DESMORTOS

A viúva de 74 anos Cecília vivia sózinha, auxiliada por uma cuidadora que morava na mesma rua. Eram sete horas da manhã, quando tocou a campainha, ela foi abrir. Uma jovem entrou e sentou-se na cadeira.

— Mamãe a senhora não me reconhece mais? Sou sua filha Celine. Voce sofre de demência agora?

— Prove o que está dizendo sua impostora vigarista, minha Celine faleceu há 14 anos atrás. Apesar da semelhança, certamente voce não é ela.

— Mostre o álbum da família com nossas fotos, aquela do meu aniversário, no qual voce me presenteou um bracelete de safiras.

— Cecília abriu a gaveta para pegar o álbum , retirou o revólver e atirou na cabeça da jovem, que caíu morta ao chão.

Ela pegou o celular e digitou um número.

— É a quinta vez que matei minha filha. Venham buscar o cadáver daqui. Até quando iremos suportar essa situação? Eu preciso de mais cartuchos de munição.

— Voce agiu certo, mate todos eles. Os bio genéticas continuam tentando desvendar o mistério e encontrar uma solução.

A cuidadora Carol abriu a porta e se deparou com o corpo sem vida.

— Era mais um deles não é mesmo? Eu já matei meu marido oito vezes e continuarei matando quantas vezes precisar.

Um carro transporte blindado parou na frente da casa. Dois homens usando vestimentas protetivas, enfiaram a morta numa espécie de cilindro, injetaram um líquido verde dentro, desinfetaram o lugar, depois carregaram no transporte e foram embora.

— Carol quando eu e meu marido viemos morar aqui, haviam 900 moradores, hoje restam apenas 200 deles, nesse vilarejo maldito. Vamos nos mudar daqui, ir para bem longe. Voce também é sózinha, sem filhos, e me aguenta já há tantos anos...

— Voce sabe que não podemos saír daqui, é nosse dever, precisamos impedir que essa enfermidade satânica se alastre para outros lugares. Isso seria uma tragédia macabra, uma catástrofe demoníaca. Não teremos mais sossego nenhum, centenas de pessoas seriam atraídas para cá, voce sabe para que. . .

Se escutou um tiro de espingarda vindo de fora.

— Foi mais um deles outra vez, sendo mandado para o inferno . . .

— Não poderemos manter esse segredo para sempre aqui oculto, um dia alguém irá descobrir.

— Então o inferno virá sobre nós, precisamos impedir que isso aconteça, custe o que custar !

▬▬ ► segue no cap.2

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