Carcaças.
Era uma vez uma pilha gasta acompanhada por uma carcaça de besouro.
Ambos jaziam inertes, destituídos de função, no chão sujo de uma residência igualmente suja, como não poderiam deixar de estar. Dois corpos inúteis, mortos, de complexidades distintas.
Há muito que os via ali, a torrarem ao sol implacável. Decompunham-se de modo inexorável; dois míseros corpos aos olhos dos transeuntes.
Um dia foram úteis para alguma coisa, ou para alguém: uma provavelmente moveu algum sistema eletrônico; o outro movia-se sem saber distinguir sistema algum.
Simplesmente funcionaram um dia...
Cristiano Covas, 01.10.05.