Mulher e Homem Explodem Em Massachusetts...
A mulher Chegou em casa meio assanhada.
Ouvira de uma contínua no trabalho “que depressão de mulher se cura com pinto!”.
Aquilo a deixou com o “grelho” aflorado, louco para ser massageado.
É bom frisar que isto aqui não se trata de um texto erótico, sem essa pretensão, mas uma simples exposição do dia-a-dia de uma fêmea “no cio” e de um macho atormentado pelas lidas do cotidiano.
O homem chegou do trabalho esgotado, com um turbilhão de problemas a atazanar-lhe as têmporas.
Não que não estivesse a fim de uma boa relação intrafemural, mas aquele negócio de “acender o fogão à lenha” para aí sim poder cozinhar a comida o tirava o ânimo. Preferiria mesmo era abrir logo o jogo, uma garrafa de vinho tinto e pau na máquina.
O marido, daqueles ditos machões, foi para seu canto aplacar suas angústias, enquanto a mulher ficou no banho a tramar algo maquiavélico.
A bebedeira principiou por volta do crepúsculo, homem solitário, entabulando deveras considerações consigo mesmo, meditabundo, como que disposto a mudar as coisas do mundo, do cotidiano massacrante e da imbecilidade dos “pequenos tiranos”.
A mulher a banhar-se, esfregando e esfregando...
A vida a correr lá fora, a vida fervilhante, transcorrendo em suas anormalidades...
Ambos habitando o mesmo ambiente familiar, marido e mulher, porém cada qual com suas ansiedades desconexas.
A mulher esfregando-se no banho, na esperança de conseguir um espaço diante a embriaguez do marido.
O homem, ingerindo seu dia-a-dia desgastante, problemas e mais problemas, aparentemente insolúveis, esperando...
A vida em comum, separando-os por metro e meio de cômodos e paredes...
Uma explosão!
O homem, cheio de horror, fúria e vinho, entrou em combustão e soltou seu cerebelo pros ares...
A mulher, louca de prazer, no mesmo instante, explode num jorro espasmódico todo aquele fervor orgíaco acumulado durante duas semanas... Logo! Chamaram o Corpo de Bombeiros...
De nada adiantou, as labaredas logo cessaram, como que num passe de mágica...
01.07.09.