PIROCUMULONIMBUS-fim
Kay e Gerson planejavam a fuga, sem saber do caos e do perigo que reinava lá fora.
Aproveitando a escuridão e a neblina viscosa, os criminosos arrombavam fácilmente as casas e lojas vazias, levando tudo que podiam. Nos parques os usuários de drogas se reuniam, cheirar das folhas e colher a resina como matéria prima para fabricar aerosol e lança perfumes. Alguns adormeciam de torpor nos bancos e nas calçadas, aumentando o trabalho dos militares, policiais e bombeiros. Nos hospitais os médicos tentavam desintoxicar os pacientes e psiquiatras procuravam diminuir a confusão mental e emocional das pessoas.
Mas a natureza tem o poder de regeneração, que humanos não possuem.
No Colorado o tornado Katrina desviava-se rumo ao oceano, o vendaval
dispersou algumas nuvens e pelos orifícios o sol com seus raios de ouro, passaram a clarear o céu. O calor derretia a resina nas árvores, plantas e telhados, que eram recebidas pela terra como uma espécie de lubrificante, anulando o cheiro prejudicial do clorofórmio e sendo substituídos pelo perfume das flores e o aroma da terra mãe.
Os habitantes se recuperavam dos sintomas e retornavam para suas moradias, já descartados do auxílio de máscaras respiratórias. A chuva e o nevoeiro cessaram, no alto do céu azul o sol como uma bola de fogo aquecia São Francisco, sendo saudado pelo canto dos pássaros.
Na porta da escola, Kay e Gerson abraçavam seus pais outra vez.
- Tudo logo voltará ao normal na cidade Gerson, venha me visitar, voce sabe onde eu moro.
- Claro, seremos eternamentes amigos Kay.
Ao chegar na rua de sua casa Kay avistou Barry vindo em sua direção.
O menino abraçou o enorme cão São Bernardino, connhecido como salvador de vidas.
- Voce desapareceu Barry, com certeza foi ajudar alguém.
O cão respondeu com um latido, como respondendo que sim.
FIM