Hungry like a wolf

Tobias das Almas metia-se em uma posição pouco ordinária para um homem de gordas certezas. Mas, como todo aquele que existe em circunstâncias favoráveis, escorados em seus privilégios rotundos, ignorou toda e qualquer consequência. Como um consórcio de satisfações onde o lance sempre favorecer-lhe-ia.

Quando aqueles dentes enfiaram-se nos poderosos músculos do antebraço do protagonista, um uivo lamentoso de dor ubíqua ecoou. E, seguiu o sofrimento da investida a voluta cinzenta do arrependimento.

Mariana devia ter lá seus vinte e cinco a trinta anos. De idade. Uma beleza sem compreensão, urdida no cinzel da extravagância, arrastava às pestanas dos passantes o desafio natural de quem ousa enviar o bilhete da subversão estética ao script da calma e do estereótipo.

A ruela estava dormindo na mais escura e úmida noite. Mas, convidava como ninguém a nela se meter, pois aliviava uma distância considerável. E, a guria do parágrafo acima se conformou com a facilidade. Meteu-se.

Um cheiro forte logo alcançou os narizes. De toda malta que corre como a malta gosta de para seus inegociáveis compromissos com a morte lenta da vida em vida.

Alguém, muito metido no método rigoroso da curiosidade foi lá no atalho conhecido ver do que se tratava o fudum.

A polícia fez sua plenária. Lavrou suas sentenças, escritas em seus tratados e manuais.

A noite, naquela noite, a vizinhança jurou, de pé junto, posto que é a única maneira aceita por quem é alvo da jura, que uma reclamação de provável natureza canina incomodou, lá de longe, extraordinariamente.

Por via das dúvidas, e se há algo com mais autoridade que me avisem, ninguém mais atalhou caminho algum.

Alhures e nenhures.