo dentro. Caminhei sem nada dizer, parando diante dele.

Um homem, pernas cortadas e suturadas, os tocos dos braços estraçalhados, a boca sangrenta com nacos de carne evidenciando a extrema loucura que o consumira antes da morte.

— Consegue encontrar lógica para isso?

O policial se emparelhara comigo e sondava as marcas de sangue respingado e ressecado em ângulos insanos por todo o vidro.

— Tem ideia do que aconteceu?

Às vezes por ser criminólogo forense as pessoas acham que tenho bola de cristal ou algo equivalente. Pensam que é só chegar à cena do crime que as engrenagens do meu cérebro começarão a girar e em segundos pronto!, eis o desenlace de todo o mistério.

— Sei exatamente o que houve.

Respondi, mas as palavras saíram mecanicamente, pois meu corpo tremia em total descontrole. Aquilo não poderia ser verdade e ninguém acreditaria se eu dissesse qual era a verdade.

— O nome deste homem é George e ante a perspectiva de morrer de fome, mordeu os cotos dos braços para sangrar e abreviar sua vida. Procurem os filhos da velha, eles são os culpados.

— Está de brincadeira comigo?

— Não, mas acho que Deus ou o diabo resolveu fazer uma paródia sórdida comigo. Isso não pode estar acontecendo. Isso é quase como estar Sob os Porões da Insanidade ou prestes a entrar no Hospício Azevinho…

— Acho melhor você sair e tomar um ar lá em cima... isso aqui deve ter perturbado sua mente. ALEX, desça aqui, acompanhe nosso amigo…

O homem veio, um sujeito meio mongolóide e esquisito, e fiz o possível para ficar longe dele quando subimos as escadas para o galpão.

Déjà vu.

Déjà vu.

Déjà vu.

Não sei por que, mas a palavra tiritou em minha mente como se quisesse zombar de mim, enquanto fiquei lá parado e o tal Alex voltou a conversar com seu parceiro. Déjà vu. Os dois, numa animada conversa, um falando sobre o que fazia com as xícaras de café no refeitório e o outro comentando que de hoje sua Ritinha não passava.

Déjà vu dos Infernos!

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo e quem futuramente ler este texto talvez sinta a mesma sensação estapafúrdia que eu sentia naquele momento. Estapafúrdia por saber o que está acontecendo, não querer acreditar que está acontecendo e mesmo assim ficar ansioso para descobrir o que enfim vai acontecer.

Mal terminara minhas conjecturas, o policial subiu do porão, trazendo algo na mão.

— Encontrei caído ao lado do computador, deve ter rolado da mão da velhota. Dei uma folhada e não entendi nada. Parece que ela usava para fazer rascunhos de histórias de gente doida, sei lá.

Ele falou já me estendendo um livreto escrito O Diário de Teresa Maria no centro da capa marrom, as letras floreadas em dourado. Em qualquer outra situação eu teria mencionado a importância da preservação de provas no local de crime, mas naquela apenas peguei o livreto, trêmulo, aflito com o que encontraria ali descrito.

E quase tive um ataque do coração ao abri-lo e ler o título Uma Cova Grande Para Teu Defunto Parco, o primeiro parágrafo da narrativa parecendo ser direcionado explicitamente para mim. Lembro-o de cor e salteado.

[Gosta de histórias de terror? Então me acompanhe, tenho uma das boas para contar. Prefere primeira ou terceira pessoa? Estar diante dos fatos pode ser interessante, mas bancar Sir Sherlock Holmes é ainda melhor. Hã? Tanto faz? Tudo bem, então aumentaremos as apostas. Será em segunda pessoa. Nunca ouviu falar? Sinceramente não contava com isso, mas sei que você é inteligente e não perderei tempo explicando, afinal é só vir comigo e logo entenderá do que estou falando.]

— Está tudo bem? Quer subir e tomar um ar?

— Subir?

Eu repeti a frase, olhando incrédulo à minha volta: de uma forma louca e inexplicável estávamos novamente à frente do Aquário, o cadáver mutilado de George nos fitando com sua boca ensaguentada, parecendo debochar de minha incredulidade. Um maldito loop temporal? Teria sido isso? Não sabia, mas lembro que tentei dizer algo, argumentar com gestos patéticos que já havíamos subido e… emudeci de repente, estarrecido. O livreto AINDA continuava em minhas mãos e quase pude SENTIR uma voz sussurrando de dentro dele: em segunda pessoa.

— Sua cara está péssima. Acho que não foi uma boa ideia trazê-lo aqui. E eu também nem deveria ter atendido aquele chamado.

— Que chamado?

— Fomos notificados pelo rádio, viemos até aqui e então recebi instruções para ir ao hotel avisá-lo.

— Instruções de quem?

— Somente as recebi.

Eu já não estava entendendo nada desde o início e a partir daquele momento menos ainda. Quem estaria por trás de uma história maluca como aquela? E se eu resolvesse contar tudo o que havia se passado ali, quem em sã consciência acreditaria em mim? Veja bem, até mesmo se um escritor lunático em seus momentos mais disparatados de inspiração fosse criar uma narrativa com tais eventos tudo pareceria inverossímil e incoerente, mesmo assim um alguém resolveu criar aquele absurdo e me colocar no meio.

Ou estaria eu sofrendo de algum súbito transtorno mental e alucinando? Claro que não, aquilo era tão real quanto às palavras que aqui vão se ordenando e criando imagens em sua mente. Segunda pessoa. Aliás, se eu parar por aqui, como você saberá o que aconteceu? VOCÊ? Começo de fato suspeitar de minhas faculdades, afinal estou descrevendo um fato que ocorreu no passado, conversando contigo no presente para tentar explicar o que ocorreu comigo nesse meio tempo. Coisa de gente desequilibrada, tomara que a Casa de Orates ou o Azevinho não saibam disso. Que droga, estou parecendo um personagem-narrador intrometido que mais atrapalha do que ajuda. Deixe-me continuar e não me interrompa.

— Mas recebeu de quem?

— De alguém que conhece tudo sobre você. Ele o queria aqui.

Meu coração deu um salto. O hotel. Alguém no meio da noite. Um distintivo de polícia. Sem alarde, saímos. Uma casa afastada. George.

Recentemente havia lido uma história sobre aviãozinhos de papel de um autor que queria se esconder sob um pseudônimo, mas que não deu certo, (eu te reconheci, malandrinho) e por alguma razão imaginei tais aviões brotando do chão como uma boca dando cusparadas, voltejando em movimentos lerdos ao meu redor e cabum!, explodindo e suas cinzas formando a mensagem: COMO VOCÊ FOI IDIOTA.

Um perfeito idiota e o som da tampa do porão fechando-se confirmou isso. Uma armadilha, que cai como um coelho sob um cesto. George. Seria esse meu fim?

— Não se assuste, cuidaremos bem de você.

A voz soou às minhas costas e, ao me voltar, a velha estava parada bem próxima a mim, os dentes apodrecidos me sorrindo, um olho escorrendo pus e o outro me fitando com um profundo azul turquesa. Déjà vu. Tomei um susto dos infernos, mas tudo se apagou com o soco que aquele troglodita negro me deu na cabeça.

Acordei algum tempo depois, amarrado a uma pesada cadeira de madeira, a boca lacrada com silver tape. Diante de mim, o Aquário com seu exótico espécime, à minha volta os três homens e a velha, que me olhavam como crianças travessas diante de um gato acuado.

— Podemos enfiar as mãos dele no ácido primeiro.

— Colocar os dedos numa tábua e ir cortando aos poucos será melhor. Vai parecer que estamos cortando cenoura.

— Ou enfiar pregos sob as unhas.

— Lembram o que fizemos com o tal Fabrício, aquele empresário filho da puta da Xaque-Mate S.A? Cortamos e abrimos partes das pernas dele para expor os ossos; quando começou a feder, as moscas apareceram... podemos repetir, adoro o som de mastigação dos vermes.

Eles queriam me torturar psicologicamente, antes de partir para o físico. E conseguiram: eu tremia tanto que parecia sofrer do mal de Parkinson. Lembrei-me de um maníaco sádico dizendo a um garoto que ia cortar os dedos dele. O terror vai às alturas nessas horas.

O tal Alex se aproximou e puxou o silver tape da minha boca, e gritei de dor e nojo.

— Por que estão fazendo isso comigo? O que têm contra mim?

— Só cumprimos ordens.

— Vão todos se ferrar, vocês e quem deu as ordens!

Eles nem se ofenderam; pelo contrário, explodiram numa gargalhada demente como se tivessem ouvido a mais engraçada das piadas… E também fui cedendo, desmoronando aos poucos e me juntando a eles, rindo uma risada nervosa, que depois descambou para um choro descontrolado.

— Me soltem!

Mas não soltaram, dando início à tortura.

Primeiro uma marreta estilhaçou meus dentes, depois senti a lâmina de um machado decepando minhas pernas e me derrubando da cadeira. Um martelo acertou minha têmpora, fazendo-me cuspir pedaço de carne.

— Bate um prego no olho dele!

—Nãonãonão!aii!

— A faca! Corta um pedaço da bochecha para a gente meter a furadeira na gengiva!

— Au!não!

Deitado no chão, rasgaram minha camisa e a velhota espocou diante de mim com seu sorriso tresloucado, na mão um marcador de gado com as letras CLTS queimando em brasa e cravou-o no meu peito.

—Ai!!!!!

— O que houve?

O policial me fez a pergunta assim que paramos frente à casa da velhota.

— Sai de perto de mim! Todos vocês! São todos malucos!

Respondi, abrindo a porta do carro às pressas, correndo e me embrenhando na escuridão da mata.

Lembro de ter corrido muito, muito mesmo, entrando pelo meio do mato, pulando córregos, tropeçando, desviando de árvores, subindo, descendo, caindo, levantando, sorrindo, chorando e sabe Deus lá mais o quê. Me estropiei todo e devo ter rasgado o rosto em tantos lugares que nem era possível contar, mas nada me faria parar; queria fugir dali e escapar de uma vez por todas daquele loop lunático que pouco a pouco devorava minha sanidade. Penetrei tão fundo no matagal que ao ver uma breve clareira desabei para frente ante meu próprio peso, simplesmente desmaiando.

Ser leitor assíduo de histórias de terror às vezes nos coloca em maus lençóis, pois relembramos de coisas que já lemos nas horas mais inoportunas, acentuando caoticamente nossos medos.

Despertei em algum momento mais tarde, ouvindo sons de todos os lados, e pensei num conto onde um carro capotava e prendia o passageiro nas ferragens, fazendo-o ouvir barulhos inexplicavelmente horríveis durante a noite. Agora sei como é essa sensação e digo que o pior de tudo é a incerteza de não saber o que produz tais barulhos. No meio do mato pode ser qualquer coisa, até mesmo um Olhos-Cinzentos-Como-o-Mar-Sereno, um ser maligno renascido das entranhas do inferno através de um rito nefasto proferido pelo blasfemo mago Agnus Souzzannus nas terras longínquas de Imaginarium Tardius, do outro lado o Atlântico. Dizem que suas formas de matar são sórdidas e terríveis, como também comentam que décadas atrás ele viera para o Brasil e se ocultara em florestas relegadas à desolação… enfim, eu não ficaria ali para descobrir, levantei e sai correndo como se um verdadeiro demônio estivesse atrás de mim.

Devo ter corrido por meia hora naquele completo breu, quando dei de cara com algo, e o baque foi tão forte que cai sentado no chão, zonzo. Mudei de direção, corri e bati de novo. Tentei mais uma vez e a mesma coisa aconteceu. Permaneci sentado, obrigando meus olhos a habituarem-se à escuridão. Em vão; ao invés disso, um cheiro horrível violentou meu nariz. Eu próprio fedia a podre!

Mais ruídos, meu coração batendo tão forte que tapei a boca para não deixá-lo fugir.

Os sons se acentuavam a cada instante, algo se estrebuchando e engasgando em sofrimento. Estava aterrorizado, mas ao menos a escuridão poupava-me a visão, por enquanto.

Não tenho a menor ideia do que era aquilo, só sei que gradativamente uma claridade fria surgiu no céu. Era pequena a principio, porém numa convulsão pulsante foi se agigantando ao ponto de tornar-se um grotesco olho cinzento. Indizível, um imenso paradoxo que Ardia Sem Explicação, cuja luz contorcia-se pela copa das árvores, descendo em fachos esguios e iluminando tudo à minha volta.

E foi então que pude ver as horribilidades que me cercavam.

A luz era intensa demais e apertei os olhos afundando o rosto no braço para escapar da ofuscação.

Após alguns segundos, fui os reabrindo aos poucos, evitando aquela palidez de sol a pino, e a primeira coisa que vislumbrei foi uma pequena lápide retangular de mármore branco com seus dizeres em preto, encravada no pé de uma árvore, a sete palmos de mim.

O epitáfio era sucinto e enigmático:

:::::Enlaçados, Olisomar Pires:::::

Enquanto lia, uma gota negra caiu e escorreu em sua superfície, me forçando a erguer os olhos, deparando-me com o cadáver de um gorducho dependurado por um gancho que lhe entrava pela boca e saía pela cova vazia de um dos olhos.

Angustiado, girei o pescoço para o lado, enquadrando outra lápide:

:::::Olivie, Carol Machado:::::

o corpo de uma moça aberto ao meio de cima a baixo, pregado à árvore e ainda se movendo.

E assim olhei em todas as direções possíveis, constatando horrorizado que as lápides e seus respectivos cadáveres se encontravam dispersos à minha volta, alguns recentes e se movendo, outros tão decrépitos que seus pedaços encarniçados despencavam apodrecidos.

Sou um criminólogo forense, como já disse, habituado aos crimes mais hediondos do imaginário humano, porém não suportei: meus pulmões exalaram um grito tão potente que senti as paredes do meu corpo vibrar, ensurdecendo-me, cegando-me e, enfim, colapsando todos os meus sentidos numa desarmonia emocional que me travou por completo NESTE lugar.Sim, o tempo todo estive aqui, e em minha mente transcorreram-se breves segundos, enquanto de alguma forma extraordinária transmiti esta mensagem àqueles que agora a leem. O conforto daquele quarto de hotel ficou no passado e o que me cerca neste momento é o resultado de uma mente perturbada, que sem dúvida deveria estar trancafiada no sanatório de Barbacena, tendo o cérebro consumido em loop por vampiros e demônios insaciáveis.

Mas que infame mentalidade estaria por trás disso?

Ouvi um ruído à minha direita; há algo ali, na verdade alguém. Estou tremendo, quem poderia ser?

Um velhote, usando as mesmas roupas que eu. O quê? Sou eu! Eu estou vindo/indo em minha direção, sorrindo e girando algo, é um formão! Ele/eu girou/girei e o jogou/joguei em minha direção, cravando-o a centímetros do meu pé. E em sua lâmina posso ver escrito:

:::: UMA SIMPLÓRIA HOMENAGEM AO CLTS, O MARCENEIRO ::::

Investigation Man
Enviado por Investigation Man em 01/03/2020
Reeditado em 20/03/2020
Código do texto: T6878155
Classificação de conteúdo: seguro
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