Visitante Inesperado
Era de longe
De algum lugar distante
Que assim, no meio da noite
Vinha chegando o viajante.
Noite alta
Rua muda
Do meio do nada
Chegou dobrando a esquina escura.
Veio pela beira da calçada
Qual um fantasma
Batendo em minha porta
Como uma alma penada.
Eu corri a atendê-lo
Espantando-me com a aparição.
Aparentando agitação.
- Sinhazinha tenha piedade!
Acabei de assaltar um banco,
Esconda-me por favor, por esta noite
Porque se a polícia me pega, aí estou morto!
Entrou e apressou-se a esconder
Um saco de dinheiro dentro do meu piano
Tão bem guardado que ali poderia
Ter permanecido por mais de ano.
Na manhã seguinte
Pegou seu fardo e colocou nas costas
Despediu-se e agradeceu
Saindo pela mesma porta.
Este moço morreu à décadas
No momento de um assalto
Mas nunca se deu conta disto
Vez por outra ele vem,
Tentando esconder seu tão sofrido tesouro.
Eu nuca neguei-me a ajuda-lo
Não serei eu a acorda-lo de seu pesadelo eterno...