O FUNERAL⚰️

Através do caminho sem luzes

Pisam-se nos seus jardins,

Tal marcha fúnebre das cruzes

Os meios são certos fins!

O padre inicia o santo rito

Para aqueles que vão aturdidos,

Sob lápide fria de granito.

São os ossos destes esquecidos!

Pegue com sua empunhadura

Antes que tudo assim vá,

Abra no frio a rasa sepultura,

Tome nas mãos uma pá!

Esses anoiteceres serão serenos,

Aroma da morte no ar,

Nos caixões grandes e pequenos

Prontos para a sepultar

Adiante, cuide da bifurcação,

Um cadáver desce rente à terra!

Tornar-se-á então a podridão

Quando o coveiro assim enterra

Observa-te a sombra de Satã,

O riso sem a ressurreição,

Ao brotar toda luz da manhã,

Sob o bege de um caixão

Não espere o sino dobrar

Ou ouvir a prece de um mudo

Seu destino é desintegrar

E no fundo da cova ser adubo

Aquele choro do rebuliço,

É marcado no momento final,

No pavor se faz o feitiço,

O tardio adeus de um funeral

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 21/09/2023
Código do texto: T7890878
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