┼ PET CEMITÉRIO- fim

💀 VILAREJO MACABRO

Elsie acordou no meio da noite com ruidos de aranhaduras no carro, saíu para fora olhar. Na sua frente estava Milow seu gato amado. Ele tinha os pelos arrepiados, sujo de terra, garras longas e curvas e os olhos flamejantes.

— Então era mesmo verdade, a terra daquele velho cemitério indígena, tinha poder de reviver os mortos!!

Feliz, tomou o gato no colo e tornou a dormir no auto junto com ele.

Ao amanhecer, avistou uma fila de crianças mascaradas de animais, levando um caixote rumo ao bosque. Um menino se aproximou dela dizendo: — Eu sou Alder, voce pode tomar parte dos funerais do coelho se quiser, mas deve colocar a máscara. É tradição do vilarejo quando morre um animal, todas crianças comparecem ao sepultamento, é permitido adultos também.

— Sim é claro, eu irei junto com voces.

Ela colocou a máscara ofertada e ficou na fila, levando seu gato Milow.

No cemitério eles sepultaram o coelho num silêncio mortal.

Um lobo surgiu entre os arbustos. A menina de nome Sorrel foi até ele e o abraçou: — Esse é Lupin, meu querido lobo.

Alder se dirigiu a Elsie: — Voce ainda não entendeu, que todos nós já estivemos mortos ? Nossos pais nos enterraram no velho cemitério dos índios. Quando nossos pais morreram, nós fizemos o mesmo com eles. Todos no vilarejo já morreram uma vez, depois retornaram.

As crianças retiraram suas máscaras de animais, deram as mãos, fazendo um círculo ao redor dela sorrindo.

— Logo voce também será uma igual a nós Elsie! Eles passaram a cantar uma melodia numa linguagem indígena desconhecida. O lobo Lupin saltou sobre Elsie e estraçalhou sua jugular. Ela tombou ao chão morta e ensanguentada.

As crianças arrastaram seu corpo para o cemitério indígena, jogaram numa cova já preparada, depois cobriram com a terra e se afastaram do bosque.

Na noite seguinte, Elsie levantou do sepulcro lamacento e foi andando cambaleando para uma das casas, reservada para novos moradores, onde Milow a esperava. Ela foi para o quarto, deitou-se na cama e adormeceu abraçada com seu gato. No cemitério, o vento tombou a cruz de madeira com seu nome escrito.

Lá fora o sino da capela bateu meia noite, o badalo se misturando com o grasnado do corvo negro, empoleirado no alto da torre, sentinela da vila dos morto vivos.

No bosque escuro, o lobo Lupin soltou um ganido agudo, olhando para o horripilante espectro dum cacique índio, com um cocar de plumas de aves, arco e flecha na mão ossuda. Os dois saíram passear juntos pelo sinistro cemitério maldito, sem deixar nenhuma pegada no solo de terra negra, que oculta um segredo terrífico, guardado pelas almas dos indígenas mortos ali enterrados e nenhum homem branco da ciência jamais foi capaz de desvendar.

💀 FIM

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 08/04/2022
Reeditado em 24/04/2022
Código do texto: T7490784
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