O sonhador

E corria livre pelos campos verdes do seu quintal utópico, era sua ilusão onírica. Pisava em gramas macias, tendo, na verdade, cinzas no lugar. Os grandiosos girassóis, firmemente apontados para o leste, na realidade, eram os homens de roupas escuras.

Quando acordava, seu pranto rolava.

O cenário bucólico e belo de outrora tornava-se o real ambiente que seu sonho escondia. Eles invadiam as casas e espalhavam o terror, via, pela janela, os outros sonhadores correndo desesperados. Casas incendiando, pessoas morrendo, o som das explosões unindo-se com os dos projéteis; os dois uniam-se também no intuito de matar.

Ele, com as vestes ensanguentadas, via o pesadelo tomar conta daquela terra de sonhos...

- Jamais deixar de sonhar...

Atravessou a porta de sua casa, já desabando, e pôs-se a sonhar novamente. Viu, no meio daquele campo colorido, um catavento de papel.

Tomou-o e alçou voo... foi sonhar no céu.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 04/12/2020
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