LENDAS URBANAS (Pedrinho, vem brincar comigo) [Final]

Carlos correu pelas ruas como se o diabo estivesse atrás dele. Na verdade, pensou ser preferível ter o diabo no encalço do que aquela coisa hedionda. Suas pernas já não aguentavam mais e ele caiu, o lado esquerdo de seu corpo latejava, estava tonto, seu rosto estava encharcado de lágrimas, só então percebeu que chegara a casa de Elisa.

– ELISA? – gritou. Em instantes uma janela se abriu.

– Carlos? você ficou louco? Meus pais estão dormindo!

– Sai de casa! – disse ele pondo-se de pé.

– Que aconteceu?

– Só sai de casa pelo amor de Deus.

Assustada, Elisa correu e abriu a porta.

– Entra aqui! - disse para Carlos

– Não, Elisa! sai daí que não é mais seguro.

– Quer me dizer o que tá acontecendo?

– É o Pedrinho!

– Ah, Carlos corta essa.

– Ah é, olha só pra isso! – Afastou o cabelo da testa para a amiga ver o corte. - E meu pai tá morto. - Recomeçou a chorar.

– Ah meu Deus... Eu sinto muito.

– A gente tem que salvar o Miguel. - disse Carlos.

Elisa disse que o acompanharia, mas que primeiro precisava ver se estava tudo bem com seus pais. Depois de checar dois saíram correndo. A casa de Miguel ficava na rua de trás, dobraram a esquina. As luzes nos postes piscavam loucamente. Um por um foi se apagando até a rua mergulhar em uma total escuridão.

– Droga! – disse Carlos, logo ouviram passos que aumentavam em direção a eles, Elisa agarrou o braço de Carlos.

– É ele? – perguntou assustada.

– Não, ele tem o passo mais pesad... – antes que terminasse de falar Miguel colidiu com ele, estava branco, sua voz estava presa e nada conseguiu dizer.

– Já sabemos! – disse Carlos

– Ele tá vindo! – Alertou Miguel. – Vamos para a escola, é o lugar mais perto.

– Por que a escola, cara! – indagou Carlos tentando entender a lógica.

– Tem um monte de sala, vai ser um labirinto pra ele.

E os três continuaram a correr.

A coisa caminhava pesadamente pela rua escura, o cheiro deles ainda estava no ar, podia sentir, estava ficando cada vez mais forte. Parou em frente ao portão da escola. Entrou, não cabia em si de contentamento. Era hora de brincar.

Na manhã seguinte uma das professoras desmaiou ao entrar na escola e encontrar três crianças mortas, penduradas por ganchos no teto do pátio principal.

Termina Aqui!

Raphael Rodrigo Oficial
Enviado por Raphael Rodrigo Oficial em 28/03/2008
Reeditado em 09/12/2018
Código do texto: T920597
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