A Dama da espelunca

Quando minha mulher foi embora levou consigo nossos filhos, porque, segundo ela, eu sou um doente, um viciado em sexo, infiel e alcoólatra. Puta que pariu! O que há de errado em ser viciado em sexo? Qual o problema de gostar tanto de buceta? Nunca fui um alcoólatra violento e ela nunca teve nenhuma prova da minha infidelidade. Melhor assim, ao menos agora não tenho obrigação e responsabilidade para com ninguém, além de mim mesmo. Quanto a mim, que o diabo me leve, não estou nem aí... E amigo, sabe o que é o pior? Ele me levou mesmo. A propósito, antes de começar o meu relato devo dizer que já estou morto, e que o inferno realmente... Ora, não quero falar dele.... Quer saber? Logo mais você descobrirá tudo a respeito do lugar com os seus próprios olhos, não importa se daqui a um ano ou quarenta, no final ela sempre nos pega.

Eu estava muito bêbado naquela noite, lembro que o lugar era uma espelunca e fedia a mijo a vômito e sexo, nesse tipo de bar eu sempre me senti bem. Ela estava sentada junto ao balcão e era a mulher mais gostosa do lugar, que rabo enorme e bem feito ela tinha, assim que a vi senti que meu pau lutava para rasgar a calça jeans que eu usava só para tentar se aproximar um pouco mais da mulher. Sentei-me ao lado dela e perguntei:

— Tem fogo?

Ela me olhou dos pés a cabeça com um olhar que faria qualquer donzelo melar a cueca, depois me sorriu de um jeito que parecia querer dizer: "Sim tenho muito fogo entre as pernas", mas as suas palavras foram outras:

— Claro!... — Disse em quanto buscava um isqueiro em sua bolsa — Dizem que é pecado negar fogo, não é?

— Concordo! — Respondi com um sorriso safado. — Até me sinto quase um santo por saber que nunca neguei.

Ela pareceu ter gostado da minha conversa. Pus na boca um dos cigarros que trazia no bolso e imediatamente ela o acendeu ainda com aquele sorriso safado no rosto.

— O que faz uma dama tão atraente e educada numa espelunca dessas? — Assim que terminei minha pergunta olhei ao redor, como que para mostrar à minha companhia o tipo de ambiente em que estávamos. Havia alguns homens extremamente bêbados debruçados sobre as mesas, outros estavam estirados no chão sobre seus próprios vômitos e os que ainda se mantinham acordados negociavam prazer com prostitutas.

— Gosto desse tipo de ambiente. — ela me respondeu — Me faz lembrar o lugar de onde venho.

Achei a oportunidade ótima para introduzir uma conversa sobre a intimidade da moça.

— E de onde você vem? — Perguntei.

— Venho do inferno.

— Do inferno, inferno mesmo? Aquele lugar onde dizem estar o cara vermelho de chifres?

— Exato.

— Hum... Nunca conheci uma mulher vinda do inferno.

— Então você nunca conheceu uma mulher de verdade!

— Ora, ora!... Gostei de você!

— Você também não é nada mal...

— Olha... Tenho uma curiosidade... Será que a buceta de uma mulher vinda do inferno é muito quente?

— Posso torrar o seu pau se você quiser.

— Hum... Parece bom. Sabe... A primeira coisa que notei em você, assim que entrei aqui, foi o seu rabo, devo elogiá-lo, ele é perfeito moça! Se a buceta é muito quente o rabo deve ser também, estou certo?

— Certíssimo

— Está a fim de trepar? Tenho que confessar que estou a ponto de estourar a calça.

— Eu sempre quero trepar!

— Nossa! Acho que também vou querer me casar contido, arrisco dizer que acabo de encontrar minha alma gêmea! — Brinquei.

Ela me sorriu de um jeito mais safado que antes e imediatamente deixamos o lugar indo em direção ao meu carro. Partimos para o meu apartamento. No caminho bati num carro que estava parado, o dono estava próximo e praguejou contra mim, devolvi-lhe as pragas e continue dirigindo, tinha muita pressa e não me interessava perder tempo com bobagens, tudo que eu queria era trepar logo com aquele mulherão. Enfim chegamos ao meu apartamento e eu tinha aquela pantera feroz em cima de mim. No começo tudo aconteceu normalmente, uma mulher e um homem trepando de todo jeito possível. Foi à melhor foda que já tive; a melhor e a ultima. De repente alguma coisa começou a sair das costas da mulher, eram asas, asas que lembravam as de morcegos. Seus caninos ficaram mais longos e agressivos, seus dedos tornaram-se garras perigosas e pequenos chifres brotaram da sua testa. Não preciso nem dizer o quanto fiquei aterrorizado, basta falar que caguei e mijei nesse momento e nem percebi. A mulher arrancou o meu pau com as próprias mãos e o devorou como se fosse um filé mignon, depois transpassou o meu peito com suas garras afiadas e dele puxou meu coração num jorro de sangue. Enquanto eu perdia a consciência a mulher bebia meu sangue com sede ávida, depois, esquartejou-me com as garras demonstrando uma força descomunal. Por fim ela devorou-me parte por parte deixando em cima da cama, em meio a uma boa quantidade de sangue, mijo e merda, apenas os meus ossos. Foi assim que vim parar no inferno, lugar terrível. Acredite se quiser amigo, por mais estranho que pareça, sempre me imaginei morrendo dessa maneira.

Fim.

Maurício Ravel
Enviado por Maurício Ravel em 17/03/2011
Código do texto: T2852900
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