A Areia do Tempo - Parte I

Já percebeu que em nossas vidas, sempre procuramos por algo de único, especial, mas, quando a encontramos... É como se nós tivéssemos perdido nós mesmos?

Belo Forte é a vila em que nasci. Um lugar lindo fica em um vale dentro de uma floresta densa, cercada pela vegetação Amazônica já próxima a fronteira com o estado de Roraima.O fato de estar cercada por árvores imponentes e possuir uma altitude baixa em relação ao nível do mar, pois fica entre duas cadeias de planaltos, possui durante o ano inteiro um clima muito úmido, às vezes com muita chuva e em outros com bastante sol, alternando entre verão com chuva e inverno com calor, típico da linha do equador.

Ao longo de toda a cidade passa um rio, que abastece com água potável e com diversão a nós jovens febris em desejos a serem supridos. Este rio, sempre foi alvo de grande admiração pela população, a sua nascente fica logo ali, cerca de dez quilômetros, pelo vale acima. Sua água brota de uma caverna escura, ou melhor, negra, tão mórbida que é chamada dentre os antigos como boca do inferno. Mas, em meio a esta obscuridade, de uma forma admirável, a natureza expele ao mundo uma água tão límpida e pura, como se barris de água mineral fossem despejados pela grota abaixo, as águas escorrem pelas rochas provocando em certos pontos quedas d’água lindas, mas em especial, a maior e mais linda delas é conhecida por lençol das deusas. Nome advindo dos povos antigos, que a consideram uma dádiva dos deuses, simplesmente uma bênção à natureza, já agraciada com incomensuráveis preciosidades.

Esta água continua a descer pelo vale, até chegar em um ponto de acumulação. Um lago rico em peixes e tranqüilo como uma noite de lua cheia. Mas, este lago que se formou de maneira natural é aproveitado para nos fornecer energia durante dias e noites. Isso devido um projeto de um homem chamado de Sr. Borges, diziam que era um engenheiro rico e que teve vários bens nos grandes centros do Brasil, mas, ao ser traído pelo próprio irmão, ao perder a mulher que amava, decidiu que não iria mais viver em uma sociedade tão forte, mas ao mesmo tempo tão hipócrita, vendeu alguns de seus bens, deixando o restante para os filhos e partiu para um lugar onde pudesse viver em paz e contemplar a natureza de forma bastante “primitiva”, uma simbiose perfeita. Aproveitou desta vantagem da natureza e construiu lá uma pequena hidroelétrica, capaz de suprir de forma básica a cidade de Belo Forte. Atento a não prejudicar o ambiente tão intocado de sua bela natureza.

Após a barragem, o rio corta a cidade formando uma praia linda, onde nós banhamos e ouvimos música ao brilho da lua. Este rio! Chama-se prata, rio da prata, pois reflete uma luz tão branca que mais parece uma pepita de prata.

Neste Lócus tão completo, eu cresci. Meu pai, Sr Edésio planta milho em uma pequena gleba de terra, cerca de dez hectares, o suficiente para sobrevivermos. Na verdade, ele varia entre milho e arroz, aproveitando o solo durante todo o ano. Minha mãe, Dona Judite, cuida da casa e costura para as pessoas da cidade e também para nós. Minha casa é sempre alegre, meus irmãos Paulo e André, o primeiro já com 25 anos ajuda meu pai e o André, um pouco mais jovem com 19, tem uma tendência pela música, toca em aniversários e na igreja. Eu, ainda muito moço, apenas com 12 anos, vivo a descoberta da mocidade, com sonhos e pressentimentos de frustrações. Meu dever é ajudar minha mãe com tarefas da casa e estudar, o que faço com muito gosto.

A escola é pequena, mas com pessoas que amam nossa cidade. Não temos desejos de competição inescrupulosa, pois a maioria não tem a intenção de sair pra morar fora, pois somos como uma família.

Tenho vários amigos, mas, em especial, o Pedrinho, filho de um marceneiro e o Beré, filho do coveiro, que na verdade chama-se Bernardo. Gostamos de subir o morro e irmos para a lençol das deusas, brincar e nos inundar de satisfação em sentir as gotas d’água tocar nossos corpos. É simplesmente maravilhoso, parece que ao sentirmos aquela água, em especial na cachoeira, estamos nos renovando e sendo abençoados.

As pessoas mais antigas da cidade, dizem que a cachoeira é abençoada, e sendo assim, provém cura milagrosa e deixa-nos mais próximos de Deus. Acreditam realmente, que aquelas águas são lágrimas de deuses, santos, guerreiros índios que morreram após viverem uma vida pura. Mas, nós crianças, não acreditamos nisso, mas uma verdade deve ser dita, depois de estarmos inundados em suas águas, sentimo-nos muito bem.

Na cidade, todo fim de semana, há comemoração na praça central, para efeito de confraternização. Nessa festa, trocamos roupas, milho e arroz em outros alimentos ou necessidades, como remédios, móveis e qualquer outra coisa que estivermos precisando. Dessa forma, nunca sentimos falta de nada. O que queremos trocamos em algo que nós temos em excesso. Às vezes quando não temos ou alguém não tem o que trocar, simplesmente recorre-se ao conselho de reserva, que é um grupo de senhores mais experientes da cidade, recebemos o que nos falta, sem necessitar de troca. Assim, quando outros também estão nesta condição especial, podemos colaborar e, todos acabam se ajudando e vivendo bem.

A harmonia reina em nossa cidade, chamamos cidade, pois nos sentimos fortes o suficiente para sermos tal. Não burocraticamente, mas na idéia de um lugar auto-suficiente.

Como disse, eu e meus amigos íamos com freqüência a cachoeira. E, num desses passeios, estávamos tomando banho, quando ouvimos um estrondo, não muito forte, parecia um trovão, só que mais abafado.Em alguns minutos, notamos que a água estava um pouco turva, uma sujeira estranha, jamais havia notado tal fenômeno na água. Pois, não era uma sujeira normal de barro se misturando com o rio, mas algo diferente com cheiro forte e uma cor mais escura e permanecia apenas na parte superior da água. Realmente não conseguia entender aquilo, Pedrinho dissera que já tinha notado aquilo em outro momento, mas não tão forte assim. Beré ficou logo assustado e nos chamou para irmos embora. Eu e Pedrinho estávamos muito curiosos, e Pedrinho tinha me dito que da outra vez, como estava sozinho, foi verificar, mas ficou assustado quando olhou para a boca do inferno e ela estava fumando. De qualquer forma, fomos embora pra casa, pois era tarde e eu ainda iria ajudar minha mãe com as tarefas de casa.

Como era fim de tarde do domingo, não pude ir à cachoeira. Durante a semana, tudo que pensava era sobre aquela sujeira na água. Sempre tomara banho na cachoeira e nunca havia notado algo semelhante. E aquela historia da fumaça me deixara curioso. A semana demorou passar, a ansiedade era muito grande.Não havia um dia sequer que eu não olhasse para a caverna e imaginasse o que haveria lá dentro. Enfim, sexta feira chegou. A noite, não pensava em outra coisa, amanhã é o dia, vou revelar este segredo.

Durante a noite não consegui pregar os olhos. Pela madrugada, sai de casa e fiquei em um banquinho ao pé de uma árvore jabuticaba, que por sinal estava carregada, as frutinhas eram doces e estavam madurinhas, prontas para o consumo, pena não poder consumi-las pela noite, já que os morcegos tomavam conta das frutinhas. Meu pai sempre dizia que os morcegos transmitem inúmeras doenças, dentre elas uma que deixava as pessoas loucas, e para evitar, devíamos comer as jabuticabas após nossa mãe lavá-las direitinho, e só aquelas que não tivessem marcas de mordidas. Fiquei ali quieto, pensativo e observador, algo estava acontecendo naquela caverna, quando que de repente, uma luz partiu de dentro dela¸ por duas vezes, pareciam raios, em uma tempestade. Parei, observei atento por mais uns trinta minutos e nada percebi. Aquilo me deixou com a curiosidade à flor da pele, como poderia ser possível, e naquela cidade ninguém notara tal fenômeno. Voltei para minha cama e fiquei pensando naquilo. Seria um fenômeno da natureza ou algo de outro mundo, nesta dialógica, eu adormeci.

Acordei cedo, bem cedo. E como era fim de semana, não tinha escola, resolvi ir até a colina e verificar a caverna. Tomei café rapidamente, minha mãe estranhou, chamando minha atenção pela pressa. Mas, eu nada ouvi e sai, disposto a tirar todas as minhas dúvidas, tinha que descobrir o que era aquilo que tanto perturbava a minha mente.

Como meus colegas tinham ficado com certo receio, quando na semana anterior tínhamos ido verificar a explosão, resolvi não chamá-los. Sai da minha casa, passei pela praça, pois era caminho e atravessei toda a cidade, que não era grande coisa, passando pela encosta da barragem e fui em direção contrária ao fluxo do rio. Ao chegar na cachoeira lençol das deusas, parei e resolvi dar um mergulho. Sabia que era cedo demais pra fazer aquilo, mas a água estava tão linda e gostosa que não me debati, apenas me joguei e ao tocar aquela água fria, senti de relance aquele típico calafrio, mas ao afundar na água, realmente senti-me acordado.

Após o delicioso mergulho, esperei alguns minutos para me secar e prossegui minha jornada em busca do que parecia ser uma aventura de mistério e possíveis realizações. Subi por uma trilha que dava direto na caverna, a temida boca do inferno, quem diria, eu ali, tão próximo de algo que me parecia tão distante ao ver da minha casa, e ao lembrar de todas aquelas historias que os velhos da vila contavam dela, contos de suspense, na verdade, apenas lendas.

Cidades pequenas, com suas pessoas extremamente ligadas ao natural, sempre buscam explicações pitorescas para muitos dos fenômenos e acontecimentos surpreendentes. Sempre associam ao sobrenatural, que certamente é mais fácil de entender, pois basta temer. Eu, particularmente, nunca acreditara em tais lendas, ouvia-os contar, mas eram como histórias para dormir, atemorizantes, mas sem fundo de verdade.

Olhei pra dentro da caverna, nada dentro, pelo menos meus olhos não avistavam nada, virei-me para cidade e via algumas pessoas se movimentando, crianças brincando, enfim, vida. Não conseguia reconhecê-los, a distância era um pouco grande, mesmo com a vista favorecida pela montanha. Contraditoriamente, olhava pra dentro e não via nada daquilo, escura, úmida, inerte, apenas a escuridão, algo realmente temível, enfim, intimidante.

Olhei de relance e pensei ter visto algo se mexendo lá dentro, parei e fixei-me a focá-la. Não deve ser nada, pensei. Quando se está com medo, imagina-se cada coisa.

De repente, apenas entrei. E a cada passo que dava sentia a escuridão tomar conta de tudo, e perdia a visão da cidade. Depois de alguns minutos, nada mais podia ser visto na parte de fora da caverna, apenas uma luz ofuscante e nada mais. Resolvi parar, fechei meus olhos, fiquei por alguns instantes naquela posição, em pé e de olhos totalmente selados. Pensei, o que estou fazendo aqui, poderia estar na minha casa ou com meus amigos brincando, mas, sabe de uma coisa, eu vou desvendar logo este mistério. Em meu interior, estava sempre a pensar, pare de ter medo rapaz, você não é homem? Abri meus olhos, já haviam se acostumado com a escuridão, e já podia ver o caminho logo a frente, decidido fui em frente.

Andei por uns cem metros e tudo que via eram pedras, e o rio ali do lado batendo em outras pedras e fazendo aquele barulho de água, tão bom de se ouvir. Chegou um momento que percebi algo, após um pequeno lago formado pelo minador dentro da caverna, vi uma outra passagem, meio opaca, mas percebi sua penumbra. Cheguei até esta passagem e senti naquele ponto um sopro quente e úmido. Não era comum na parte anterior da caverna, pois o vento era frio. Entrei pelo túnel e segui em frente.

O que poderia estar por vir, isso eu só poderia descobrir, explorando. Apenas continuei... Continuei, andando, só a escuridão era perceptível, naquele ambiente atormentador. De repente, como um sopro da morte, eu senti-me cair, e nada mais pude ver, minha visão desapareceu, de forma que nem a própria escuridão podia ser percebida. Fechei meus olhos.

Momentos após, ao abri meus olhos, uma luz intensa brilhava por todo lado, em todas as direções. Novamente, fechei os olhos e esperei por alguns instantes. Ao abri-los, fiquei tão assustado que os fechei novamente, esperei atordoado, não acreditava no que estava vendo, levantei-me e andei por aquele espaço, era tão familiar, tão peculiar, algo intrínseco a minha simples existência, não podia acreditar que estava em meu próprio quarto e, a luz que entrava pela janela, ofuscava a minha visão. Era, dia e estava em meu quarto. Não conseguia acreditar. – Onde estou? –Como vim parar aqui? – Que estranho!

Estava surpreso e ao mesmo tempo indignado por não estar na caverna. Mas, era tão real, não acreditava que tudo aquilo tinha sido um sonho.

Saí do meu quarto e vi minha mãe coando um café, fresquinho, forte e doce, que saboreado com um pedaço de queijo, dava vida a um novo dia.

Beijei minha mãe e sai para dar uma volta, quão linda e perfeita pode ser a nossa existência, basta que possamos vivê-la de forma simples. Quando esquecemos que podemos torná-la complexa, lembramos que ela pode ser sutil e fácil.

No caminho, encontrei o Senhor Francisco da Mata, um morador de uma cabana próxima a represa. Eu ia tomar banho e sempre, o via pescando, pela manhã pescava um peixe, o saboreava no almoço. Após isso, sentava em sua cadeira de balanço e fitava a natureza, até tardar. Depois pescava mais um peixe à tarde e jantava.

Desta vez resolvi perguntar, o porque dele não pescar vários peixes e salgá-los, assim comeria vários dias. Ele, com um ar de tranqüilidade, me disse que sua vida perderia o sentido, já que pra ele, toda a interação direta que tinha com a natureza, a forma de senti-la em sua vida era conseguir pescar um peixe e saber que aquilo ali era parte de sua existência, e então só iria necessitar novamente faze-lo quanto fosse solicitado pelo seu próprio corpo. Nós complicamos a nossa simples vida, queremos fazer tudo ao mesmo tempo e de forma exagerada, esquecemos que para viver precisamos apenas do que o nosso corpo e alma pedem, o suficiente que é apenas o necessário, a nossa ligação direta com a energia da natureza. A nossa alma se corrompe quando nos tornamos mais do que somos verdadeiramente, e com isso, nossos hábitos, nossa coexistência se transforma em sobrevivência.

Em certo momento, ele disse que não podia ficar mais, tinha um encontro com sua mãe, a natureza.Não entendi muito, mas, ele era meio estranho mesmo.

Pessoas como esta, nos fazem repensar nossa vida e como a estamos usufruindo. Não sei porque, mas, de repente lembrei-me deste senhor, já fazia tanto tempo que não o vira mais, cheguei a ouvir na cidade que ele tinha morrido. Muito pelo contrário, estava mais vivo do que eu, certamente. Continuei minha caminhada, passei pelo lago e lembrei-me da cachoeira.

Ai, resolvi tomar um banho, fui correndo, pois assim, ficaria cansado e suado, e poderia sentir meu corpo ser resfriado naquela água fresca. Pulei na água, como se fosse uma pedra que teria desabado da colina. Ao tocar a água, tive uma sensação tão boa, estava sendo massageado pelas pequenas corredeiras, a água tocava minhas pernas, como um bálsamo a aliviar meu cansaço.

Fiquei olhando para toda aquela beleza, e lembrei-me da caverna, fiquei arrepiado, aquela escuridão, algo medonho. Mas, o que tinha lá que me atraia tanto? Porque sentia que ali havia algo que me tocava e chamava, a ponto de sentir uma obrigação de ir de encontro? Refresquei-me e resolvi subir até lá.

De fora, permanecia silenciosa, escura, inerte, fúnebre. Entrei, devagar, olhei novamente aquela passagem, resolvi prosseguir. Ao entrar, percebi algo diferente, tudo esta ao contrário, o rio agora corria do lado oposto, estranho.

Mas, espera ai. Da outra vez não estava sonhando? Como posso estar aqui vendo tudo novamente e além do mais, tudo ao contrário. Sei lá, vamos ver. Entrei mais adiante, de repente a escuridão tornou-se uma luz límpida, algo forte como um relâmpago. Saí do outro lado e, vi uma coisa estranha, fiquei tonto, incrédulo, escorei nas pedras para não cair.

- O que era aquilo?

- Quem eram aquelas pessoas?

- E aquele corpo, o que faz ali?

Porque tudo aquilo. Não entendo, entrei e andei sempre em linha reta. Como poderia ter voltado para a entrada da caverna? É do mesmo jeito que o outro lado, via a saída da caverna, dali dava pra ver o início da corredeira que dava na cachoeira, via o lago, a cidade.

E porque todos estavam ali, Beré, gritando e chorando. Pedrinho passando mal. Uma roda de pessoas em volta de alguém. Resolvi me aproximar pra ver, sentia o coração apertar, uma dor enorme, um sofrimento incomensurável, faltava a respiração. Fiquei ofegante, trêmulo, fiquei frio, mas, continuei. Porque aquela sensação ruim?

Alguns gritavam:

- Assassinos! Pavios da morte!

- Meu Deus!

Pai e Mãe, ambos gritando, em devaneios, chorando, desesperados. Não agüentei, me esvai em lágrimas que jorravam de sofrimento, a ponto de doer quanto uma facada no peito.

Corri, me aproximei rapidamente, queria abraçá-los. Aperta-los contra o peito, consola-los, dizer o quanto eram importantes pra mim. Cheguei junto a eles, e quando ia abraçá-los, olhei para o chão.

Uma cena que realmente não acreditei, ai sim, cai no chão. Desabei, como se meu corpo estivesse se esfacelando. Meus pais estavam me abraçando, chorando e eu não conseguia me mover, nem olha-los nos olhos, eu não mais abria os olhos, selaram-se.

Em um instante, sob uma força, senti-me afastando deles. Eu gritava e não os via. Já não conseguia gritar e também não os ouvia. Eu não os sentia, e percebi que não sentia meu próprio corpo. Apenas uma fagulha de dor terrena mostrava-me a perda do que seria minha vida.

Percebi, que nunca havia acordado tão bem, o sol estava tão lindo, o lago parecia de um sonho e pela primeira vez na vida, tivera dado atenção ao velho Chico da Mata, uma pessoa tão sábia, mas que era esquecida pela cidade. Neste dia, pude perceber que minha vida não era completa, era feliz, mas não em sua plenitude. Não conseguia apreciar a verdadeira vida, a nossa imersão em tudo, no mundo, na natureza. Nós somos a natureza e dela filhos cruéis nos tornamos. Banhávamos sempre na cachoeira, mas neste dia, foi o único que me senti como uma parte integrante de sua beleza, meu corpo inundou-se com sua energia e eu me tornei realmente preparado, sem ter ciência do fato, para retornar ao amor.

Então fui puxado para a caverna, e voltei ao mundo da existência enquanto inexistência. Da felicidade realizada sem maldade, sem inveja, sem ambição, apenas pelo simples desejo de ser feliz, e de fazer as pessoas sentir-se e serem amadas. Lugar, onde mostramos o que realmente aprendemos em nossa convivência com outras pessoas.