Consulta com a doutora morte

Débora estava sentada em um sofá de frente para a doutora Etrom, seu consultório era frio, tudo parecia morto. Débora tremia seu corpo, ela se abraçava como se estivesse sentindo muito frio.

- Débora, me conte sobre sua experiência de quase morte. Disse a doutora pegando uma prancheta e lápis, Débora focou seus olhos para o chão, colocou os cabelos para trás da orelha e disse.

- Quero que mantenha segredo sobre o que vou te contar aqui, tive essa experiência sobrenatural. Todos riram de mim, ninguém acredita no que eu passei.- Débora aflita, morde os seus lábios e fecha os seus olhos. Há uma pausa de alguns segundos, então ela começa a contar seu relato, nesse momento na sua mente ela começa a se lembrar.

Débora estava em um set de filme pornô, tinha câmeras e uma enorme cama de casal. Ela estava vestida como enfermeira com um decote provocativo, na sua mão tinha um copo de whisky . Pois ela achava que uma vez que estivesse bêbada conseguia se soltar melhor, do nada uma borboleta azul muito bonita pousa na mão que segura o copo.

Ela se assusta e deixa o copo cair no chão, ele se quebra em vários pedaços. Débora repara que a borboleta desapareceu, então ela fala.

- Cadê a borboleta?

- Que borboleta mona?- Disse o maquiador que era seu amigo, ele acabara de chegar.

- A borboleta que estava aqui, ela pousou na minha mão e..

- Poderosa, acho que precisa tirar umas férias. Esse trabalho costuma ser muito estressante, já passou isso pela sua cabecinha?- Disse o maquiador que estava de frente pra ela com as duas mãos em seus ombros. Ele prossegue.

- Hm.. Cuidado mona, porque ver borboletas pode ser um sinal da morte, algumas pessoas quando estão destinadas a morrer costumam ver algum tipo de presságio. Algo que avisa que você será a próxima vítima da morte.

- Então acha que isso é?

- Calma poderosa, isso é só uma coisa que a minha falecida mãe costumava falar. Como eu disse tire umas férias.-

No supermercado Débora estava escolhendo algumas frutas, quando ela ouviu alguém falar.

- Deb poderosa? Caramba é você?- Quando Débora olha pra trás vê um rapaz gordo com espinhas na cara, ele tinha um cavanhaque loiro. Débora fala.

- Te conheço?

- Não, mas sou muito seu fã. Sabe dos filmes pornô.- Débora vê que quando ele falou pornô algumas pessoas olharam pra eles, ela então falou baixo.

- Chiii!! Fala baixo tá, eu geralmente não gosto de falar em público sobre meu trabalho.

- Ha, sei. Tem vergonha né?- Débora faz uma expressão de raiva.

- Olha, legal você ser meu fã mas eu tenho que ir pra casa.- Débora então dá meia volta e se prepara para ir, quando o rapaz segura o seu braço. Ela estranha essa ação.

- Espere Deb poderosa,- Débora olha com um rosto zangado pra ele por ter falado seu pseudônimo, então ele vê que deu mancada e fala.

Quero dizer.. Débora. Por favor, vamos tirar uma selfie Débora.- Débora revirou seus olhos e disse.

- Ok, só uma foto tá bom?

- Perfeito!!- Falou o rapaz todo animado, ele então ficou de lado, bem colado ombro a ombro em Débora. Estendeu sua mão com o celular e tirou várias fotos,- Quando Débora estava indo embora, o rapaz feliz gritou.

- Em Débora, minha amiga, vou postar essas fotos no meu fã site Deb poderosa.-

Em casa, após tomar banho, ela estava abrindo o tal fã site no laptop. Ela vê várias fotos dela com o tal fã, então ela começou a perceber que algumas fotos lá trás havia uma silhueta estranha. Parecia ser um homem, ou mulher seu rosto era embaçado. Ela estava vestindo um capuz negro de cima abaixo, essa estranha figura está atrás de Débora. Sempre atrás dela em todas as fotos, ela então começou a ficar com medo. Esse medo era diferente, era como se ela soubesse que alguém a observava.

No dia seguinte, enquanto andava pela rua, ela sentiu gosto de sangue na boca. Quando ela ouviu passos atrás dela, ela olhou e viu um casal apaixonado dando beijos, mas atrás deles havia algo que a colocou em vigilância. Ela viu o rapaz gordinho, o seu fã tentando se esconder atrás de um poste. “Ele está me seguindo, mas o que ele quer comigo. Será que quer me matar? Ou abusar de mim?

Durante a noite Débora sonha que está em um elevador, E uma voz sinistra está dizendo.

- É hora de morrer!! É hora de morrer!!

No trabalho ela contou isso para o maquiador, ele assustado abriu uma gaveta do camarim. Lá ele puxou um revólver, ele colocou o revólver na palma da mão da Débora e disse.

- Escute minha gatona, se esse atrevido tentar se aproximar de você atire nele.

- Mas ele…

- Não brinque com isso, ele é perigoso, não disse que ele segurou seu braço quando tentou deixar o supermercado.

- Sim , mas acha que ele iria tão longe ao ponto de tentar me matar?

- Com certeza, ele é um stalker. Lembra da Sindy? Então aquela menina foi sequestrada por dois homens que se diziam fã dela. Nessa profissão é muito perigoso para as mulheres, para esses homens vocês são prostitutas. Mulheres promíscuas que fazem sexo com qualquer um. Então cuidado.-

Débora pegou a arma e fez uma expressão séria. Naquela noite Débora chegava em casa, quando ela notou que a porta estava aberta. Debora então na casa escura, ela caminhou tateando a parede. Até que achou um interruptor, ela ouviu alguém falando baixinho no escuro.

- Ainda não, espera mais um pouco pois ela já entrou.- Então ela com a outra mão pegou a arma que estava na bolsa, ela se preparou para ligar a luz e pensou.

- Vou ligar a luz, seja quem for vou atirar. Com certeza é aquele cara, ele não vai me matar!! Não vai!!- Ela então ligou a luz, e para sua surpresa ela viu todos os seus amigos.

Eles estavam sentados no sofá, atrás do mesmo, perto da janela ou seja em todos os lugares da sala. Em suas cabeças chapeuzinhos de aniversário, e na mesa de centro um grande bolo com um número 35. Todos estavam de boca aberta, pois Débora estava apontando uma arma para eles.

- Feliz aniversário Débora!!- Disse um amigo, então todos começaram a aplaudir e Débora baixou a arma e respirou aliviada.

Algumas pessoas começaram a rir, inclusive a Débora, ela falou.

- Menina, vocês querem me matar de susto? Pensei que era outra pessoa.- A amiga de Débora se aproximou dela e falou.

- Quem pensou que era?

- Esquece ninguém, mas me digam, quem deu ideia de fazer essa festa,

- Foi seu amigo, aquele rapaz ali.- Quando a amiga disse isso ela apontou para o lado, quando Débora viu quem era o rapaz, era nada menos que o gordinho seu fã. Ele sorriu meio sem jeito, fazendo um sinal de dois.

Debora na hora se enfureceu, ela gritou alto.

- Desgraçado!! Vo-cê, Vo-cê!! Não acredito, pare de me perseguir, pare de ficar atrás de mim. Parece até uma maldição.- Todos ficaram sem entender nada, com cara de bobo. Então o rapaz falou.

- Escuta Débora.

- Não, fique longe de mim, e não fale meu nome seu coisa ruim.- Débora então se vira e sai correndo pela porta. Seus amigos sem entender vão atrás dela. Ela tenta atravessar a rua sem olhar, quando vê um carro já está em cima dela. O carro bate jogando o seu corpo para o ar, seu corpo cai rolando no chão. Nesse momento ela enxerga seus amigos vindo correndo para socorrê-la, tudo vai ficando escuro e embaçado.

Quando ela se dá conta que está em um elevador velho coberto de sangue, ela olha ao redor e escuta sons de pessoas gemendo de dor. O elevador só descia e descia, Débora então escuta a voz da morte.

- Parece que você tem muita sorte.

- Quem é você? E que lugar é esse?

- Sou a morte e está prestes a chegar no inferno. Esse lugar é apenas o elevador.

- Por que diz que tenho sorte?

- Porque graças a o seu amiguinho não irá morrer. Mas isso é questão de tempo, eu ainda vou te pegar algum dia.- Então do nada, ela acorda deitada no concreto recebendo respiração boca a boca do gordinho. Ela empurra o gordinho para longe e cospe no chão dizendo.

- Que nojo!! Desgraçado!! Já te mandei ficar longe de mim. Droga você me beijou!!.

- isso não é um beijo é apenas uma respiração boca a boca, você deveria me agradecer, te trouxe de volta à vida.- É aí que Débora se dá conta que está viva, ela ainda observa a borboleta passar por ela e ir em direção ao céu. Isso é um sinal que a morte já não está atrás dela.

As lembranças de Débora acabam, ela está de volta ao consultório da doutora. Ela ainda está tremendo só de lembrar do relato. Ela coloca suas pernas para cima do sofá e as abraça. A doutora fala.

- Está tudo bem com você Débora?

- Sim, só preciso de um pouco de água doutora.- A doutora se levanta deixando a prancheta e o lápis em cima da mesinha, então ela vai até um bebedouro que tem no canto da sala. Enquanto ela pega água com um copinho de plástico, Débora a observa. Débora olha para um espelho que tem ali, então ela vê o reflexo da doutora no espelho. O crachá da doutora está escrito doutora Etrom, mas no reflexo as letras aparecem ao contrário. Então, Etrom ao contrário vira Morte. “ Doutora morte?” Pensa Débora, do nada uma borboleta azul pousa em sua mão. Ela percebe o que está acontecendo e vai direto para a porta, ela tenta abrir desesperadamente mas não consegue. Ela então começa a dar chutes e socos na porta, ela grita,

- Por favor me tirem daqui!!