A CASA DE OSSOS - fim

— Boa noite madame, somos policiais. Estamos fazendo uma busca pelo matagal.

— Entrem, posso lhes oferecer hospedagem e comida.

Os dois observavam a bela e jovem mulher abrir a porta. Ela vestia um vestido simples e longo de algodão, os cabelos eram presos com um pente feito de ossos. Em cima duma cadeira dormia um gato tigrado. Num varal de cipó haviam ramos e plantas pendurados para secar.

— Esse é Bayum, meu gato e fiel companheiro.

Ela retirou dum armário pratos e colheres de pau, colocou sobre a mesa de troncos de árvores. Tomou duas caçarolas de ferro, depositou no fogão de pedras, picou legumes e cogumelos e ferveu uma sopa de caldo verde.

— Sentem-se e comam, depois podem dormir no quarto ao lado do meu.

— O que faz a senhora nesse matagal ? Vive aqui sózinha ?

— Costumo vir aqui juntar ervas e folhas para fabricar meus elixires e tinturas.

— Então a senhora é uma farmacêutica ou botânica.

— Algo parecido com isso.

— A comida estava deliciosa, agradecemos sua hospitalidade.

Eles foram para o quarto dormir. A cama grande era feita de cipós grossos e trançados, a coberta de peles de animais.

— Essa mulher é estranha, não tem medo de ficar nessa casa isolada. O nome do gato Bayun, já ouvi em algum lugar. Parece que o vento lá fora sussura um nome.

— Mas a comida é deliciosa. Vamos dormir e descansar.

Ao amanhecer eles acordaram com o canto dos pássaros lá fora.

A mulher já havia preparado canecos de pau com chá aromático e bolinhos de verduras assados no forno.

— Comam antes de ir. Se sentirão fortificados.

— Bio comida saborosas as suas. Já pensou em abrir um Bio-Laden e vender suas receitas ? Os vegetarianos iriam apreciar.

— Talvez eu faça isso algum dia.

Eles agradeceram a hospitalidade e foram seguir seu caminho. Ao longe Mike se virou para acenar para a mulher, mas a casa não estava mais no lugar.

— Que fenômeno estranho é esse agora? A casa desapareceu.

— Vamos sair logo daqui, há algo maléfico nesse bosque.

Ao chegarem perto da saída da floresta, viram um guarda florestal vestindo uma roupa e chapéu verde, com uma espingarda pendurada nas costas.

— Nós pernoitamos numa casinhola no matagal, somos policiais.

— Que eu saiba não existe nenhuma casa por lá, além do mais é proibido acampar, nem entrar sem um guia na floresta.

Intrigados eles entraram no jipe e foram embora.

O guarda florestal sorrindo se adentrou no bosque, esperar a noite chegar, para saborear a deliciosa sopa de cogumelos de sua velha amiga BÁBA YAGA, que vive numa casa invisível e só pode ser vista uma vez por ano, durante a noite de Halloween, onde as bruxas andam soltas, deitando encantos.

FIM

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 08/07/2023
Reeditado em 08/07/2023
Código do texto: T7832152
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