ARBORESCÊNCIA
Claude e Lívia viajavam com o carro home a caminho do camping Drietof, por alguns dias de férias. Depois de rodar cem km, foram impedidos. A auto estrada estava interditada por uma fila de caminhões, a polícia rodoviária e cães farejadores. Claude desviou e pegou uma estrada adjacente, 150 km depois avistou a placa indicando Triedof e seguiu a seta. A estrada ficava cada vez mais estreita, rodeada por árvores e levava a um vilarejo silencioso perto dum bosque. Haviam apenas algumas casas antigas de madeira com vidros quebrados e uma capela com um sino de ferro na torre.
— Isso é uma vila fantasma, desabitada e abandonada !
Lívia olhava no formulário a reserva feita.
— O camping se chama Drietof, esse lugar é Triedof, os nomes são parecidos, estamos no lugar errado.
Ela viu na janela duma casa a silueta de um homem e uma mulher.
— Veja há alguém naquela casa, vamos pedir informações.
Eles bateram na porta e uma menina aparentando 12 anos abriu. Diante da mesa sentados havia dois bonecos, manequins de lojas vestidos. Um deles tinha uma tesoura fincada nas costas, o rosto deformado por facadas. Revirados no sofá de estofado rasgado, bonecas de pano e brinquedos de madeira.
— Podemos falar com seus pais ?
— Aqui não mora ninguém além de mim. Meu nome é Elina, quem são voces ?
— Claude e Lívia, somos turistas, erramos o caminho, confundimos o lugar.
— Voce mora aqui sózinha mesmo ?
— Quando eu tinha 8 anos, dois homens me raptaram na saída da escola. Eles me trouxeram para cá, me amarraram numa árvore, colocaram um lenço na minha boca, tiraram fotografias e enviaram para meus pais pedindo dinheiro em troca, se contassem pra polícia iriam me matar. Mas as árvores falantes me libertaram e mataram os dois criminosos. Minha família nunca veio me buscar, esqueceram de mim.
— Então as árvores falam e te ajudaram, mataram os sequestradores ?
Lívia puxou Claude para fora e foram até o carro home.
— A menina parece ter problemas psíquicos, deve ter fugido, estar sendo procurada. É melhor ligar pra polícia.
As janelas do carro estavam abertas e a bolsa com os documentos e celulares havia desparecido.
— Há mais alguém aqui, levaram minha bolsa...
Elina fechou a porta da casa levando um cesto.
— Eu vou no bosque buscar frutas e visitar minhas amigas árvores, podem vir junto se quiserem.
— Claro, nunca conheci uma árvore falante.
Os três andaram pela trilha dentro do bosque silencioso e sombrio. Num canto tinha dois montes de terra coberto com pedras e uma cruz de galhos fincadas.
— Claude, aquelas são as sepulturas dos sequestradores. Será que foi a menina que matou os dois ?
— Elina onde estão suas amigas árvores falantes ? Não vejo nenhuma por aqui.
— Perto do córrego, elas precisam de muita água para se hidratar ou podem ressecar e morrer.
— Lívia precisamos descobrir mais sobre essa menina estranha, ela disse que já está aqui há 4 anos.
— E se for mentira ? Ela parece ter transtornos mentais, pode ser uma psicopata em potencial. Voce reparou nos bonecos cortados a facadas sentados ? Eles representam seus pais, demostra seu ódio por eles, ela possue um instinto assassino.
— Voce acredita que essa menina de apenas 12 anos seja uma Killer ? ?
▬▬▬▬► segue no cap. 2
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