Corisco

Segue por um caminho estranho, longo, cercado de árvores e de sombras; mas, do lado direito, um típico morro carioca, com uma população apenas de mulheres.Sobe para pedir informações, sobre o que não sei, e para refrescar o rosto na torneira de um tanque a céu aberto; somem-lhe os pertences e protesta duramente contra o roubo; uma mulher de sorriso desfalcado devolve-lhe uma camisa amarela pele de ovo; grita pela polícia, mas escuta apenas o eco de sua voz ao longe, cada vez mais, perdendo a nitidez; caminhou ao longo do caminho em declive e felizmente, sente-se diante da autoridade reclamada - era Corisco, com suas vestimentas aparatosas e o clássico chapéu de medalhas, que lhe sorri com dentes de um amarelo enegrecido pelo fumo; chega seu irmão a quem pede de maneira simplória, que ligue para bloquear seu celular; fica angustiado...mas à sua frente, surge uma bela figura de mulher trajando costume cinza, com blusa branca de seda, e lhe oferece um pente, que é aceito; mesmo em meio à ansiedade, diante daquela bela mulher, dedica-lhe um poema exaltando sua beleza cheia de luz!