O bagulho é doido

Uns conseguem sair de lá. Outros se perdem por aqueles labirintos. Labirintos de tudo: físicos, temporais, mentais...Alguns têm medo de Minotauros e quimeras.

Uns entram lá através de sonhos, procedimento  perigoso, porque a alma pode demorar ou nunca mais voltar pro corpo. Outros vão com os próprios pés.

Quem já saiu de lá, descreve o processo de ida como sendo provocado por uma curiosidade sem parâmetros. Como um grande ímã que atrai, puxa e desperta o interesse dos humanos.

Porém, há quem afirme ter saído de lá, conquanto não tem ideia, nem consciência , se foi alucinação provocada por algum tipo de gás, pois existem pesquisas defendendo teses de que lugares antigos liberam gases alucinógenos, por motivos diversos como o acúmulo de várias substâncias, poeiras tóxicas trazidas pelo vento, sapatos, ou qualquer “meio de transporte", sujeiras entranhadas nas tubulações, pelos, cabelos, restos de comidas; desconhece se foi sonho, ou mesmo se paradoxalmente ainda está lá, um seu duplo, um seu clone, ou parte da sua alma.

Uma centena deles disseram que foi através de frequências muito fáceis de se encontrar na internet, na deep web, que logo, os conduziram para o referido limbo.

Lá é um lugar, sem lugar fixo, como Hy Brazil, que se torna visível e do nada desaparece. Creem que há campo magnético, escudo protetor, ou até que seja mesmo uma nave espacial.

Um rapaz de vinte e dois anos, contou sobre sua experiência no tal Limbo. Ele o achou, por acaso, num prédio moderníssimo, próximo à Galeria do Rock, em São Paulo. Entrou lá, movido pela atração , pois vinham de seu interior, aromas muito agradáveis de perfumes, de comidas, algo totalmente irresistível. Procurou os elevadores, mas não os encontrou. Foi andando e, num dado momento, tudo ia se misturando: aparelhos de última geração, com utensílios dos tempos das cavernas. Invenções do Egito, Grécia antiga e de diversas culturas. Artes, móveis, lustres, luminárias. De repente, um silêncio absoluto. Ele se perguntou:

- Será que eu morri?

 

E começaram a passar pessoas do presente, do passado e do futuro, como se não houvesse fronteiras, passavam índios brasileiros e americanos do passado. Escravos. Ouvia idiomas distintos, atuais, línguas arcaicas e línguas mortas, dialetos. De vez em quando, alguma situação revoltante, entretanto condizente com os costumes das épocas das pessoas, músicas, canções, espetáculos com artistas famosos. Outras situações do passado e seus hábitos, muito mais evoluídas, como sonhos e imaginação de pessoas para uma sociedade melhor. O rapaz disse não saber como agir. Se aquilo ali era o inconsciente coletivo, se poderia entrar em contato com os queridos já falecidos. Ficou assustado, porque ninguém parecia notar sua presença, que a toda hora mudava de aparência involuntariamente.

Corredores intermináveis, com diversos atalhos e passagens, salas ultramodernas com ambientes ultrapassados. Falhas na Matrix?

Falou para si mesmo:

- É tudo muito admirável, mas quero sair daqui. Quero voltar pra minha vida, que pode não estar tão de acordo com o que almejo, mas é a que eu tenho. Amo viver, amo a natureza e o que há sobre a face da Terra!

Nesse instante, centenas de soldados romanos da antiguidade, correram na sua direção e de um amigo, que coincidentemente passava por ali. Talvez nem fossem atrás deles, mas não iriam ficar pra ver o resultado. Entraram na primeira brecha estreita que encontraram num vão de parede, e saíram numa passagem do Terminal Rodoviário do Tietê.

Contando ninguém acredita @ O bagulho foi muito doido!😝🤪

Depois do episódio, os amigos assustados sentaram num café, lá mesmo na rodoviária e trocaram ideias sobre suas experiências no local que já não estava mais lá.

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Muito obrigada pela sua leitura!📚 

Se houver curiosidade, ouçam meus áudios musicais! 🎶 

 

 

LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 16/04/2023
Reeditado em 16/04/2023
Código do texto: T7765184
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