AS PRINCESAS DA CIDADE LUZ - parte 14 - final

-Ontem? Puxa vida! Já se passaram dois anos depois daquela noite – retrucou Bálida.

-Caramba! Espero saber dos fatos e crer que realmente não estou sonhando um sonho comum.

-Então vamos entrar no castelo. Sentimos muito sua falta nesses dois anos que se passaram. Aquela noite, quando todos dormíamos em meio ao cerrado fomos transportados pelo velhinho da “bilha de prata”, para esta cidade, numa estranha carruagem. Foi como um sonho, mas ficamos intrigados por você ter sido deixado só, sem que pudéssemos exigir do velhinho para trazê-lo conosco.

-Mas não vi nada disso. Eu acabara de acordar para ficar de plantão, e Ericson pôs-se a dormir.

-Pois é. Nos momentos seguintes, entretanto, você cochilou, talvez tenha sido poucos minutos, porem suficientes para sermos visitados, acordados pelo velhinho e transladados. Tentamos te acordar mas seu sono estava profundo e o ancião nos disse para nos apressarmos que depois você nos encontraria. Caramba! Mas só veio ocorrer isso hoje.

-Não creio que eu tenha dormido por dois anos! Isso é um sonho que agora todos nós estamos tendo.

-Bem se é um sonho, é uma visão e participação sua no futuro, nobre Líbero – disse Álari.

-O importante é que nosso pai é o rei da Cidade Luz, minha mãe é a rainha e nós somos as princesas. Podes crer no que esta vendo, caro Líbero.

-Ora. Eu preciso acordar. Tudo está muito lindo para ser um sonho real.

Realmente a admiração de Líbero tinha fundamento. Para quem estivesse na sacada alta da entrada do palácio, ficava deslumbrado com a beleza que se apresentava. A começar pelas ruas. Eram todas pavimentadas com blocos cerâmicos da cor dourada, que iluminados pelo misterioso sol, lhes davam a aparência de ouro. As casas eram dispostamente perfiladas, de forma que uma não encobria a aparência da outra, que por serem belas, dava gosto contemplá-las.

Na frente da cada residência havia um jardim, sempre diferente um do outro, assim como as flores e a relva.

-Ainda não estou compreendendo como vim parar aqui. Foi tudo como um sonho. Você é capaz de me explicar cara Álari?

-Eu? Ora, também penso estar sonhando todos os dias. O fato é que pernoitamos em meio ao cerrado e acordamos num palácio, mas já fazem uns dois anos. Estou felicíssima por te ver aqui. Pensávamos nós que tivesses desaparecido nas brumas da magia que nos transportou para esta cidade luz. Bem, vamos dar uma festa por sua chegada em nossos domínios. Aqui tudo é riqueza, acabaram-se nossas preocupações e toda sorte de agruras.

Foi assim que aquele que fora um escravo num mundo de sofrimentos e tribulações, por se envolver com uma família pobre, porém honesta, dando a ela carinho e orientação, ganhou das princesas uma morada na CIDADE LUZ.