ESPANTALHO CITY-3

Dentro do casebre mal conservado, danificado pelo tempo, haviam alguns móveis estragados roídos e ocupados por ratos, paredes mofadas, telhas de aranhas e pó, e um baú contendo vestidos e amuletos.

— Vamos usar as roupas nas cenas zombis, os vestidos são carcomidos pelas traças, os tecidos são bastante antigos.

Após as filmagens até anoitecer, eles foram para o Trailercar comer e pernoitar. Mitso, observava as melhores cenas para reunir na sequência do filme.

— Em todas as cenas aparece uma mulher estranha sorridente nos fundos. Não havia ninguém mais além de nós na casa. Creio que captamos um espectro, a tal wicca Aburaya. Vamos instalar um espectroscópio, teremos o primeiro filme com um fantasma verdadeiro nas telas de cinema.

A mulher é pálida e tem uma aura negativa, seus cabelos são escuros, o rosto oval atraente, aparentando 30 ou 40 anos, personifica a imagem do mal.

Kaori olhava pela janela do Motorhome: — Os moradores estão recolhendo os espantalhos na frente das casas, como se tivessem medo de alguma coisa ruim que está para acontecer.

— Esses poucos idosos espantálidos sofrem de demência coletiva, resultado da isolação e da situação miserável em que vivem. Na ilha costuma ocorrer tempestades e ventos marinhos fortes. Deve ser por esse motivo. Está ficando supersticioso, por acaso?

Enquanto eles dormiam no Trailercar, caíu uma chuva torrencial sobre a ilha, com trovejadas e relâmpagos. O vento silvava e açoitava as palmeiras num ruído sinistro, fazendo os espantalhos nas estacas no cemitério dançarem como se estivessem vivos.

Sem eles perceberem, o Motorhome deslizava suas rodas, como se estivesse sendo empurrado em direção ao mar. Na escuridão um relâmpago iluminou a figura sinistra dum espantalho, com duas foices de ossos de crocodilo nas mãos, observando diabólicamente o Trailercar ser levado pelas águas...

Nas ruelas do vilarejo, a chuva arrastava as cabeças de espantalhos decepados e esquartejados pelas valetas enlamaçadas, lavando as pegadas disformes e levando os fiapos de palhas, como serpentes a nadar, se afogando e tentando inutilmente se salvar...

----------> segue no cap.4

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