O Ser Humano Não Presta!

Não fossem os “lenitivos” não sei o que seria de nós humanos, condenados à razão e ao raciocínio, presos em nossa própria liberdade sartreana. Por que Deus nos deu a liberdade e Sartre nos prendeu nela?

Testam nossa compleição a ferro e fogo. Tentam de todas as formas nos animalizar, nos despersonalizar. Conseguirão? Algum dia alcançarão êxito em suas empreitadas funestas? Podem até nos matar, nos esquartejar, nos queimar em praça pública, mas jamais conseguirão! Pensamos e sentimos, por isso toda tentativa restará infausta. Acredito piamente nisso.

Acordei pela primeira vez depois de minha última morte. Ainda fraco e cansado devido à outrora batalha ferrenha.

Nos tiraram da selva, nosso habitat natural, das flores e das flores das relvas de Withiman e nos aprisionaram dentro de um turbilhão de concreto, plástico, aço e lixo tóxico.

Vivemos feito parafusos dentro de caixotes, comendo ração e tendo de procriar e fazer com que a “máquina” funcione. Estamos fodidos!, confesso tristemente isso. Posso estar errado, posso, mas não estou.

O apogeu de um ser humano é a morte sem ressentimentos, sem arrependimentos, dores e clamores públicos. O homem nasceu para morrer, sabe disso, mas se esquece por vezes, se achando imagem e semelhança de um ente perfeito, sendo que na verdade não passa de um cão vadio e sarnento, rodopiando dentro de sua estupidez temporal.

Querem nos estourar os miolos com ácido lisérgico comprimido. Estamos apodrecendo, fedendo a porcos sórdidos.

Passou da hora de deixarmos de sermos humanos, de sermos animais! Humanidade é sinônimo de caos e corrosão. Abomino a raça humana, a mim mesmo, e o mundo sente o peso desse tumor. Ao além do homem nietzschiano!

Não proponho aqui que nos matemos para salvar o mundo, mas que matemos nossa ignorância e estupidez a fim de deixarmos de ser humanos a ponto de alçar vôos além... Não há solução coletiva. A “salvação” está arraigada dentro da individualidade essencial de cada um de vós, débeis servis...

Savok Onaitsirk, 23.07.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 27/12/2010
Código do texto: T2693758
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