VARANDA CLARALUNA

(Claraluna foi o pseudônimo que usei durante muito tempo aqui no RL, depois passei a usar meu nome verdadeiro: Hull de La Fuente)


O que vocês vão ler a seguir é uma mensagem enviada por e-mail, pela minha querida amiga Fernanda Araújo. É uma rápida narrativa sobre o pequeno jardim suspenso, da sacada de sua casa, em Divinópolis.

Uma vez ela enviou-me a foto de uma linda rosa nascida na sacada Claraluna. Sim, ela batizou a varanda com o meu nickname. É claro que  dava pra ver que outras espécies eram cultivadas  ali. À época eu fiquei muito feliz com a homenagem, mas não publiquei a foto da rosa, mas agora o fato é por demais curioso, eu tenho que dividir com vocês.

Verdadeiramente, aqui, em se plantando, tudo dá.

Leiam a mensagem:



O aipim antes de ir ao fogo. A Lucia ainda estava na dúvida se cozinhava ou não.


"Hull,
na Varanda Claraluna   aconteceu um fato inédito.
Ano passado, não registrei a data, ganhei uma rama de mandioca. Fazer o que com ela? Coloquei-a num vaso que estava desocupado. O tempo foi passando e fui aguando a contento  quando vi soltar alguns brotinhos. Eles cresceram e fiquei pensando se de fato ia na raiz brotar uma mandioca. Perguntei a um agricultor o tempo para se ter mandioca. Respondeu-me que era em torno de um ano e meio. E eu sem saber a data certa. Minha mãe me disse que quando desse flor podia arrancar o pé que teria a mandioca. Aí ficou mais fácil e  passei a vigiar  o pé esperando pelas flores.

Domingo, dia 2, fiquei surpresa quando vi pequenas flores bem na pontinha dos galhos. Como estava saindo para a roça deixei quieto e ontem choveu muito. Hoje cedinho, quando o dia clareou decidi arrancar o pé de mandioca. Estava muito curiosa.  Fiquei numa emoção, numa alegria tão grande ao ver uma pequena mandioca ali no meio de pequeninas raízes. Lavei a pequenina, tirei foto e levei-a para a cozinha. Será que iria cozinhar? Outra dúvida.

Tirei foto dela picada e crua. Levei-a a cozinhar. Em pouco tempo ela estava cozidinha. Vi que era daquela qualidade de mandioca amarela. Ficou linda e gostosa!
Estou enviando fotos do pé, da mandioca inteira, dela crua e cozida.

Guardei as ramas para repetir a façanha.

Deus seja louvado!
 
Grande abraço.
Lucia"



Foto do aipim cozido pela Lucia, parece que está bom.



Recomendação aos manos:


Mas pro Airam e Pedrinho
eu peço por caridade
se fizerem um cordelzinho
haja os dois com lealdade.
 
A mandioca milagrosa
Nasceu foi numa sacada
Junto ao belo pé de rosa,
Claraluna foi poupada.
 
Beijos, meninos queridos,
Prestem muita atenção
Vocês são manos amigos
Vivem no meu coração.
 
Cuidado com essa mandióca
Pedrinho, veja o que diz,
Se bancares o boboca
A Lucia guardou a raíz.
 
 
Abraços,
Hull





Interações são benvindas:

Varanda Farta

Se contar ninguém acredita
Vai pensar que é piada
Mas tem a foto da dita
A mandioca da sacada!
 
Eu já plantei cebolinha
Lá no meu apartamento
Lá também plantei salsinha
E uns pezinhos de coentro!
 
Com a nova tecnologia
Não me vai faltar mais nada
Vou ter até melancia
Cultivada na sacada!
 
Eu vou plantar bananeira
E um pé de jequitibá
Na sacada milagreira
Se plantando tudo dá
 
É bom não pagar pra ver
E não ficar descuidada
Pois o MST
Pode invadir a sacada!
 
Um beijo Hull.
E uma boa tarde de sabado.
P.S. Percebí logo pelas folhas que era mandioca, só não acreditei. Mas como disse lá em cima, eu cultivava mesmo cebolinha, salsinha e coentro na janela do meu apartamento no Rio. A minha mulher adorava, ter aquele tempero fresquinho e saudavel alí, ao alcance da mão.
 
Eurípedes Barbosa Ribeiro







Natureza Sábia
 
É sábia a natureza
tudo que se planta dá
a mandioca, com certeza
tá boa pra degustar.
 
A rama original
espalhou-se na varanda
a mandioca, genial,
foi ideia da Fernanda
 
É macia e saborosa
a danada da mandioca
meio amarela e gostosa
dá pra fazer tapioca.
 
Não se parece em nada
com a mandioca du Pedrinho
aquela era danada
era só pra passarinho.
 
Maninha, adorei a mandioca da varanda Claraluna; e deve ser gostosa demais da conta.
Beijos e ótimo fim de domingo.

Milla




 
“Mandióca in apartamentu”
 
Fiquei muintu imucionádu
Quandu vi a obra-prima
Da Fernandinha tê curtivádu
A mandióca. (Óia a rima!)
Drêntu num apartamêntu
Qui é um apertamêntu
Casa im báxu, cása im cima!
 
Num vô mi maliciá
Prá móde obedecê
U decrétu da mia mana
I a seriedádi vencê!
Tê mandióca na sacada
Divérti muitu a moçada
Tô mi ríndu inté morrê!
 
Catulo
 




 
“A mandioca da sacada”
 
Que mandioca teimosa
Óia onde ela foi entrá
Essa bixinha fogosa
Nun quis saí no quintá
Perferiu saí na sacada
Pra lá do arto da uma oiada
Com sua maniva originá.
 
Suas fôia esverdejante
O vento fica a balançá
E ela fica alí radiante
Lá de riba a nos oiá
Mais sabê sempre quis
Se ela deu grossa raiz
Alí no seu mandiocá.
 
E o fato consumado
Tiráro a raiz enfim!
Foi inté fotografado
Aquela raiz de aimpim
E depois de cuzinhado
Comêro esganado
E nem um pedaço para mim!
 
Com as foto e registrado
Esse fato foi de verdade
Das maniva qui foi prantado
Lá num prédio da cidade
Na sacada da varanda
Onde mora a Fernanda
Gosano a felicidade.
 
Mais vô dizê pra ocê
Pode prestá atenção
Coidiado com o MST
Eles vão invadí esse xão
Esses bando de priguiçoso
Já qué axá tudo gostoso
Trabaiá eles nun qué não.
 
A história foi contada
Da maniva qui cresceu
E a mandioca da sacada
Foi a Fernanda que colheu
Pode mim puliçiá
Nun vim aqui maliçiá
Desse fato qui cunticeu.
 
Airam Ribeiro

Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 05/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2774069
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