Utopia de ser que somos...

Aguçando a curiosidade, embrenhando-me por onde pude para saber mais de ti. Talvez obsessiva a idéia de te conhecer, talvez vontade de controlar por saber o que esperar, mas o que sei é que estou tensa com a novidade. O ultimo namoro, com suas dores e reticências me deixaram descrente, pois nunca pensei que fosse possível amar alguém e ao mesmo ter a mais nítida certeza de a convivência ser uma utopia. Afinidade de alma não garante frutos, admiração e afeto não é suficiente para que nos realizemos...

Sinto-me fracassada quando lembro que foi morrendo aos poucos, o que unia e o que me mantinha. Morri um pouco nisso tudo, mas me reergo como fênix, e vôo ao mais alto para como a aguia me renovar. Relacionar é sempre complexo, seria eu a inapta ou ainda não encontrei o melhor modo de ser quem sou enquanto o outro também o é?

Hoje cato os caquinhos tentando te entender, sinto-me envolta em aceitação enquanto você esta apaixonado e disposto a me agradar. Mas sinto que minto tudo isso, me boicoto, espero que não note e se afaste, espero que me entenda e abrace quando eu tiver medo de me entregar. Fico tensa quando me mostro humana e não apenas uma das faces de meu caleidoscópio, quando sou apenas menina/mulher me contraio, temo o ideal que não me cabe, temo não ser quem eu queria ser e quem você precisa. Vivo à sombra de duvidas: onde errei, será que sempre nos mesmos lugares? Será que a formula mágica é brincar sem se envolver?

Realizar desejos momentâneos, a impulsividade é tentadora, sentir que fazendo sentirei algo que me dê sentido, que amenize a angustia... Ah! Da vontade de gritar em plenos pulmões, cantar em uma musica bem triste para ver se assim expresso o que me esmaga!

Vontade de me distrair com algo que possa consumir os instantes que me lembram de meu vazio! Embriaguez de amor ainda é embriaguez... Meu ópio adocicado, absinto sedutor, instante de loucura nos afetos que me enchem do torpor tolo da descrença!

Morramos de amor, mas não de tédio, talvez do outro lado haja a recompensa por suportar o peso de nossa própria existência sem julgamento ou cobrança, apenas o reconhecimento de que, ninguém jamais poderia saber como era ser eu alem de mim, e lutei o quanto pude, com as armas que tive....

T Sophie
Enviado por T Sophie em 28/06/2010
Reeditado em 11/10/2010
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