Morgana, a garota do além

Morgana... Morgana... Morgana... A única lembrança que tenho desse nome, ou melhor... Dessa pessoa, é que me levou até o meu limite de sanidade, e quando digo isso, é melhor acreditar, já que, pessoas iguais a ela, não aparecem todos os dias em nossa vida, isso eu te garanto.

Quem sou eu? Isso não vem ao caso, sou apenas um cara comum, como qualquer outro por aí, e que se apaixonou loucamente por uma garota com um jeito no mínimo curioso, eu diria. Por que digo isso? Você logo irá descobrir, apenas acredite no que eu digo... Talvez assim, você possa entender pelo menos um pouco do que passei.

Tudo começou há alguns meses... Não me lembro ao certo, mas sei que isso aconteceu há algum tempo. Uma família acabou se mudando para a casa ao lado da minha, pois os antigos donos acabaram caindo fora depois de se envolverem em muita merda, pois é... Nem tudo são rosas, não é mesmo? Enfim.

Os novos vizinhos tinham um jeito completamente normal, diferente de sua filha... Ela era tão... Peculiar? Um jeito meio sombrio, como se estivesse pronta para fazer um pacto com Lucífer a qualquer momento. E como meus pais sempre foram muito receptivos com novos vizinhos, nada mais justo do que ir recebe-los, afinal, eram novos e precisariam conhecer o pessoal da vizinhança.

E como o ‘’bom’’ filho que sempre fui, decido acompanha-los, no intuito de conhece-los um pouco melhor e tentar saber um pouco sobre sua filha, e que como eu havia dito, era peculiar. Não diria estranha, isso seria no mínimo rude para com ela. Eu não podia simplesmente chegar na garota e dizer que ela era estranha... Isso não pegaria bem.

Ao chegar na casa dos novos vizinhos, meus pais tocaram a campainha, rapidamente abriram a porta. Mas ao meu ver, eles deviam estar discutindo algo, já que nos receberam com um ar pesado... Isso já foi algo de se impressionar. Aparentemente eles não fossem tão normais assim... Exatamente como todos desse lugar.

Percebi que aquele homem tentou disfarçar algo, como se quisesse manter uma boa aparência para meus pais, justamente para tentar parecer uma boa pessoa, e com toda a certeza, não era. Não consegui ouvir muito bem o que ele dizia ao abrir a porta para nós, mas coisa boa não era. Talvez estivessem discutindo algo entre si, provavelmente referente a sua filha, que é o foco principal disso tudo. A garota qual mexeu completamente com o meu psicólogo e me colocou onde estou hoje... Logo você descobrirá. Aguarde e verá!

Nesse mesmo dia em que fomos conhecer os benditos novos vizinhos, finalmente fomos convidados para entrar, mas rapidamente meus pais se apresentaram, por fim, me apresentei também. Achei engraçado eles não terem mencionado o fato de terem uma filha, principalmente por ela não estar presente naquele momento... Talvez estivesse em seu quarto, não sabia ao certo, mas sabia que estava no local.

Minutos se passaram e pareciam ser eternos, pois meus pais e os novos vizinhos ficaram tão entretidos conversando, que esqueceram que era só uma pequena visita. Como sempre fui um cara curioso, decido dar uma volta pela casa, claro, sem a permissão dos donos. Tinha certeza de que não iriam sentir minha falta por sei lá... Dez minutos? Queria me certificar de que não estava ficando louco, e que essa menina de fato existia.

Andei por cada perímetro daquela casa, adentrei quarto por quarto, no intuito de encontrá-la, assim, dando fim a minha curiosidade, que aumentava cada vez mais e mais naquele mísero momento. Enquanto andava, acabei me distraindo com os diversos porta-retratos que continham naquela casa, mas em todos, literalmente todos os porta-retratos, só apareciam o casal, nada de sua filha. Era como se ela realmente nunca tivesse existido, o que era no mínimo estranho, pois tinha certeza do que tinha visto.

Enquanto vasculhava cada cômodo da casa, pude ouvir um sussurro vindo de um dos quartos... Um sussurro assustador, mas apenas o segui, para que assim, pudesse saber do que se tratava. Por um lado, senti medo, pelo o outro, eu sabia que poderia ser a tal garota. Fui seguindo o sussurro cada vez mais e mais, até que o sussurro se intensificou tanto, que pude ouvir com clareza o que a voz dizia, mas por um deslize, acabei tropeçando, causando um enorme barulho.

E obviamente, meus pais e os novos vizinhos ouviram, indo em minha direção, tentando descobrir o que eu fazia por ali, principalmente sem a permissão dos donos da casa. Me levantei, ajeitei minha roupa, que havia amassado com minha queda... Olhei meio sem jeito para os quatro, que lançaram um olhar de julgamento em minha direção.

- O que você estava fazendo aqui, garoto...? Não lembro de ter permitido que andasse e muito menos, vasculhasse a minha casa. Se eu soubesse que vocês tinham um filho tão enxerido assim, não os teria convidado para entrar.

Aquilo foi um tanto rude vindo daquele homem, e que mal me conhecia, não tinha o direito de vir me julgar assim... Eu só queria descobrir o paradeiro de sua filha, apenas isso. Ao meu ver, não era nada de mais, pelo menos foi o que eu achei.

Pude ver a expressão de vergonha no olhar dos meus pais, provavelmente estavam decepcionados com a minha atitude, mas já era algo a se esperar, principalmente sempre ter sido curioso assim. Coisas novas sempre me instigaram a saber cada vez mais e mais sobre, e posso dizer que, não iria me deixar levar por uma simples bronca de um desconhecido. Apenas os olhei, respirei fundo, assim, respondendo à altura, já que eu sabia que não poderiam esconder sobre sua filha, que obviamente estava no local.

- Curioso ou não... Isso não é da sua conta, senhor. Mas eu não iria ficar olhando para o teto e esperar a boa vontade de vocês terminarem sua conversa tão monótona. E outra... Não sabia que vocês tinham uma filha. Por que não nos apresenta a ela?

Senti uma enorme tensão vinda de ambos, já que haviam sido ameaçados por mim, mas eu não ficaria calado, principalmente por um cara tão rude e sem noção como ele. Fiquei ali, parado, sem dizer mais nenhuma palavra para nenhum deles... Queria saber o que fariam diante daquilo, já que meus pais haviam ficado curiosos sobre a minha pergunta tão inesperada. Vejo aquele homem se aproximar aos poucos de mim, se aproximar perto do meu ouvido e sussurrar algo, mas algo que não fez o menor sentido para mim.

- Eu não sei onde, quando e como você viu alguém aqui nessa casa... Mas como pode ver, somos só eu e minha esposa, garoto. Seus pais sabem que você é esquizofrênico? Agora saia daqui, antes que eu te tire nos tapas!

Ao ouvir aquilo, eu realmente não me senti intimidado, principalmente por não estar fazendo sentido algum, eu tinha plena certeza de que havia uma garota naquela casa. Eu sabia que ela estava naquele quarto a nossa frente... Eu sabia, não estava ficando louco. Olhei em seus olhos, engolindo seco, mas não me senti ameaçado em momento algum, muito pelo contrário, eu iria provar de que aquela garota existia sim.

Depois de toda essa confusão, finalmente fomos embora, meus pais se desculparam pelo ocorrido, dizendo que isso não aconteceria novamente, pois não me trariam outra vez ao local. Fiquei ao lado de fora ouvindo toda aquela baboseira, mas estava instigado a descobrir o que eles tanto escondiam naquela casa... Enquanto meus pais se despediam dos novos vizinhos, decidi dar uma volta pelo lado de fora da casa, olhando por todas as janelas, até que parei de frente para uma delas, vendo o local totalmente decorado, mas de uma forma sombria. Pentagramas, tabuleiros ouijas e coisas do tipo... Posters de diversas bandas de rock pesadas, tudo do mais puro e pesado obscuro.

Olhei mais para o canto, vendo uma garota, e que garota... Ela era linda, cabelos platinados, um vestido todo preto, uma grande tatuagem em seus seios, um colar com um ponteiro de ouija como colar. Como alguém podia estar escondendo uma garota tão linda igual a ela? Isso era no mínimo estranho... Enquanto a observava lendo algo em sua cama, ouço meus pais me chamarem, assim, podendo ir embora dali.

O dia passou tão rápido, que eu mal pude perceber, olhei pela minha janela e devia ser por volta das dez da noite. Estava em meu quarto, quando ouço pequenas batidas em minha janela, como se alguém estivesse arremessando pequenas pedras ali. Era estranho, pois não estava esperando pela visita de ninguém, literalmente ninguém, mas ainda assim, decido ir ver quem é.

Vou me aproximando daquela janela que tinha vista para o quintal de casa, e assim que abro, levo um pequeno susto com o que acabara de ver em minha frente. Esfreguei os olhos rapidamente, para ter certeza de que aquilo não era um sonho ou uma simples alucinação do meu pequeno surto constante. Eu estava cara a cara com a filha dos vizinhos, mas ela não dizia uma palavra sequer, apenas sorriu e acenou para mim.

- O que está fazendo aqui? Achei que vivesse presa em seu quarto a mando de seus pais... Ou será que estou enganado?

Ela ri baixo, meneia a cabeça e então toma coragem para dizer algo diante as minhas perguntas. Eu ainda estava achando estranho ela ter vindo até a minha casa, já que não tínhamos o que conversar naquele momento tão estranho? Vejo que a garota vestia as mesmas roupas de horas atrás.

- É assim que você recebe uma visita...? Que mal educado você é. Seus pais não te ensinaram que é feio enxotar as visitas assim? E para a sua informação... Meus pais não mandam em mim, eu faço o que tenho vontade. Ouvi o showzinho que fez hoje mais cedo, gostei da forma que enfrentou o meu pai... Ele pode ser bem durão as vezes, mas odeia que o desafiem.

Aquilo estava começando a ficar interessante, acabei sorrindo com a fala da garota, vendo que ela talvez pensasse igual a mim, e isso de certa forma, seria ótimo. Eu dificilmente fazia amizades, e quando fazia, elas me abandonavam, assim, sem mais nem menos. Talvez não gostassem tanto assim de mim, principalmente pela forma que eu agia diante certas situações do nosso cotidiano.

- Então você estava ouvindo tudo...? Caralho, que vergonha. Mas não tenho culpa se ele foi um tremendo babaca comigo. Eu só... Queria vasculhar um pouco a casa e tirar prova de que você realmente existia. Mas seu pai tentou me provar o contrário, dizendo que não tinham filhos. E olha só, parece que alguém mentiu.

A garota nada disse, apenas lançou um sorriso sem graça e abaixou a cabeça, o que foi estranho, já que há pouco tempo, ela se mostrou estar alegre por me ver ali. Senti que algo a incomodava de certo modo, eu só não sabia o quê.

- É... Talvez. Enfim... Você tem um nome, vizinho? Ou será que é segredo?

Eu sabia que era algo tão repentino, principalmente por não saber muito sobre a garota, mas sentia que iríamos nos aproximar bastante depois desse dia. Eu só não sabia que seria tanto assim... Olhei para a garota, que me olhava do quintal com um sorriso em seu rosto, mudando mais uma vez suas expressões faciais. Por fim, respondo-a.

- Sim... Tenho! Eu me chamo Yurey, e você...? Ou será que também é um segredo a ser desvendado?

Senti que ela havia gostado do meu jeito ao falar, talvez a garota também estivesse sentindo que nos aproximaríamos e muito. E esse, seria só mais um passo para o seu plano tão bizarro e cruel, onde eu, era apenas uma isca. Ela jogou a corda e eu me deixei cair num limbo infinito, só não tinha percebido isso ainda. Ela coloca uma de suas mechas atrás da orelha, segura seu pingente do colar, e enfim, olha para mim.

- Me chamo Morgana... Muito prazer, Yurey! Bom... Espero que possamos nos tornar amigos a partir de hoje, já que sou nova aqui e você foi o único que teve interesse em me conhecer. Bom... Vou indo nessa, até mais!

Os dias foram se passando e minha amizade com Morgana foi crescendo cada vez mais e mais. Claro, sempre nos encontrando escondidos, já que seus pais não podiam saber sobre minhas constantes visitas a sua casa. Mas isso tudo era tão estranho, tão desconfiante e ao mesmo tempo angustiante... Eu só queria saber o grande motivo disso tudo.

Foi exatamente nesse momento em que tudo começou a fazer um pouco de sentido para mim, em um certo dia, estava andando com Morgana pelo bairro. Fazia muito calor nesse dia, portanto, decido comprar sorvete para nós dois, e bom... Me surpreendi com o que ocorrera. Estava eu, de mãos dadas com a garota, quando percebi olhares estranhos em minha direção, o que não fazia sentido, já que Morgana estava ao meu lado, praticamente grudada em mim... Ao chegar no carro do sorvete, pedi dois, mas o vendedor se recusou a vender dois para mim, já que ao ver dele, eu estava sozinho.

Achei aquilo no mínimo curioso e estranho, mas insisti para que ele me vendesse os dois sorvetes, porém, fora tudo em vão. Olhei para todos os lados, vendo várias pessoas tomando seus sorvetes, tão alegres e felizes. Enquanto eu e Morgana, não podíamos desfrutar disso, tudo por conta do egoísmo daquele vendedor tão medíocre. Olhei em seus olhos, suspirei e enfim, o respondi.

- Olha aqui... Qual é a merda do seu problema? Você não está vendo que estou acompanhado de alguém? Por que raios você não pode me vender a merda do sorvete? Ou vai me dizer que você é cego, porra? Anda! Eu tenho dinheiro e o direito de levar os dois!

Ao responde-lo, as pessoas ao meu redor ficaram espantadas e em choque, até que uma das pessoas que estavam perto de nós dois, se aproximou bem devagar, me cutucou, me fazendo olhar diretamente para ela, para que assim, pudesse me avisar de algo que só eu ainda não havia percebido.

- Moço... Não sei se você percebeu, mas está sozinho. Não tem ninguém ao seu lado, veja por si só.

Apontou para um espelho quebrado ali da rua, e assim que me vi sem absolutamente ninguém, aquilo me subiu um enorme frio na barriga e um frio na nuca. Quer dizer que... Morgana jamais existiu? Fora tudo fruto da minha imaginação? Como? Era nítido que eu podia vê-la. Por que os outros não conseguiam fazer o mesmo? Eu realmente não estava entendendo absolutamente nada. Apenas deixei os sorvetes caírem no chão, correndo em direção da minha casa.

Horas se passaram, por fim, Morgana apareceu, assim, sem mais e nem menos em meu quarto, me deixando totalmente assustado. Ela me olhava um pouco chateada, como se tivesse algo para me contar, como se tivesse carregando um enorme peso em suas costas. Mas era como se ela sentisse que já estivesse na hora de contar o que estava acontecendo ali.

- O que você quer aqui...? Vai me dizer que você é algum tipo de assombração? Um fantasma? Um demônio talvez? ANDA, ME DIZ LOGO O QUE CARALHOS VOCÊ É, MORGANA!

A garota foi se aproximando aos poucos, até conseguir sentar ao meu lado, olhar em meus olhos, por fim, falando num tom totalmente baixo e triste. Como se estivesse se sentindo culpada com alguma coisa, mas que estava prestes a me contar, antes que eu surtasse ou fizesse algum tipo de besteira.

- Yurey... Tem algo que eu quero te contar já tem um bom tempo, mas eu só... Não tive coragem. Mas acho que não posso mais esconder isso, não é mesmo? Bom... Eu já fui real um dia, assim, como você. Meus pais já tiveram filho um dia, sim... Eu... Mas por conta de uma grande tragédia, acabei falecendo. Isso já tem uns anos, não me recordo bem, já até parei de contar... Mas infelizmente, ainda estou presa nesse plano, por alguma razão, eu não consigo me libertar.

Fiquei sem entender absolutamente nada do que ela estava falando para mim, apena ouvi com bastante atenção. Não podia julgá-la assim, sem entender o que ela queria me dizer... Precisava ouvi-la e buscar compreende-la, afinal, ela já não estava mais entre nós.

- Engraçado... Passei a minha vida inteira vendo pessoas assim, como você, mas sempre sendo taxado como louco, ou que eram tudo fruto da minha imaginação. Mas olha onde eu estou de novo... De frente para um espírito... Quem diria, não é mesmo? Eu só queria entender o motivo disso tudo. Por que eu? Não podia ser outra pessoa? É como se eu fosse uma espécie de catalizador de espíritos. Cansei disso.

Por mais que Morgana fosse um espírito, ela conseguia me tocar, assim como qualquer outra pessoa viva. Era estranho, mas o seu toque era tão real, que jamais desconfiei de absolutamente nada... Olhei para a garota quando terminei de falar, e por fim, me distanciei, ficando de costas para ela.

Mas tudo fora em vão, acabei sentindo sua mão sob meu ombro e seus doces lábios em meu rosto, como se de fato estivesse arrependida do que acabara de cometer. Por mais que não fosse proposital, eu ainda estava decepcionado e frustrado por estar passando mais uma vez por esse tipo de experiência.

Lembram quando disse que estava em um lugar totalmente obscuro e pesado...? Fiz isso por Morgana. E foi exatamente nesse dia onde tudo isso acabou acontecendo. Me arrependo, mas acho que esse foi o único jeito de conseguir ajudá-la a voltar ter sua vida normal.

Morgana estalou os dedos, nos levando para o seu quarto, que mudou completamente quando chegamos... As decorações já não estavam mais lá, o quarto estava completamente vazio e sem vida. Ou seja, tudo o que vi meses atrás, fora tudo uma ilusão criada pela garota, para que assim, ninguém desconfiasse de nada.

Assim que chegamos ao quarto da garota, tudo já estava pronto, e como havia dito, eu era a chave principal para todo o seu grande plano. Fiquei sem entender o que ela queria, mas senti que Morgana estava arrependida do que estava prestes a fazer.

- Yurey, me desculpe por isso... Mas será preciso, eu já cansei de viver nesse plano astral. Fingindo estar viva, apenas vagando por aí, eu não quero mais viver uma mentira, quero ter minha vida normal, assim como antigamente! E você... É o que eu preciso nesse momento, queira você ou não, já que não terá escapatória. Não se preocupe, irei cuidar muito bem do seu corpo, eu prometo.

Eu não estava entendendo mais nada do que a garota estava dizendo, mas também não queria aceitar sua proposta. Afinal, me transformaria num fantasma ou qualquer coisa do gênero! Corri até a janela, mas Morgana a fechou, corri até a porta, mas Morgana também a fechou. Tentei gritar, mas a garota conseguiu me calar, não sei como, mas conseguiu.

Senti um enorme aperto em meu peito, me fazendo apagar aos poucos, podendo olhar nitidamente para Morgana, que ria baixo e se aproximava de mim lentamente, e assim que se aproximou por completo, despejou um beijo em meus lábios, finalizando com uma pequena fala.

- Me desculpe por isso, querido... Sem ressentimentos, ok? Me diverti com você, isso é fato. Mas não estava contigo por amor, e sim, por interesse em seu corpo.

Tentei me mexer, mas sem êxito, acabei apagando totalmente, e assim que acordei, me encontrei em um lugar obscuro, vazio, sem vida, silencioso... Não importava por onde eu corresse, não chegava a lugar algum. Talvez esse fosse o tão famoso setealém que Morgana vivia mencionando quando estava comigo.

Não sei por onde anda Morgana... Não sei o que fizera com o meu corpo, mas de uma coisa eu sei... Eu jamais irei esquece-la e irei atrás dela, custe o que custar!

B Folk
Enviado por B Folk em 19/10/2020
Código do texto: T7091161
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