Lua-de-sal
 
   O meu noivo chamava-se Gil. Era um rapaz alto e espadaúdo, com quase 2m de altura e uns dezoito anos cheios de viço.
   Conheci-o numa manhã de Sol intenso, nas Maldivas. Olhamo-nos uma primeira vez, uma segunda, e, ficamos extasiados, quedos, apaixonados…apaixonados sim, foi amor à primeira vista. Namoramos durante dois anos, pois não tínhamos ainda condições para casar; às vezes encontrávamo-nos à socapa, mas isso já é outra história.
   Como disse anteriormente, o Gil era um jovem alto e elegante, no entanto, era dono de uns pezinhos delicados e extremamente pequenos para a sua idade e corpulência. Imaginem lá, que calçava o nº15. Parece impossível, mas é verdade… uns pezitos de bebé, que apetecia acariciar a todo o instante.
   O Gil, tal como tantos outros rapazes da sua idade, adorava praia e rezava todos os dias para ter Sol, especialmente aos fins-de-semana. Detestava o Inverno, a chuva e os dias frios e enevoados. Além de tudo, o Gil era inteligente, sim, muito inteligente e bonito de morrer…um pedaço de mau caminho, como soi dizer-se. Dava vontade de viver eternamente com ele, mesmo que em pecado.
Às vezes, de tanto olhar para ele, tinha miragens… o seu cabelo ficava amarelo como o Sol e os olhos passavam de castanhos a azuis: O ouro e o azul da minha perdição. O meu noivo era uma pessoa exigente, mas com muito sentido de justiça. A sua exigência podia parecer defeito aos olhos de muita gente, mas só com exigência e rigor conseguimos tornarmo-nos melhores.
   Por tudo isto, Gil é o homem por quem sempre esperei: atento, carinhoso e culto…sim, bastante culto.
   Foi tendo em conta toda a química que se estabeleceu entre nós que resolvemos casar. Um casamento que aconteceu numa praia, pois adoramos o mar; somos ambos do signo caranguejo (risos).
   O dinheiro que tínhamos não era muito: 1200€, mas deu para fazer uma lua-de-mel, curtinha e curtida, num local próximo de nós. A boda realizou-se numa tenda, na areia da Praia Norte, ao som da melodia de Jennifer Rush “The power of love”, porque acreditamos na força do amor que nos juntou e adoramos esta música. Como gostamos de música variada e de qualidade, à noite fomos a um bar irlandês, o “Celtic Harp”.
   Acordamos no dia seguinte, para uma vida de intensa felicidade, até ao final dos nossos dias. 
 
 
 

Lucibei
Enviado por Lucibei em 06/01/2009
Reeditado em 26/07/2012
Código do texto: T1371190
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