Solidão

À noite, o vento forte, as nuvens que oprimem o céu, a lua escondida, a solidão doida no peito...

Um vestido leve, os cabelos soltos, sendo levados pela ventania, os olhos semi-cerrados, observando a torrente prestes a cair, o coração batendo com o mesmo ritmo de expectativa que a própria noite, esperava e sentia.

O vento levantava sua saia, arrepiava seu corpo, parecia acariciá-la como um amante, mas logo aumentava o ritmo e parecia deixar sua pele mais colada aos ossos, espremendo-a em sua realidade mesquinha, era sôfrego aquele contato, a chuva caia agora em gotas finas que se assemelhavam a laminas caídas do céu, iam magoando a superfície da pele, mas murmuravam a perfeição do ciclo onde a água evapora mas volta a cair. Aquele banho de chuva tinha gosto de fuga, gosto de medo, de vontade de sumir, ou de se tornar, simplesmente, parte da natureza que segue seu rumo apesar de tudo...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 08/10/2008
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