Visitante Inesperado

 

Era de longe

De algum lugar distante

Que assim, no meio da noite

Vinha chegando o viajante.

 

Noite alta

Rua muda

Do meio do nada

Chegou dobrando a esquina escura.

 

Veio pela beira da calçada

Qual um fantasma

Batendo em minha porta

Como uma alma penada.

 

Eu corri a atendê-lo

Espantando-me com a aparição.

E um rosto branco e ofegante surgiu entre as sombras

Aparentando agitação.

 

- Sinhazinha tenha piedade!

Acabei de assaltar um banco,

Esconda-me por favor, por esta noite

Porque se a polícia me pega, aí estou morto!

 

Entrou e apressou-se a esconder

Um saco de dinheiro dentro do meu piano

Tão bem guardado que ali poderia

Ter permanecido por mais de ano.

 

Na manhã seguinte

Pegou seu fardo e colocou nas costas

Despediu-se e agradeceu

Saindo pela mesma porta.

Este moço morreu à décadas

No momento de um assalto

Mas nunca se deu conta disto

Que a Morte apunhalou-o de sobressalto.

 

Vez por outra ele vem,

Tentando esconder seu tão sofrido tesouro.

Eu nuca neguei-me a ajuda-lo

Não serei eu a acorda-lo de seu pesadelo eterno...

Allegra Lillith Dominguez
Enviado por Allegra Lillith Dominguez em 17/07/2008
Código do texto: T1085424
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