O AVENTUREIRO KADHAUN

"OS NOMEADOS DE ILUZÊNIO" Os passos de Kadhaun

ROTA DE KADHAUN - VIA FORTUNA

Kadhaun pôs-se a andar depressa, achando que talvez seria uma forma de competição e deveria mostrar sua capacidade. Num tempo de pobreza, uma aventura como aquela, embora estranha, seria bem vinda. Olhando para o alto ele viu distante, algo como se fosse uma aeronave, porém mui vagarosa. Mas não estaria ele sonhando? – pensou – afinal acordara muito cedo e talvez voltara a dormir.

Mas não era sonho. Depois de caminhar depressa por mais de quatro horas sentiu-se exausto; precisava descansar um pouco. Mas e se fosse uma competição? Ele não podia parar!

Mas teve que fazê-lo porém, ao encontrar-se com um velhinho que vinha em sentido contrário.

-Boa tarde, meu jovem – disse o homem ao se aproximarem – posso falar um pouco com você?

-Bem... estou com pressa, mas se não for um longo assunto poderei ouvi-lo.

-Será só um momento: Ao sair de Fortuna um homem de olhos verdes me deu este livreto – mostrou-lhe uma espécie de almanaque contendo talvez uma dezena de folhas – e disse-me para entregá-lo a um moço que eu deveria encontrar pelo caminho. Só pode ser você. Eu não aprendi a ler. Você poderia ler o que diz na capa para que eu saiba?

-Oh! Amigo. Infelizmente também não aprendi a ler...espere. Caramba! As letras sempre me embaraçaram, porém vejo palavras com o nome de coisas que conheço!

-Então você sabe ler. E o que diz nestas letras da capa?

-Ai está escrito: “O CAMINHO DAS ÁGUIAS”.

-Ora! Vê se as águias têm caminhos! Bem, já que você sabe ler mereces realmente ficar com este livrinho. Eu lá vou me interessar em saber os caminhos das águias!

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Dizendo assim o homem se despediu e foi-se.

Kadhaun por sua vez, diante do encantamento por ter descoberto que conseguira ler, até esqueceu da caminhada que fazia. Vendo uma árvore nas proximidades, foi até sua sombra onde se sentou num local e pôs-se a ler o conteúdo daquilo que parecia ser um livreto de instruções objetivas, porém dotadas de mistérios. A princípio ele se sentiu confuso, porém maravilhado, por estar lendo. Seria algo relacionado com sua inteligência e seus olhos?

Notou que havia uma frase no alto da primeira página, discernida por ele como uma pergunta dirigida ao leitor, contendo diversas respostas, como segue:

VOCÊ SABIA...

Que as águias são quase imbatíveis por que moram nos penhascos e voam alto?

Que suas penas as aquecem, e proporcionam seus vôos nas alturas?

Que o ar respirado por elas é composto de mais oxigênio limpo, e contendo ozônio que ajudam em sua saúde?

Que sua inteligência alada supera a de qualquer ave?

Que seus olhos têm o poder de hipnotizar e ver ínfimos objetivos à distância?

Que jamais se misturam com outros pássaros, mesmo os de sua família?

Que vivem soberanamente

Que seu equilíbrio está no vento?

Que o homem já tentou imitá-las!?

Que seus caminhos são invisíveis nos céus?

SE VOCÊ NÃO SABIA, saiba que ser uma águia é viver nas alturas, é ter poder na visão, poder de voar, ter caminhos desimpedidos, inteligência, soberania, amizade com o vento; é viver no alto e ter o dom da renovação!

Numa pausa da leitura Kadhaun se lembrou de que sem-

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pre desejara ser uma águia. Por estar cansado deixou-se acariciar pela conciliação do sono que desde à madrugada lhe perturbava. Acabou dormindo tendo antes profunda reflexão daquelas ciências sobre tal ave, mas principalmente sobre o mistério que lhe proporcionara a ventura de ler sem ter aprendido. Mas espere...nunca se soube que alguém leu algo sem que tivesse pelo menos exercitado naquele sentido. Alguma coisa sobrenatural havia ocorrido com ele. Seria fruto dos olhares hipnóticos dos nomeados?

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