O Espinho da Flor - CLTS 14

Às 9:oo da manhã o portão do sítio “ALTAR DA ROSA” seria fechado. O atendimento acontecia nos dias de sexta e domingo, sem quantidade definida de senhas, respeitando apenas a ordem de chegada. A propriedade na divisa de Comendador Negromonte com Três Escudos era um lugar procurado por inúmeros aflitos.

Eles vinham de municípios próximos, a maioria gente simples, de sandália e pano na cabeça, alguns eram pacientes frequentes. Outros buscavam o sítio quando se viam desacreditados da medicina, às vezes algum carro importado dava as caras naquele fim de mundo. O “trabalho”, era para todos. Todos sabiam ou ouviram falar do poder da “cega que curava”. Nesses dias, o sítio, conhecido também como um santuário, recebia três voluntários de sedes do “Culto da Flor” espalhadas pela região para auxiliar as atividades de cura espiritual através de bebidas e preparos sagrados.

Naquele domingo, Mãe Isamar acordara com um leve incômodo no joelho esquerdo. Ele esquentava, a pulsação latejava. Não costumava ter desconfortos físicos apesar da idade. Sentada na cama, as pernas estiradas, ainda de olhos fechados, ela se esforçou pra massagear o lugar dolorido e agradeceu por ainda poder sentir. Ainda que fosse dor. Sentir era a dádiva. E do auge de seus 65 anos, ela ainda se permitiu sorrir e desejar forças para continuar podendo fazer o que fazia, continuar oferecendo algum tipo de conforto para a angústia de tantos corações emparedados na confusão de serem humanos. Estava feliz por estar viva, mesmo sabendo que do lado de fora o Mal continuava reinando... e seu exército não dormia um segundo sequer...

Ela respirou profundamente e com a mão esquerda tateou a cabeceira da cama e encontrou o sino. Duas leves chacoalhadas sempre foram o suficiente há anos. Isadora estava sempre atenta. Isadora era mais que uma filha... era um tesouro...

- Bom dia, a bença minha Mãe! A senhora dormiu bem? - a mulher entrara no quarto já com uma bandeja nas mãos - Já tem um monte de gente aí, Mãe, a senhora tem que cumê tudinho! - ela beijou Mãe Isamar na testa. O cuscuz com leite e a xícara de chá estavam fumegantes.

- Deus te abençoe minha fia, obrigada, Juliana. - Mãe Isamar se posicionara como fazia habitualmente, sentada ereta com as pernas para baixo, aguardando o apoio da bandeja. - Cadê Isadora? Num me diga que tá dormino. Se tivé, hoje vai chuvê.

- Mãe, quano eu cheguei aqui era seis hora e eu entrei e chamei ela no quarto pra mó dela me ajudá nas coisa e ela disse que tava muito cansada. Disse que tava com muita dor de cabeça. Vai vê ela precisa de um café forte. Vou fazê.

- Tá bom minha fia. Mas chame ela pra mim e diga que eu tô quereno falá com ela. Diga pros irmão que eu já vou começar a receber eles, com fé em Deus... - a voz de Isamar pareceu um pouco cansada. Já fazia dias que ela percebia a filha cabisbaixa, não era habitual seu comportamento retraído.

- Tá, num se avexe não, Mãe. Todo mundo lá fora espera a senhora o tempo que for. A senhora é nossa flor... - Juliana toma as duas mãos escuras e magras da velha e as beija. Na mão esquerda, falta um dedo. O mindinho.

Enquanto tomava seu desjejum, Mãe Isamar, como a chamavam, pensava naquela madrugada quando acordara imaginando ouvir o choro de algum animal no alpendre, há exatos 15 anos. Nessa época ela ainda não morava sozinha, mas Irmã Natália, a última a partir, estava visitando uma tia enferma em Maceió na ocasião e ela estava só. Conhecia cada canto da casa situada no meio de uma verdadeira floresta, e pra uma cega de nascença que nascera e se criara naquele lugar, não seria problema sair para investigar.

Desceu as escadas com sua bengala na completa escuridão e seguiu o gemido, seus olhos brancos arregalados, devagar ela alcançou a porta e saiu invocando encantos que afastassem qualquer energia invasora, e quando ganhou a soleira, seus pés pisaram em algo... e ela caiu. A cabeça bateu forte no chão e um clarão inundou sua mente... algo como uma voz falou-lhe no coração...

“Estes serão teus olhos...”

Imediatamente, um choro... e assim, foi que ela descobriu uma pobre criança abandonada em seu sítio dentro de uma caixa.

No dia seguinte, quando Irmã Natália chegou, encontrou Mãe Isamar sentada em sua cadeira de balanço com a criança dormindo em seus braços. A menina era negra como uma noite sem estrelas, sua cor parecia se confundir com a de Isamar. Quando Isamar lhe contou o que ouvira quando caiu ao pisá-la e que decidira criar a criança caso nenhum familiar fosse encontrado, Natália sorriu em apoio, e durante 10 anos, até o dia em que Deus a chamara pra sua morada, ajudou na educação da menina que batizaram de Isadora, hoje uma bela moça de provavelmente 15 anos, mas que ninguém daria tal idade dada sua beleza, e que Isamar considerava a maior benção que já havia recebido. Havia um amor puro entre elas.

Isadora era a filha que ela não pôde ter naturalmente, não havia se casado devido ao “trabalho”, a castidade era essencial... primordial... mas Deus havia lhe presenteado antes da morte com o dom da maternidade. Deus estava sendo justo por seu mérito... Isadora realmente era sua janela para o Mundo terreno.

Isamar não precisava de olhos para ver, e esse era seu maior mistério e poder. O trabalho de cura que hoje realizava era a missão divina a qual Deus lhe havia incumbido, e a cegueira fora seu preço cármico. “Pra curá o corpo... antes tem que curá a Fonte...” Assim dizia sua vó quando passou a lhe iniciar nos mistérios da Natureza, a preparar infusões e defumações que a fariam capaz de enxergar as energias que movem o ritmo eterno.

Quando a mãe de Isamar morreu durante o parto no inverno de 1955, sua avó, Isabela, líder da comunidade “Mulheres da Jurema”, superando a dor da perda da filha e a notícia esmagadora da cegueira da neta, a levou para o sítio onde morava com algumas devotas fiéis e a criou como se a deficiência não existisse. O lugar havia sido doado por um fazendeiro curado da Doença de Chagas por Dona Isabela. Ela ensinou a Isamar todas as trilhas que perpassavam o sítio, cada árvore, como conhecer ervas apenas pelo toque e perfume, como ouvir todos os sons possíveis e reconhece-los, sentir a direção do vento e segui-lo, quantos passos precisava dar para ir a determinados lugares... e o mais incrível de tudo: a nadar.

Nadar era sua experiência máxima.

Passava horas com a avó no rio escondido que ficava numa área de mata fechada próxima aos limites do sítio. Ir até o rio que mais lembrava um lago, que ela e a avó chamavam de “Poço de Deus”, era o momento mais mágico que ela, uma pobre criança cega, tinha a oportunidade de viver. Era como voar. Hoje, Isamar mal lembrava do lugar, do que sentia quando lá estava, era como se suas lembranças tivessem sofrido alguma ruptura. Algo em sua mente ligava o “Poço de Deus” e seu dedo decepado... mas ela não conseguia lembrar de como se acidentara. Havia acontecido há quase 50 anos. Sempre dizia as pessoas o que sua vó lhe dissera pra dizer... “A Florzinha comeu”. E ainda lhe ocorria pensar que já havia nascido assim, pois realmente não se recordava de nenhum acidente, mas a cicatriz em relevo parecia sugerir outra coisa.

- Vó, eu posso vir pra cá sozinha? Contei todos os passos, foram 1.767 em linha reta até a ladeira, e mais 233 passos até a beirada do Poço. Tem muita árvore e monte de mato pra eu me segurar, é fácil, fácil. A senhora deixa?

- Isamar, me escute, menina: não é pra vir aqui sozinha nunca. Nunca. Entendeu? Cê promete? Promete?

- Tá bom... prometo.

- Cê tem que vivê muito minha fia pra ajudá muita gente. Nenhum mal te perseguirá puquê cê é fia de Iara com Ogum... e Madame Florzinha é sua guia nessa mata. Nunca vai deixá minha fia desamparada... Se o anjo da morte se aproximá de ocê... chame sua madrinha... e cê vai sobrevivê...

E esses eram apenas fragmentos distantes que de vez em quando sua mente lhe enviava. Às vezes, seus sonhos abstratos vinham repletos de avisos. “Nunca sozinha... nunca... a Florzinha comeu...”

Mas ela tinha todos os dedos nesse tempo? Estranho, mas a lembrança havia sumido.

Após seu batismo (que aconteceu em consonância com sua primeira menstruação) sob a sombra de uma imensa árvore de Jurema Negra, quando ela estava com 10 anos, sua avó lhe deu a bebida sagrada Camarampi... e um outro Mundo se descortinou para ela numa experiência de “quase-morte”. Por nunca ter visto o Mundo físico, foi com naturalidade que ela passou a ver o Outro Lado das coisas... e assim vinha sendo desde então. Sua mediunidade havia aflorado. Seu dom servia para ajudar as pessoas a se libertarem do que elas não podiam enxergar.

Mãe Isamar rezava para que pudesse transmitir seu legado para a filha Isadora, se essa fosse a vontade de Deus. Ela já estava na idade de transpor o véu... seguir quando ela precisasse partir. Todos os ritos e segredos que havia acumulado em sua longa vida precisavam sobreviver ao tempo e suas peripécias, o “trabalho”, o mais importante, precisava sobreviver a ela...

Após se arrumar sozinha, Mãe Isamar saiu do quarto e foi recebida por Juliana, que a ajudou tomando-a pelo braço a seguir em direção da sala onde as pessoas eram recebidas.

- Isadora acordou?

- Eu levei um café pra ela mas ela tá dormino ainda. Acho que ela tá com alguma coisa, Mãe.

- Deixa ela descansá, depois eu falo com ela.

O relógio marcava 15 horas quando a última pessoa foi atendida. Antes dela, 32 pessoas receberam orientações, garrafadas, chás, toques, conselhos. Mas todos saíram refeitos e com uma nova luz a guia-los. Quando as voluntárias saíram, ela escutou o som conhecido de passos.

- Isadora, o que que cê tem? Venha aqui, meu amor. - Isadora se aproximou em silêncio e Isamar a abraçou.

- Nada não, mãe, só tava meio enjoada.

- Tô percebendo cê muito estranha esses dia. Num me diga que tu tá de namorico. Eu capo o safado! - Isamar riu, mas não pôde ver a expressão de dor e angústia que se formou em Isadora. No entanto percebeu a mudança alquímica de sua filha.

- Que negócio de namoro, mãe...

- Isadora, tá aconteceno alguma coisa? Num minta pra mim não. - Isamar não conseguia captar nenhuma energia negativa, nada que pudesse indicar algum tormento. Mas ela sentia.

- Mãe... mãe... tá tudo bem. Amanhã vai ter prova de Física e eu vou estudar. Deixe de preocupação, minha véia. Eu te amo tanto mãe... Vou servir nosso almoço. Tô melhor já. - Isadora beijou a mãe no rosto e a guiou até uma cadeira de balanço.

A tarde seguiu e virou noite, e as duas conversaram sobre infinitos assuntos enquanto numa fogueira Isadora assava milhos. O desconforto que Isamar havia sentido ao acordar agora havia se deslocado e pulsava na mão esquerda, exatamente onde lhe faltava um dedo.

Antes de sair para o colégio que ficava a 1 km do sítio, Isadora preparou o café da manhã e levou até o quarto como sempre fizera. Disse que talvez voltasse mais cedo. Isamar repetiu mais uma vez as mesmas palavras de proteção e cuidado para a filha, e disse a si mesma que se permitiria dormir um pouco mais. Adormeceu e logo estava sonhando.

No sonho, ela corria em fuga desesperada, era como se cães estivessem em seu encalço, e quanto mais ela corria, mais perto eles chegavam. Mas ela nunca havia visto um cão. Como agora os via ao longe com seus dentes expostos? Isamar corria e corria quando então acordou.

Do lado de fora do sítio ela pôde ouvir a voz que não era conhecida. Parecia zombar de alguém. Gritava. Isamar ficou atenta, tentando entender o que dizia. “Eae, gostosinha... que delícia essa morena, visse... uma dessa lá em casa eu torava todo o dia...”

E num salto, ela saiu do quarto sem o auxílio de sua bengala, e quando já chegava próximo a saída da casa, ouviu a voz da filha.

- Vá embora! Me deixe em paz! Pelo amor de Deus! Eu já disse que não quero... pare... você não tem esse direito... Não pode me tocar! - Isadora chorava enquanto gritava para um rapaz em cima de um enorme cavalo negro.

- Morena, se ligue... eu quero você, tá entendendo? E eu vou lhe tê... cê vai vê. Tô nem aí pra essa macumbeira cega que diz que é tua mãe... mãe porra nenhuma! Tu é fia de quenga! E eu quero te cumê, cê tá ligada já... - o rapaz alto e forte tinha uma pele tão branca que chegava a ser rosada.

Quando Isadora se viu tão encurralada quanto uma presa rendida, Isamar surgiu ao longe, e ver a mulher que a assumira como filha saindo apenas de camisola enquanto lhe humilhavam, fez com que ela emudecesse e apenas corresse para abraçá-la.

- O que é isso Isadora? Que que tá aconteceno minha fia? Quem é esse? - nesse exato instante em que Isamar inquiria a filha sobre o desconhecido, seus olhos cegos encontraram os olhos azuis do rapaz que havia desmontado e entrara no sítio pulando o portão.

O choque foi imediato.

A sensação foi como se um machado arrancasse sua cabeça e ela fosse rolando por uma ladeira pavimentada com alfinetes. Seu “Olho Interior” se escancarou e ela viu o verdadeiro olhar daquele ser que se disfarçava de jovem... seus olhos eram vermelhos... seu corpo era uma coluna de fumaça. Enquanto Isamar encarava o ser bestial que se aproximava lentamente como se determinado a cumprir o que havia prometido, uma fenda se abriu e ela foi engolida...

Ela flutuava. Podia enxergar. Seus olhos ardiam.

Sua consciência planava por sobre uma densa mata, o verde ofuscante preenchia uma vasta planície, e num piscar de olhos, seu espírito estava diante de um lindo lago esverdeado...

Era o “Poço De Deus”.

Uma jovem moça está tomando banho em suas águas, parece feliz, sozinha, nua, ela sorri enquanto conversa com as libélulas, sua pele negra reluz sob o sol morno que aquece a mata. Era a primeira vez que ela ia sozinha ao lugar, escondida da vó. Os olhos da moça são brancos... e quando ela sai da água, vai tateando devagar segurando nos arbustos até estar de pé na beirada do rio, o corpo jovem e firme brilhando enquanto as gotas escorrem. A moça sorri e fala sozinha.

Isamar vê toda a cena e um vislumbre de compreensão a atinge: ela se reconhece.

Enquanto ela observa a moça em seu alegre banho, por uma trilha próxima, três cavalos se aproximam. Três homens cavalgam sorrateiramente até desmontarem sem serem percebidos pela moça cega. Um deles, tem a pele tão branca que chega a ser rosada...

- Ora... ora... ora... o que temos aqui, rapazes. Se não é a cega gostosa. Pelo amor de Deus! No meio dessa mata, e com a fome que eu tô! Eu amo carne bem passada! - o homem sorri para os outros dois.

A moça se desorienta e tenta pegar suas roupas, mas logo um dos homens as recolhe entre escárnios.

- Me deixem em paz... eu não os conheço... sou neta da Mãe Isabela... todo mundo conhece ela... me deixem ir...

- Eu sei quem você é, sua puta. Tu é filha daquela macumbeira safada! Mas hoje tu não escapa não... ninguém vai te ouvir aqui... melhor ficar quietinha...

Os outros dois homens se entreolham, dizem para o mais afoito deixar isso pra lá, mas ele não desiste.

- Vem cá, pretinha safada, deixa eu ver se você é gostosa mesmo... deixa... - e sua mão forte agarrou a moça, que na ânsia de se defender, acabou por tropeçar e cair, os olhos lacrimejantes perdidos.

- Presta atenção cês dois: se contarem pra alguém o que vocês vão ver aqui, vocês dois tão morto. Entenderam?

Então a revelação se conclui. O espírito de Isamar recebera a permissão de reencontrar a lembrança arrancada de seu coração. Mas houve um motivo para que ela fosse extraída... a lembrança era o Mal...

Os flashs e insights se descortinaram. Isamar viu quando os três homens tomaram o corpo da jovem à força e a violaram... defloraram sua dignidade num ritual macabro... diante do Poço de Deus... os três. Eles riam enquanto o sangue escorria por suas pernas... ela havia sido amordaçada, o estupro seria concluído com sua execução e enterro na mata, ninguém nunca a acharia...

Enquanto seu coração revivia a dor lancinante daquela lembrança soterrada, Isamar viu enquanto o último homem se aliviava em cima daquele corpo virgem, quando uma mulher se aproximou sem ser percebida. Seus cabelos longos e lisos esvoaçando. Os homens não a veem. Mas a jovem abusada sim... ela ergue a mão para ela em súplica. A mulher sorri, nas mãos, um chicote cravejado de espinhos. A mulher se aproxima da mão estendida de Isamar... e arranca seu dedo com uma mordida...

O que aconteceu em seguida jamais poderá ser descrito. Com golpes rápidos e precisos, a entidade decapitou os três homens e afundou seus corpos no fundo do “Poço de Deus”... as águas deixando de ser verdes para serem vermelhas... A mulher se elevou das águas, voou até o corpo ensanguentado de Isamar e ficou parada de frente a ela. Seu cabelo estava enfeitado com diversas flores...

- Eu... sou... o Espinho da Flor... com o teu sangue poderás me chamar... Sempre. - foi o que Isamar ouviu antes da energia sumir...

E tudo retornou rodopiando.

- Mãe! Mãe! Acorda! - Isadora grita.

- Eu heim... fica aí com essa tua mãe macumbeira, eu vou embora e depois a gente se encontra. Gostosa! - o jovem, herdeiro de um dos maiores fazendeiros de Comendador Negromonte, partiu sorrindo.

Quando Isamar retornou de seu desmaio, Isadora estava calada, a vergonha se abatia sobre ela como um manto de incertezas.

Ela levou a mãe até seu quarto, mas ela pediu que a levasse até sua sala. Disse a Isadora que não precisava se preocupar, sorriu pra filha e a beijou, e aquilo trouxe um grande alívio pra Isadora.

- Minha fia, me deixe sozinha, um pouquinho. Preciso conversar com Deus... mas antes, pode me trazer uma faca amolada?

Isadora trouxe a faca e sua mãe adotiva se trancou em sua sala de atendimentos. Ela não sabia o que seria do amanhã, não podia contar sobre os assédios frequentes que vinha sofrendo, sabia que Fernando Albuquerque era poderoso e que protegeria seu filho sempre. Só Deus pra fazer algo por ela...

Do lado de dentro da sala, uma senhora cega põe sua mão sobre a mesa. Na mão direita, uma faca amolada.

Ela tem uma imagem fixa na mente quando a faca decepa um outro dedo seu...

FIM

Obrigado por vir até aqui...

TEMA:FOLCLORE BRASILEIRO

Edgar Lins
Enviado por Edgar Lins em 22/02/2021
Reeditado em 26/04/2023
Código do texto: T7190240
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.