LUPUS HOMINIS- 8
Karen acordou com o ganido dum lobo e abriu a porta.
Luxzor entrou no Trailler e se acomodou no sofá.
Ela retirou um pernil do freeser, aqueceu no microwelle, e serviu a ele.
- Sua majestade aceita um pernil, ou prefere um frango assado?
O lobo pegou o pernil com a boca e foi dividir com os outros.
Então ela viu Jean ali perto sorrindo, olhando para ela.
- Jean, achei que voce tinha ido embora daqui !
- Essa casa me parecia vazia, desde que voce foi embora Karen. Eu construí um chalé perto do riacho no matagal e me mudei para lá.
Karen o abraçou dizendo:
- Eu abandonei minha vida na cidade, quero ficar aqui morando com voce
para sempre. Aplique-me o soro Jean, quero ser uma lupinus também.
Karen percebeu que ele estava com febre alta. Ela afastou a manga da camisa dele. No pulso havia um corte profundo infectado, já com tecido necrosado.
- Jean, o que voce fez? Tentou se suicidar por minha causa? Sua vida está em perigo, esse ferimento está infeccionado.
- Não é a primeira vez que eu faço isso Karen. Eu não tinha mais motivo nenhum para viver.
- Venha comigo, eu tenho um estojo de primeiros socorros e medicamentos que trouxe da cidade.
Ela desinfetou o corte e aplicou nele uma injeção de penicilina.
Empurrou ele para o sofá e o cobriu com um cobertor.
O tempo passava e o estado dele piorava. Os medicamentos não faziam efeito naquela espécie de hibrido humano. Do seu peito vinha um estranho chiado, ele havia perdido a consciência.
Num impulso Karen correu para o porão da casa e começou a revirar as prateleiras. Finalmente achou uma caixa de madeira com vidros do soro
Lupus 45. Ela preparou uma dose na seringa e foi aplicar em Jean.
- Eu prometo que se voce morrer, ficarei aqui e cuidarei dos seus lobos até o fim da minha vida, como voce fez.
Ela deitou ao lado dele e rezando adormeceu.
Lá fora os lobos uivavam num lamento de agonia, pressentindo a morte de um deles, como fazem os animais em despedida...
* Segue no próximo capítulo
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