Isabel e o lobisomem

"Pobre de mim, que tenho de fazer um pacto com o demônio, para sobreviver a esse amor, que me martiriza, humilha e me torna condescendente com sua concupiscência; maldita palavra, maldita Isabel, que por ser bendita, faz de minha vida uma sucessão de tragédias, sem qualquer prazer! Como posso libertar-me? Não quero sofrer e, mesmo sendo condescendente como falei, não pretendo tomar qualquer medida que possa impedir-me de vê-la. Por que ser tão fraco, submetido a uma paixão, que foge às concepções mais cépticas, que nem se enquadra no Diário de Otília, personagem de Goethe? Se não me pode amar, gostaria que Isabel me temesse; sendo assim, busco um pacto com o demônio, para que em horas sombrias, me transforme num lobisomem, que a subjugue e maltrate, responsabilizando-a por todo mal que eu venha a causar às pessoas inocentes...”

Trecho do conto impossível: Isabel e o Lobisomem; uma das rogimanias.