O Despertar das 3h00
Em mais uma noite o senhor Wilson, professor aposentado, acordará assustado com uma entidade ao pé da cama o observando. Virava para o outro lado e dormia. Já faziam vários meses que todos os dias por volta das 3h00 da manhã um ser humanoide o observava.
Porém quando acendia a luz ou ele gritava a aparição sumia.
Chegou a acender velas, e colocou uma bíblia em cima de uma cadeira próximo a cama.
Naquele pequeno quarto ele havia dormido por longos anos com seu grande amor, Berenice.
Berenice o havia deixado a cerca de um ano. Foi para o outro plano.
Deste dia em diante ele colocou sobre uma cômoda ao lado da cama uma foto dos dois, e costumava observar a foto com saudades até pegar no sono.
Senhor Wilson, era muito solitário, não tinha amigos, passava a maior parte do dia assistindo televisão e tomando chá gelado.
A rotina era a mesma todos os dias, terminava a novela das 9h00, tirava a prótese dentária, se preparava para dormir, observa a fotografia do casal e dormia.
3h00.
Ahhhh!!!
Senhor Wilson acorda com uma jovem moça de cabelo loiro e com 3 bolas vermelhas na mão.
E mais uma vez a entidade some.
Aquela agonia o deixava louco, no outro dia, preparava a jarra de chá e ia até a sua poltrona, ligava a TV.
3h05
Senho Wilson bate a mão no interruptor acendendo a luz. Pouco antes havia visto no mesmo local, um homem negro de terno, olhando pra ele enquanto dormia.
Pela manhã, preparação do chá e poltrona.
O rádio-relógio marcava 03h02.
Ao pé da cama uma entidade com a cara pintada de branco, com olhos pretos profundos e nariz de palhaço observa, o indefeso Wilson.
Dessa vez Wilson não virou para o outro lado e pegou no sono.
Foi até a poltrona e viu na televisão um comercial de um novo consultório médico na sua cidade. O comercial dizia: Dificuldade para dormir a noite toda, eu te ajudo! Dr Baruch.
Pela manhã correu para encontrar a solução.
Foi só entrar no consultório médico, Dr Baruch, percebeu o rosto abatido e as olheiras.
Baruch ficou ainda mais horrorizado quando perguntou o peso para o Wilson.
- 95, doutor. Sempre fui muito forte.
O médico olhou para a balança enquanto Wilson se posicionou de costa e viu que marcava 47 kilos.
O médico solicitou uns exames, deu um calmante para o paciente tomar 30 minutos antes de deitar e pediu para retornar depois de 3 dias.
3h01
Uma senhora aparece com uma luz no peito.
Wilson, atordoado pelo remédio, assusta, porém não se mexe e dorme novamente.
Segundo dia após a consulta.
3h00
Uma cruz em fogo no seu quarto. Petrificado na sua cama, ele ora de olhos fechados. Terminando a oração, já não existia a imagem do homem na cruz queimando.
3h01 do terceiro dia pós consulta médica.
Uma pessoa de branco está pegando Wilson na cama junto com mais duas pessoas e levando para uma luz extremamente forte.
Eram o Dr Baruch e seus enfermeiros, estavam internando o senhor Wilson. Ele tinha várias doenças que não foram tratadas adequadamente, esquizofrenia, síndrome do Pânico e uma depressão profunda.
Wilson foi internado no hospital psiquiátrico da região.
Ele não tinha mais a noção de tempo, as coisas que via, eram projeções de sofrimentos e traumas durante a sua vida.
A jovem loira era uma filha que tinha sido atropelada anos atrás enquanto jogava boliche com uma amiga na rua em frente a sua casa. Dois jovens bêbados haviam passado a noite num bar e pela manhã enquanto a filha de Wilson preparava para lançar a primeira bola em direção aos pinos, o carro a acertou.
O senhor negro era um amigo de infância, muito fiel que trabalhava em uma oficina mecânica e por um acidente de trabalho o carro o amassou enquanto ele fazia a revisão. Wilson havia cancelado um encontro com ele no dia anterior, pois toda semana se encontravam para falar sobre a infância, adolescência e sobre vida no antigo bar do Batata, outro amigo de infância. A última visão do seu amigo foi no caixão.
O palhaço era um trauma de infância. Quando garoto Wilson foi com seus pais num circo. O palhaço fazia uma brincadeira dizendo que o leão tinha fugido e corria para a platéia. Neste dia ele correu em direção aonde estava o menino. Wilson ficou com tanto pavor que fez xixi nas calças. Os pais tiveram que abandonar a sessão do circo, pois todos riram dele.
A senhora cheia de luz era sua esposa, que trazia energia pra ele, enquanto estava viva, fazia ele tomar os remédios e suportar a perda da filha.
O homem com a cruz foi um acidente. Sua mãe colocava velas em uma estante com uma cruz e uma imagem de uma santa. Um dia jogando bola dentro de casa, Wilsinho chutou ela na vela que caiu e começou a espalhar o fogo nas imagens, tentando apagar o fogo, o menino viu a cruz em chamas cair sobre ele. A sua mãe que estava na cozinha rapidamente apagou o fogo e deixou o menino de castigo, pois era proibido jogar bola dentro de casa.
Wilson morreu após 1 ano internado.
Ainda hoje os enfermeiros relatam que no quarto em que ficou, por volta das 3h00 da manhã, escuta-se um grito ou a luz acendendo.