Nada Mais a Declarar!

Qual seria o de hoje?, fico pensando...

Pensando...

Estaria já condenado?

Já foi dito de Jó, dos castigos, de Cristo e dos mártires, dos criminosos, das crianças mortas, dos puxa-sacos, dos hiperbólicos, capitalistas selvagens, fracos, mal-amados, da paz, do horror, da morte, da sorte, da mulher do outro, do político corrupto, da imortalidade da alma de Franz Kafka, Berkeley, Shoppenhauer, Nietzsche, Raul Seixas, Kepler, Bob Dylan, da minha mãe e de todas as mães do mundo, da Santa Mãe Natura, de Deus e de um ateu, da interpretação dos sonhos, de vampiras irlandesas, elevadores voadores no Kremlin, deliquentes, idiotas, drogados e paspalhos, de covardes brutais, dos surdos, cegos e mudos, dos subterrâneos do mundo, dos dias que voam, o tempo que passa, de Eramo e Roberto, de mulheres e homens surrados, crianças famintas, cães e cavalos, centopéias e insetos vários, do nada, da verdade e da mentira, do egocêntrico e do fofoqueiro, de velhas mexeriqueiras, de derrotados e vencedores, de dores, alegrias e tristezas, de mim e de você, de quem não conheço e nunca vi, de espíritos e fantasmas, de carroças e merdas; já foi dito o que não devia nunca ser dito, do cansaço, da estupidez e da embriaguez, da loucura, da noite escura, madrugadas vazias, putas vadias, penicilinas vencidas, leite podre, cerveja morna, vidas tortas, estradas e motoqueiros selvagens, rock pesado, MPB, sertanojo e bossa nova, jazz e Scoth Fitzgerald, Janis Joplin e Rolling Stones, Renato Russo, Belchior, Galileu, Copérnico e Giordano Bruno, Sócrates, Platão e Aristóteles, da força interior e do mais demente desânimo, depressão, correria, lutas armadas, fome, sede e sono, vontade de sumir, deixar de existir, túmulos e cadáveres, carnes podres, velhos decrépitos, uísque, vodka, vinhos, cachaça e rios de cerveja, amigos insanos, fraternidade, humanidade, políticos de merda, Sartre e Camus, poetas malditos, Beat’s, Allen Ginsberg, Jack Kerouac, Charles Bukowski, Dostoiévsky, Tolstoi, Madre Teresa de Calcutá, mahatma Gandhi, Che Guevara, ditadores covardes, torturas, da vontade de fugir, sumir pra algum lugar, mesmo que Pasárgada, mesmo sem Manoel, mesmo sem mulher; já foi dito de Futebol e Astulfo Carvalhada, Beto Hipotético, Soninha Surrada, José Armando Barraco, Xandão que veio do chão, Jesualdo, Creomilda, o Carroceiro Gordo, Pedroca e suas putas fantasmas, a gilete virgem, o balcão sujo do boteco fedorente, o inferno de Dante e tantos outros infernos, meu paraíso e o paraíso de Nelson Rodrigues, Fausto Wolff, Carlos Heitor Cony, a turma do Pasquim, Jaguar, da culpa que não tenho, das dívidas que não contraí, de carros velhos, do Lou(co) James, do Mestre Edu, do Caboclo Sergipano, do Dom, da chuva, do sol, do céu e das tardes tórridas... Inclusive já foi dito da esperança e da falta dela...

E ainda tinha mais a dizer..., mas estou cansado, muito cansado...

Só o que me resta agora e sentar e esperar...

Esqueçam o padre!

Podem chamar o algoz!

Savok Onaitsirk, 09.04.11

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 09/04/2011
Código do texto: T2899144
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