Homem-Cão e Suas Vadias Sonhadas.

Em peitos o Homem-Cão queria logo ir metendo a boca. Era um lascivo. Mesmo em sonhos sentia o sortilégio que o acometia. Tinha noites que mal dormia, ansioso por um sonho erótico. Amava as vadias mais do que suas próprias tias. Não levava uma vida de sentidos extremos, mas sabia que vivia dia após dia, e isso é o que lhe valia.

Sua vida poderia se dizer que era um filme pornográfico. Não tinha mulher fixa, nem filhos, nem cães, além dele mesmo, dentro de si, um lixo.

Seus amigos o abandonaram quando ainda criança. Não se lembra do que é ter amizades, e nem sente falta disso. Amigos só lhe trouxeram aborrecimentos. Com amigos raramente se pode ir aonde realmente deseja, não se pode pensar sozinho o que quer que seja. Amigos são besteiras!, sentenciava Homem-Cão, sozinho, ao seu melhor amigo, o copo.

As nuvens dentro de um sonho louco o carregaram para um local ermo. Vestindo seu terno de lata, procurava aonde deixara o corpo de seu copo, para sorvê-lo. Amava o copo mais do que qualquer coisa. Um bom amigo, silencioso e eficaz.

Pegara duas vadias e socara no carro:

“Vamos! Vamos pra qualquer lugar fazer o que temos de fazer! Só quero gozar nessa sua face suja e zarpar para nunca mais te ver, nunca mais te olhar.

As putas eram viciadas na farinha maldita. Malditas putas viciadas! Tivera que dar-lhes grana para cheirar o pó do capeta. Só assim ficaram quietas, as duas, de quatro, se lambuzando da farinha esticada no chão, enquanto o Homem-Cão as arrombava por trás. Ah, Deus!

Era um motel barato de beira de estranha. Noite negra, gélida, seca. O Homem-Cão não via o fim de tudo aquilo. Queria entrar de corpo e alma dentro daquelas vulvas úmidas e por lá fixar moradia.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 15/12/2010
Código do texto: T2672943
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.