SEGREDOS DO CASARÃO

Era uma tarde de verão, no casarão azul os segredos de sonhos engavetados.

Em sua cadeira predileta, adormecida em letargia de verão, despertou com o velho relógio marcando em badaladas as horas da tarde.

Alguns anos haviam se passado, mas para ela tudo havia parado no tempo...

No silêncio da sala, como num filme ; passou pela sua cabeça todas as lembranças do ultimo verão.

No ceú sob um arco-ires as andorinhas em festa pareciam chamar seu nome... assim , no jardim florido borboletas brincavam roubando o perfume das rosas.

Ah, O casarão parecia também unir ao azul anil do ceú, dando a sensação de que a qualquer momento poderia tocar as nuvens.

Nos corredores do casarão, havia burburinhos de alegrias!...

Nesta sensação ilusória, acreditou ouvir; Seu amor vai voltar

... Voltando de seu devaneio ...

Na realidede; estava ali uma mulher marcada pela tristeza.

Levantou-se de sua cadeira, arrastando os chinelos caminhou levando nos ombros o peso da idade que não tinha, até o badalar do relógio a incomodava.

Na janela, olhou pela vidraça viu as andorinhas voando, já não lhe diziam mais nada, seu coração melancólico como um retrato esquecido no tempo, esta emoldurado sem desejos!...

Ainda recostada na vidraça, no olhar não havia o mesmo brilho de autrora, o beija-flor as borboletas no jardim não a encantam como antes; só a solidão a abraça.

De repente ; bate na vidraça pingos da chuva de verão ...

O vento continuava soprando forte, das folhas soltas que rolavam pelo chão, cheiro da terra molhada... Vem a eterna lembrança.

Em explosão de amor eles rodopiavam e corriam entre as folhas e flores.

O vento pareceu advinhar seus pensamentos, soprou na vidraça uma folha amarelada.

Pensou em outras folhas esquecidas no tempo... Trancadas na gaveta, tal como as folhas do chão estariam amareladas, nelas o segredo só revelado no papel.

Em gesto de ansiedade e angústia juntou as maõs em clemência; quase a loucura, correu para abrir a gaveta do tempo.

Deus!!! Não!!! gritava enlouquecida... As folhas não estavam ali.

Apenas pó... Chorou o passado, os sonhos que pensava tão bem guardados.

Em sua insensatez mental, queria as letras poéticas, Harr.. haveria de renovar letra por letra...

No seu imaginário havia trancado no tempo toda uma paixão , neste inconscíente de um não despertar, queria recolher o amor que no pó não poderia ficar.

Caso contrario, preferia para sempre cerrar os olhos.

... Diante tal... Vamos dizer; Obstinação, não cabe aqui o ponto final!

REFLEXÃO:

Das verdades que não foram confessadas.

Do relógio que marcou as horas ou seria as horas do destino?!

O vento que na vidraça a folha levou; Ouve o despertar!

O mesmo vento num derradeiro sopro, o amor carregou.

Do amor que já não vivia, Não quis perceber.

Restando no desejo a loucura da Paixão!

Quis o destino que na gaveta do tempo,

Este fosse fosse o vencedor.

Do imaginário, Os sonhos tomaram conta.

Do pó na gaveta?!...

Pedacinhos de papel se juntaram;! Lá nas ultimas linhas da estrofe;

A incógnita do amor vivido.

SAUDADES... NÃO ESQUEÇAS DAS FOLHAS AO ACASO DO DESTINO.

DE SEU AMOR...

ADEUS!

Autora: Ana Ribeiro

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Anna Ribeiro
Enviado por Anna Ribeiro em 02/06/2008
Reeditado em 23/01/2010
Código do texto: T1016296
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