ANTOLOGIA 
                         CONTO/POESIA/ILUSTRAÇÃO

            
 CONCURSO DE TALENTOS FANTASTICOS

                                         

                 CONTO SELECIONADO PARA A ANTOLOGIA 
                                
TALENTOS FANTASTICOS
 

 … homens! Ainda vou ter bronca.                     

2ª Parte

      

                O BEIJO DA MORTE


     - Central veloz chama Joakim! Escuto.

- Joakim à escuta, diga chefe! -Joakim o Ângelo está contigo? Telefonaram da aldeia a dizer que está um técnico do central veloz muito mal, teve um acidente. Que brincadeira é essa? … Escuto.

     Sabia que ia sobrar para mim! - Chefe! Na verdade o Ângelo precisou de ir á aldeia. - Como está isso aí? Tenho aqui indicação que está tudo operacional, deixa isso e vai ver o que se passa. Depois comunica-me pelo telemóvel nada de rádio!

- Chefe, só posso fazê-lo por telefone público, não tenho telemóvel. (Eu estava arrumado, deixei-o “baldar-se” e agora quem vai pagar sou eu).

 - Põe tudo em automático e vem-te embora., Não me agradava nada aquele comentário, mas na verdade tinha de dar às “pernetas” e saber o que se passava. Estava sem carro pois o Ângelo tinha-o levado desci e apanhei a estrada, de repente reconheço o buzinar de um carro que vinha ao meu encontro, ah… que alivio era ele sem dúvida o Ângelo, o carro parou, abro a porta e entro, que é isto, que linda mulher, cabelos loiros tão compridos, parece uma deusa, pensei eu.

 – Você é o Joakim? O Ângelo pediu para o vir chamar pois esta a sentir-se mal.
 – “Ok”, vamos rápido, quem é a senhora?

      Mas ela não me respondeu, apenas sorriu, um encanto de sorriso daqueles que nos adormecem, que nos fazem sonhar, eu ia meio desconfiado, algo não batia certo, mas ela era tão linda e depressa se tornou o meu centro de atenções.

– Afinal onde estamos?

 – Calma JoaKim estamos na aldeia, vamos ter com o Ângelo. Na verdade estávamos na aldeia, acho que estava a ficar louco ou apanhado pela deusa.

     Rapidamente perguntei-lhe onde estava o meu colega e sai sem fechar a porta, como não ouvia resposta olhei para trás, nem mulher, nem carro, confesso eu que nada tenho receio destas “ coisas “, pensei logo no paranormal, e que me têm sucedido coisa estranhas... Com isto sem saber para onde, comecei a correr, e apercebi-me de um burburinho na aldeia,

- Está a procura do seu colega?

 – Sim respondi-lhe, essa pessoa apontou para a multidão. Cheguei-me e fiquei de joelhos sem falar, mal conseguia respirar, que visão aterradora, o Angelo estava com uma cara de terror, tinha a pele tão enrugada, mais que uma múmia de dois mil anos, olhos esbugalhados cabelo completamente branco parecia que tinha sido “chupado”, um esqueleto com pele. Após terem-no levado e a Guarda ter-me feito algumas perguntas, falei com o chefe que me mandou estar no escritório logo pelas nove horas. Foi então que me lembrei, do carro que o Ângelo trouxera, onde estaria e que carro será aquele em que eu vim, melhor em que voei. Andei uns metros e vi o carro no final da rua, chave na ignição e um cheiro esquisito, tanto parecia pólvora como perfume a flores, estava vento, o sol ainda estava alto e quente no entanto. Fui para casa, já nem tive coragem para ir ao gerador na montanha buscar as minhas coisas.

     Chegado a casa, fiz uns telefonemas, tomei um banho e falei com a minha esposa para saber se estava tudo bem, se tinham notado alguma coisa de estranho, respondera-me que não e disse-me que estranho estava eu. Estava cansado, sem fome e com uma noite mal dormida, acabei por ir deitar-me.