CHAPEUZINHO VERMELHO

Sr. Alfredo o novo coveiro do cemitério preparava covas. Sepulturas abandonadas e arruinadas depois de 30 anos, eram retiradas por máquinas, restos mortais e ossadas levados num transporte para incineração, deixando o lugar livre para outros sepulcros.

A pá bateu num objeto. Ele escavou para fora um pequeno caixão preto de chumbo e bronze lacrado com pinos de ferro. Os mortos costumam ser sepultados com dentes de ouro, joias, ele sempre achava alguma preciosidade para furtar e levar junto.

Ao arrombar o pequeno ataúde de cerca de 80 cm, ficou decepcionado.

Dentro havia apenas uma grande boneca antiga, envolta numa capa com capuz vermelho de veludo e botinhas de camurça da mesma cor.

No corpo vestia um overal preto de cetim, bordado na gola com minúsculas margaridas de pérolas e contas.

Apesar de ter ficado muito tempo enterrado, o brinquedo era bem conservado. Os cabelos loiros e cacheados da boneca estavam apenas

desfiados nas pontas, os olhos de vidro cor de âmbar intactos. O caixote de chumbo e bronze havia protegido da umidade e ação do tempo.

Ele iria tentar vender para algum colecionador de relíquias, artefatos antigos valem um bom dinheiro. São colocados no museu de brinquedos.

No final do dia voltou para casa levando a boneca numa sacola.

Sua esposa Vilma era costureira, trabalhava no domicílio e cuidava da filha deles Yandra com 7 anos de idade.

A menina se encantou com a boneca e ele concordou em deixar para ela brincar.

— Se gostou tanto assim, pode ficar com a boneca para voce de presente, minha princesa.

Vilma serviu a sopa de verduras na mesa e eles sentaram-se para comer.

Yandra contente colocou a boneca na cadeira ao seu lado.

Por qual motivo teria alguém sepultado uma boneca no cemitério?

Qual segredo ou mistério escondia aquela boneca chapeuzinho vermelho?

- segue no cap-2

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 14/02/2021
Reeditado em 15/02/2021
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