ESTATÍSTICA – CLTS 11

ATO 1: O FIM DE UMA VIDA

   Estar no enterro de alguém que cometeu suicídio é ainda pior que ir a um enterro comum. Quando se é um familiar então, não há sensação pior.

   Há pouquíssimas pessoas aqui. Tia Cláudia, dopada com tantos tranquilizantes e com um olhar vazio para o caixão selado, Tia Lurdes segurava a mão de Cláudia, era quem ainda reagia às declarações de pêsames pelos poucos amigos e familiares que estavam ali.

   Todos nós sabemos o que a crença cristã e das principais religiões monoteístas dizem sobre quem comete suicídio. Então, o padre focou o seu sermão na saudade, em sermos fortes e na crença em Deus como necessárias para passar por aquele momento tão difícil.

   Escutava tudo calado. Mas, por dentro, me batia uma revolta, uma raiva tão grande! Porque justamente na hora em que mais se precisaria “dele”, ele tira alguém que amamos?!

   Imerso em meus pensamentos, não conseguia sentir nada senão uma raiva crescente ao ouvir aquelas palavras que deveriam acalmar o coração.

   Simplesmente não consigo acreditar que Mauro tenha se suicidado. Ele era meu primo mais novo, o irmão que eu nunca tive. Passamos nossa infância e adolescência juntos. Ele era um cara cheio de vida, inteligente, gostava de esportes radicais, participava até de um canal de streaming que pesquisava fenômenos paranormais. Se ele tivesse morrido devido a um acidente seria mais fácil de suportar. Mas isso... jamais!

   Não posso negar que estive ali mais para consolar Tia Cláudia. Meu íntimo negava tudo aquilo. Precisava entender o que realmente tinha acontecido.

   Pedi para a Tia Lurdes os documentos sobre a morte dele, dizendo que iria agilizar uns trâmites burocráticos. Ela me passou a papelada de boa vontade. Li o relatório e o nome da médica legista: Fernanda - eu já a conhecia. Pelo que li, o corpo dele foi encontrado na temida Floresta do Sumidouro, conhecida vulgarmente como “Devoradora de Almas” porque muitas pessoas que visitavam aquela região desapareciam sem deixar vestígios ou se matavam lá. Para mim, ele poderia ter ido para a floresta para fazer rapel, escalada ou coisa do tipo e ter caído. Mas o laudo pericial era claro: “suicídio por queda de altura”. Aquilo ficou atravessado como um espinho na minha garganta.

   Enquanto o padre fazia e prece final, eu poderia jurar que ouvira Mauro gritar por socorro ao longe. Abri os olhos e analisei o perímetro. Todos muito tristes, o caixão selado e a chuva fina que teimava em cair. Nada mais.

Ato 2: CIÊNCIA

   Eu não sou um cara de usar das prerrogativas do cargo para fins pessoais. Mas, nesse caso, era necessário. Eu sabia da letalidade daquela região da Floresta do Sumidouro. Embora não fosse minha circunscrição, já fui chamado para recuperar vários corpos na mesma situação. Com o tempo, a gente se acostuma com aquilo... as pessoas viram estatística. Mas era o meu primo! Ele não era mais uma maldita estatística!

   Ao chegar no IML, me identifiquei como policial e pedi para falar com a Dra. Fernanda sobre um óbito. O atendente me indicou por alto o caminho que sabia eu de cor: “final do corredor à esquerda”. Aquele caminho nunca foi tão longo. Podia ouvir alguns sussurros e vultos que se escondiam pelas quinas. “Merda... vou ter que voltar a tomar os tarja-preta!”

   Quando cheguei lá, cumprimente-a cordialmente. Após uma breve conversa amena, a questionei sobre o resultado da maneira mais educada possível. Ela olhou por cima dos óculos, num misto de “é sério isso?!” com “por que agora ele se preocupa em como são feitos os laudos?”. Embora não estivesse muito confortável, ela ligou o computador e me mostrou o relatório completo.

   Ela revelou as fotos do corpo e do local enquanto me explicava a fórmula de física que usavam para verificar se foi um acidente ou um suicídio. Em resumo: numa queda acidental, o corpo é encontrado mais próximo do anteparo. Quando alguém se joga, o corpo cai mais longe. No caso em que ela estava me mostrando, o corpo tinha caído bem distante, o que indicaria que ele tinha pegado um belo impulso antes de se jogar. Outra coisa que ela apontou: havia uma câmera do tipo GoPro danificada grudada na cabeça dele. Mas que a equipe técnica-científica só teria conseguido recuperar os dados dos instantes finais do pulo.

   Dava para ouvir a respiração ofegante de Mauro, ele olhava incessantemente para os lados, vários frames estavam corrompidos. Na tela, por frações de segundo, surgiam criaturas distorcidas, tenebrosas, picos de som agudos que lembravam uma gargalhada, mas tudo era explicável pela corrupção parcial do arquivo. Logo depois, ele correu em direção à beira do penhasco e encarou a escuridão, olhou para o lado oposto e ficou olhando a vegetação seca – mais trechos corrompidos, coisas que lembravam lobos e até mesmo uma velha tosca apareceram em frações de segundo. Ele se virou, correu e se deu o salto fatal. Não pude conter as lágrimas que teimavam em brotar dos meus olhos.

   Fernanda percebeu a minha reação. Desculpou-se pela falta de tato ao mostrar tudo aquilo, se disponibilizou para entregar o cartão de memória da GoPro e falou que se eu quisesse, poderia passar o contato dos Patrulheiros Florestais que tinham feito o chamado. Cabisbaixo, aceitei. Deu-me suas condolências e se retirou.

Ato 3: SONHOS

   Mal consegui dormir essa noite. Tive impressão de estar sendo observado enquanto dormia. Os sonhos eram tão vívidos que pareciam reais!

   Estava em uma reunião com o meu chefe e os demais colegas da corporação. Mostrei o vídeo e falei algo que os fez olharem para mim como se estivesse louco. O mais estranho é que eu não me lembro do que conversamos naquela reunião.

   Sonhei várias vezes com Mauro me pedindo ajuda, gritando por socorro enquanto fugia de seres que lembravam serpentes, monstros e vultos espectrais que lembravam bruxos ou bruxas com cabeça de bicho. Até que, numa dessas versões, eu tinha caçado e prendido um lobo. Por detrás de mim, surgiu uma bruxa muito pálida, com rosto deformado, sem olhos, me tocava o ombro dando os parabéns. Acordei com o susto.

   Olhei para o relógio no celular. Estranhei que vários dias tivessem se passado e eu não me lembrava de quase nada! Não conseguia mais discernir o real e os malditos sonhos! Era hora de voltar a tomar os velhos traja-preta. Talvez o vídeo que vi no IML sobre a morte de Mauro estivesse me afetando mais do que eu imaginava. Deveria seguir com isso, ou deveria aceitar os fatos?

   Depois de muito rolar de um lado para o outro na cama tomado por uma tristeza mórbida, criei coragem, tomei um banho gelado, joguei os remédios para dentro e segui em frente.

Ato 4: PATRULHEIROS

   Consegui entrar em contato com os patrulheiros que encontraram o corpo. Como estava perto do fim do expediente, decidimos nos encontrar numa lanchonete próxima ao Posto Florestal.

   Thiago era o mais antigo. Já tinha topado com ele uma vez ou outra. Ele demorou um pouco para me reconhecer. Ficamos diferentes quando não estamos fardados. João era novato e, aparentemente, mais meticuloso. Comentei sobre o caso e Thiago lembrou rapidamente. João sacou o celular e começou a procurar as informações do dia do incidente.

   Thiago me informou que foi um guia que tinha iniciado a ocorrência. Falou que aquela região tinha bem menos ocorrências daquele tipo que as rotas que eles fazem geralmente. Se ele não estava enganado, foi a primeira naquela área.

   João começou a pegar as anotações, fotos e dados de GPS do dia. Enquanto deslizava os dedos. Ele concordou com Thiago, mas falou que já fizeram várias limpezas por lá. Quando perguntei que tipo de limpeza, ele me informou que eles tiravam despachos, macumbas, oferendas e coisas do tipo naquela trilha.

   Após uma breve discussão entre liberdade de crença versus a introdução de alimentos exóticos que estaria disponibilizado para consumo da fauna local, percebi que Thiago era mais tolerante com os despachos, simpatizante, até. João, mais certinho, embora reclamasse da má sorte que dava desmanchar aquele tipo de coisa, não as tolerava. A conversa ali não rendera muitas novidades. João, um pouco exaltado pela conversa anterior, se despediu mais cedo e foi para casa.

   Antes de Thiago sair, ouvi uma voz que, praticamente me comandou:
“Fale com ele sobre os sonhos e as sensações que você anda tendo!”

  Aquilo era muto estranho. Embora nos conhecêssemos, não saberia se teria intimidade o suficiente para dizer tudo aquilo. No final, acabei desabafando.

Ato 5: VIRA CASACA

   Enquanto eu falava, ele me encarava, olhava ao redor, observava o alto da minha cabeça, tudo com muita seriedade. Quando finalmente calei, ele disse que eu era um dos escolhidos.

   Falou-me que o deus que eles serviam era vivo e muito poderoso. Que eu teria sido visitado por seus arautos, e que sentir medo era uma sensação natural, mas que eu precisava ser iniciado imediatamente para entender minha missão.

   Estranhei aquilo tudo mas aceitei. Thiago trocou de roupa rapidamente dentro do carro. Logo em seguida eu entrei e saímos em disparada para algum lugar na Floresta do Sumidouro.

Ato 6: INICIAÇÃO

   Thiago servia de guia. Acho que não era a primeira vez que eu estava naquela clareira erma. Havia poucos indivíduos reunidos naquele pequeno campo aberto: doze, treze, no máximo quinze.

   A clareira era circular cercada de árvores tortuosas, mato alto e arbustos espinhosos. Aquela cerca viva fazia um efeito interessante: quem estava dentro via quem estava fora, mas não o inverso. Só dava para entrar ao se praticamente rastejar por entre uma pequena brecha entre esses arbustos. Na extremidade oeste havia uma rocha lascada retangular que servia como uma mesa cerimonial, cheia de velas, ossadas e frutos secos. Uma árvore aparentemente morta, de tronco muito largo e grosso ficava alguns metros atrás dessa rocha. Nela, tinha uma fenda enorme onde Enoque guardava tudo. Até parecia que aquela fenda era um buraco para outra dimensão.

   Todos que estavam ali usavam por cima de suas vestes peles de algum tipo de animal, exceto por Enoque e uma senhora idosa – muito parecida com a bruxa do meu sonho -, que pareciam vestir algo muito semelhante à pele humana escarnada. Enquanto eu ficava observando os detalhes daquele lugar, Thiago e Enoque conversavam entre si.

   Enoque seria o “pastor” daquele grupo. Além daquela túnica de pele humana escarnada, usava um capuz cheio de cifres, semelhante a gralhada de um grande cervo. Sua barba era impregnada com as ervas que bebia, dava até para ver o musgo se formar nela. Seus olhos emitiam um brilho misterioso, um olhar estranho, digno de um profeta ou de um louco. Todos deveriam ser cegamente fieis a ele, ou então, seriam “expulsos do Jardim do Édem”.

   Depois que Enoque pôs todas as ferramentas cerimoniais sobre a mesa, e de todos se posicionarem dentro das formas geométricas marcadas com rochas coloridas e sal grosso desenhados no chão nu, ele começou a pregação:

   – Hoje será a iniciação do nosso neófito! Sabemos que muitas dúvidas pairam sobre a sua mente, mas logo elas serão completamente expurgadas!

   Ele foi ao altar, preparou alguma porção ou algo do tipo, usou um espargidor semelhante ao usado em igrejas e começou a andar por entre os participantes, respingando aquele líquido e queimando aquele punhado de ervas, recitando:

   – Servimos à grande serpente Ouroboros! Servimos à grande serpente do Édem! Somos os guardiões do paraíso, não somos enganados como as ovelhas que estão lá fora! – seguia a bradar, enquanto os demais ressonavam um som gutural tão intenso que sentia afetar o meu coração e meus pulmões, mudando a minha respiração e frequência cardíaca.

   – Nosso Deus é verdadeiro e vivo! Ele opera milagres, ele é mágico e age até mesmo nas trevas! Esqueçam o Cristo! Esqueçam o crucifixado! Esqueçam o amor e o perdão, pois eles servem somente de desculpa para os fracassados! Estamos acima do bem e do mal, pois servimos ao deus serpente, o criador e destruidor de mundos!

   Aquilo definitivamente estava começando a mexer comigo. Era impressão minha ou começavam a brotar vários braços de Enoque? Ele parecia flutuar. Do seu manto negro ele sacou uma bíblia e começou a ler um trecho sobre como realizar os sacrifícios. Eu não sabia que na bíblia tinha trechos tão tenebrosos. Nem sei se ele estava realmente lendo, pois só dava para ver o branco em seus olhos.

  Meu corpo começou a obedecer aos comandos hipnoticamente, os demais me ajudaram nos preparativos: pegamos o lobo, que eu tinha capturado naquele estranho sonho vívido, o esfolamos, consumimos seu sangue e sua carne. Por fim, sua pele passou a ser o meu manto.

   Eu estava ajoelhado em frente à mesa de pedra. Enoque olhou no fundo dos meus olhos e falou:

   – Faça agora todas as perguntas que tiver em mente. Esse é o momento para todas as dúvidas. Depois disso, não poderá mais questionar nada! – ergueu seu cajado com uma espécie de rubi na ponta, com a sua quarta ou quinta mão que brotava do seu tronco.

   Minha mente não estava funcionando bem. Nunca me senti tão entorpecido na minha vida. Ele seguiu:

   – O silente aceita então tudo o que lhe ordenado de agora em diante?

   Minha boca queria gritar sim. Mas, num esforço descomunal para permanecer consciente naquele momento, outra coisa saiu:

   – Aqueles que somem nessa floresta são nossas presas?

   Enoque soltou um sorriso maquiavélico e respondeu:

   – Vejo que o nosso senhor atua forte dentro de ti. É claro que sim!

   Num passe de mágica pude ver os corpos pendurados por sobre as árvores. Como eu não tinha visto aquilo antes?! Como ninguém que passava por ali tinha visto aquilo antes?!

   – Quem são as nossas presas?

   Ele estava se rejubilando:

   – De fato, o nosso décimo terceiro membro é aquele que trará o grande dia! Sim! Todos os imundos que estão lá fora, os mestiços, os que acreditam em qualquer religião que não seja a nossa... e todo aquele que nosso deus mandar, por meio da minha boca. A cada vítima, deverá trazer algo dela, para ser guardado na árvore-portal! Não se preocupe, eu te passarei as tarefas...

   Uma multidão de vozes eclodia na minha mente que iam desde: “Onde você está se metendo, garoto!? Sai daqui agora!” até “Muito bem! Agora sinta essa energia e deixe-se dominar por ela!”

   Olhei ao redor e vi muitos vultos negros rapidamente cercando o local. Uma voz abafada, distorcida, que saía de dentro de mim disparou:

   “Está pronto? Dê o sinal!”

   Meu corpo balançava negativamente. Consegui fazer ainda mais uma pergunta:

 – O que ganho ao completar essas tarefas?

   Enoque soltou uma gargalhada diabólica, e disse:

   – É um verdadeiro servo da grande serpente! O homem não cresce sem ser desafiado! A cada nova tarefa cumprida, seu DNA será purificado e você ganhará novas habilidades: levitar, ver na mais completa escuridão, prever o futuro, ficar invisível, se transformar em animais, criar fogo, relâmpagos, evocar nevoeiros e as criaturas das trevas, imortalidade...

   Quando olhei ao redor, todos os demais participantes estavam erguendo as mais diversas armadas brancas: facas, adagas cerimoniais, tridentes, porretes com espinhos, chicotes... eles estavam em puro êxtase, contorcendo-se freneticamente.

   Por incrível que pareça aquilo tudo estava me seduzindo. Novamente, aquela voz distorcida se pronunciou ao mesmo tempo em que Enoque fez a pergunta:

   – Então, você aceita grande serpente como seu único deus e Enoque como seu único profeta, segui-me cegamente, e se questionar o meu domínio ser expulso do Jardim do Édem?
“Agora?”

   – Sim.

   Uma confusão de vozes tomou o ambiente. Uma cortina de fumaça brotou do nada. Forças policiais tinham tomado o lugar de assalto. Os cultistas, já segurando suas armas, avançaram contra as forças de segurança. Os policiais não tiveram outra opção a não ser atirar.

  A bruxa parecia ter se transformado me vários corvos e morcegos, sumindo subitamente dali.

   No meio do tiroteio eu finalmente saí daquele transe. Enoque estava em choque sem acreditar naquela cena. Como ele não teria previsto aquilo?! Lembrei-me que eu também era um policial disfarçado. Saquei o meu revolver cano curto de cinco tiros que estava escondido na minha bota, apontei para Enoque e disse:

   – Polícia! Parado! Mãos na cabeça! Você está preso por assassinato e associação criminosa...

  Mal terminei a frase, ele se transformou em uma serpente e se entocou na fenda daquela árvore, sumindo misteriosamente.

   Atirei contra o tronco, peguei uma lanterna que estava caída no chão e fui ver o que tinha na fenda, mas encontrei apenas alguns objetos aleatórios. Olhei ao redor. Meu corpo e minha mente ainda não estavam funcionando normalmente. Estava zonzo, queria vomitar. Meu coração estava para sair pela boca. As pessoas pareciam se mover lentamente...

   Tive a nítida impressão de ver verdadeira guerra entre anjos e demônios. Os anjos expulsavam os demônios, enquanto alguns seres de luz rompiam as correntes que prendiam as almas penadas naquele lugar. Pude ver nitidamente Mauro sendo liberto por um desses anjos. Ele me sorriu como se estivesse agradecendo... a luz deles me ofuscava... de repente, senti uma súbita fraqueza e desmaiei.

Ato 7: FIM

   Quando acordei, num quarto de hospital, meu colega de trabalho que estava ao meu lado tocou o meu ombro e disse:

   – Você está bem? Meus parabéns, Davi! Parecia loucura, mas a sua infiltração foi um sucesso!

   – Sim... o que houve? – perguntei ainda meio grogue.

   – Infelizmente alguns dos nossos rapazes ficaram feridos, mas as baixas dos cultistas foram grandes! Dois daqueles malucos sobreviveram, mas estão presos! O líder segue desaparecido. Pelo que os peritos falaram por alto, seu ato desbaratou uma seita que pode ter sido a responsável por centenas dos desaparecimentos e mortes acontecidas na Floresta do Sumidouro!

   Eu estava muito cansado, na verdade, exausto. Apenas sorri, fechei os olhos e caí no sono novamente.

 
* * *

   Ao acordar novamente, vi a maldita bruxa ao lado do meu leito. Temi por minha vida, mas não tinha forças para fazer nem falar nada. Ela deu um sorriso maquiavélico, enquanto sua pupila se tornava vermelha e vertical, dizendo:

   – Bem-vindo, Davi! Agora você é um dos nossos!

=============================================================

:::ATUALIZAÇÕES:::
 
(15/06/2020) Adicionei alguns links sobre as histórias que citam alguns dos personagens aqui apresentados. Para não atrapalhar a sua leitura, sugiro que, ao clicar, pressione o CTRL, para abrir o link em uma nova janela/aba.

Na época do concurso, retirei o Cardeal Remi LeCorux e o substituí pela Bruxa, para deixar o conto mais fechado em si e aumentar a participação de personagens femininos de peso.

Posteriormente, vou procurar onde deixei a versão completa do texto - isso é, se ainda existir esse arquivo ...

 
Manassés Abreu
Enviado por Manassés Abreu em 23/04/2020
Reeditado em 15/06/2020
Código do texto: T6926107
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.